A pecuária leiteira está enfrentando um cenário no qual os preços praticados para o consumidor não estão condizentes com os valores que o produtor recebe por litro de leite. De acordo com o presidente da Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil), João Bosco Ferreira, o setor está passando por um momento de ajustes, com as indústrias apertando os custos para continuarem funcionando, ainda que enfrentando problemas.
De acordo com Ferreira, a pressão exercida pelas grandes redes supermercadistas não deixou que os preços do leite aumentassem e, em função disso, muitas indústrias estão registrando perdas. "Os custos para a indústria não podem ultrapassar a margem de 42% a 43% do preço final. Quando isso acontece, as perdas são certas e a indústria começa a trabalhar com custos superiores para inserir o produto no mercado", explicou.
O dirigente acredita que, caso as indústrias comecem a perder mais dinheiro, enfrentarão problemas sérios, podendo chegar a fechar as portas e causando ruptura na cadeia leiteira. "É preciso que a cadeia láctea mantenha um equilíbrio, que este ano não foi tão favorável para a indústria. Por sua vez, os supermercados conseguem garantir a sua margem de lucro, levando os consumidores às compras através de preços promocionais", salientou.
Para a rede supermercadista, a margem de lucro com o leite chega a girar em torno de 30% ao ano, afirmou Ferreira. O leite Cemil é comercializado a R$ 1,40 pela indústria e, quando está nas gôndolas do supermercado chega a ser comercializado entre R$ 1,50 e R$ 1,70 para o consumidor. "Estamos com cerca de 15% de market share em Minas Gerais e contamos com um processo dinâmico neste setor. Toda vez que os custos ultrapassam os 40%, a indústria trabalha no vermelho", destacou.
De acordo com o presidente da Cooperativa Agropecuária de Araxá (Capal), Alberto Adhemar do Valle Júnior, "o setor varejista é organizado e é o que mais lucra na cadeia final. Na outra ponta está o produtor que acaba perdendo com altas de insumos e preços em queda dos produtos lácteos". Para Valle Júnior, a indústria é pressionada pelo varejo que consegue manter as margens de lucro, enquanto tanto a indústria quanto os produtores acumulam perdas.
Segundo o dirigente, o que falta é organização por parte dos produtores, uma vez que menos de 40% deles trabalham através de cooperativas, conseqüentemente enfraquecendo o setor, salientou. "O produtor peca por não se organizar, ficando nas mãos da indústria que, por sua vez, fica a mercê do varejo", explicou Valle Júnior.
As informações são do Diário do Comércio/MG, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
MG: setor passa por ajustes, avalia Cemil
A pecuária leiteira está enfrentando um cenário no qual os preços praticados para o consumidor não estão condizentes com os valores que o produtor recebe por litro de leite. De acordo com o presidente da Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil), João Bosco Ferreira, o setor está passando por um momento de ajustes, com as indústrias apertando os custos para continuarem funcionando, ainda que enfrentando problemas.
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DANILO ISAC MOREIRA
MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 17/11/2008
É boa a análise com relação a essa pressão exercida pelo setor varejista e atacadista, no entanto acredito que o foco deveria ser numa união entre as indústrias na ponta contrária, isto é, na venda do seu produto. A criação de cooperativas de produtores não resolveria o problema, deixaria as indústrias no fogo cruzado.

JOÃO VALENTIM CALARGA
CURITIBA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 15/11/2008
Nesta matéria que todos podem apreciar, o dirigente cooperativista salienta varios argumentos para justificar os atuais preços do leite; eu vou alem, os Estados de RS, SC e PR, em que o sistema cooperativista está bem implantado, os produtores desses três Estados, estão recebendo na média R$ 0,53 por litro, como podemos observar no site; já nos Estados da BA, GO, MG e SP, os produtores estão recebendo R$ 0,63 por litro, sendo assim R$0,10 superior à Regiao Sul.
Diz tambem o dirigente que a CEMIL entrega o litro de leite no varejo a R$ 1,40, e conforme podemos notar os colegas mineiros estão aferindo na media R$ 0.63; portanto, 45% do preço da industria que, por sua vez, repassa a 122% superior o preço do produtor; e certo que ha contradiçoes; isto só mudara no dia em que os produtores de leite tiverem plena consiencia das suas responsabilidade a começarem pela escolha de seus representantes.
Diz tambem o dirigente que a CEMIL entrega o litro de leite no varejo a R$ 1,40, e conforme podemos notar os colegas mineiros estão aferindo na media R$ 0.63; portanto, 45% do preço da industria que, por sua vez, repassa a 122% superior o preço do produtor; e certo que ha contradiçoes; isto só mudara no dia em que os produtores de leite tiverem plena consiencia das suas responsabilidade a começarem pela escolha de seus representantes.