MG: produtores gastam mais e recebem menos

O produtor mineiro já está trabalhando no prejuízo devido à alta dos insumos e das commodities. Em 12 meses (junho de 2007 a junho de 2008), o adubo de cobertura subiu 80%, enquanto o milho e o farelo de soja registraram alta de 14,3% e 35,61%, respectivamente. O sal, polpa cítrica e caroço de algodão dobraram de valor.

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O produtor mineiro já está trabalhando no prejuízo devido à alta dos insumos e das commodities. Em 12 meses (junho de 2007 a junho de 2008), o adubo de cobertura subiu 80%, enquanto o milho e o farelo de soja registraram alta de 14,3% e 35,61%, respectivamente. O sal, polpa cítrica e caroço de algodão dobraram de valor.

No ano passado, os pecuaristas de Uberlândia e região tiveram um custo com a alimentação do gado em torno de R$ 0,54 e R$ 0,56 do valor de cada litro de leite. Nesta entressafra, o valor varia entre R$ 0,70 e R$ 0,81, enquanto o preço médio do litro pago ao produtor da região em junho foi de R$ 0,79.

Na mesma época de 2007 eram pagos R$ 0,64 por litro, o que mostra que, de um ano para o outro, o aumento do preço do leite para o produtor foi de 23,4%, enquanto o custo de produção subiu 44,6%.

O produtor leiteiro Aldair Álvares reclama da redução do preço do litro. "Recebemos menos R$ 0,04 no mês passado e já sabemos que neste mês vai diminuir mais", adiantou.

O presidente da Cooperativa Agropecuária Ltda de Uberlândia (Calu) e presidente da Comissão de Leite da Federação Agropecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Eduardo Dessimoni, disse que o preço do leite diminuiu por causa do aumento da produção no Sul do país e também pela "pressão" das grandes empresas. Em maio deste ano, o preço médio do litro no Triângulo Mineiro foi de R$ 0,83. A Calu recebe diariamente 200 mil litros de leite.

Do total de pecuaristas da região, o engenheiro agrônomo da Emater/MG, Itagiba Nogueira de Oliveira, acredita que apenas 5% ainda não abriram o silo. Segundo ele, alguns estão utilizando tecnologias para minimizar o efeito da seca e para produzir alimentos para tratamento em cocho.

As informações são do Correio de Uberlândia/MG.
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Tulio Menezes Tosta
TULIO MENEZES TOSTA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 11/08/2008

Bom dia pessoal!

Uma soluçao que pode dar um jeito é a criaçao de associações de produtores para cobrar mais das empresas, se nao for assim os produtores estarao sempre na incerteza quanto ao preço do seu leite.
Gilson Santana Filho
GILSON SANTANA FILHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/07/2008

Infelizmente ser produtor de leite no Brasil é doloroso, pois não existe nenhuma politica para o setor, estamos abandonados pelo governo. Nós produtores sempre pagamos o pato, é inadmissivel que em plena entressafra, com os insumos dobrando de preço, as vacas tendo que ser alimentadas no cocho com volumosos como silagens e cana, nossos custos dobrando, os laticinios abaixando o preço pago no leite é um absurdo. Estamos pagando para produzir.
Gleisson Marques Livramento
GLEISSON MARQUES LIVRAMENTO

SÃO JOÃO BATISTA DO GLÓRIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/07/2008

Estou a pouco tempo no negócio e já estou caindo fora, ao contrário do Sr. Vicente Rodrigues. Não pretendo parar devagar e sim imediatamente, é um negócio muito desigual, o produtor de leite não tem força de nada, poder de negociação nenhuma, enquanto o custo de produção sobe assustadoramente, o preço do leite cai, é realmente impressionante. Boa sorte para vocês corajosos produtores de leite.
Manoel Moreira Campos
MANOEL MOREIRA CAMPOS

OLARIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/07/2008

O Sr. Marcos Salazar, em seu comentário à respeito desta matéria, disse que as indústrias "Lucram com o subdesenvolvimento de nosso povo e com a exploração de nossos produtores"; acho que ele está corretissimo.

Entendo que estamos diante de um cartel. Será que não é chegada a hora de nossos políticos que se dizem "ruralistas" se sensibilizarem pelo fato? No Brasil existem grandes produtores de leite mas que também têm outras fontes de renda, e utilizam destas fontes para sustentar o leite numa hora de crise. E os pequenos produtores de leite, que são milhares, não tendo outra opção, costumam desfazer de parte de seu rebanho para cobrir os prejuizos?

Estes dias estamos assistindo este filme, semelhante a este, com a pecuária de corte, que por falta de gado o preço da carne disparou. Por outro lado, havendo venda de vacas, será que em um futuro próximo, não faltará leite?
aristides bartolomeu novaes
ARISTIDES BARTOLOMEU NOVAES

ITAPERUNA - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/07/2008

Caros produtores,

Só há uma forma de encarar estes exploradores da agropecuária: organização da classe. Vemos e ouvimos todos os dias na mídia sobre o aumento dos produtos oriundos da terra, ou melhor, agropecuários, como se fosse o produtor o culpado por tais aumentos.

Esquecem que a inflação só foi controlada todos estes anos por praticar uma política agrícola perversa, na qual o produtor trabalha sempre abaixo do custo de produção. Quem já viu ou ouviu falar sobre o aumento dos insumos? É proibido falar dos produtos vindos das mutinacionais?

Portanto, sem organização, vamos continuar com esta farsa de imprimir aos produtores a culpa por tudo que acontece de errado neste país. E aí, não é para culpar apenas o governo, pois o crédito está liberado e é preciso que os órgãos responsáveis por implantar a política de crédito cumpram o seu papel.
Obrigado!

Esdrhas Sestak Rodrigues
ESDRHAS SESTAK RODRIGUES

SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/07/2008

Aqui no oeste do Paraná, o pagamento de junho veio com baixa de 06 centavos e os insúmos só sobem, o farelo de soja que estava 32 reais o saco de 50kg, foi para 41,6. E a minha coperativa está falando que não sabe mais o que fazer com o leite que recebe.

Resultado: o leite vai cair mais. Quem vai pagar a conta? O produtor é claro né.
Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 16/07/2008

Creio a meu juízo que a metodologia de apuração do preço do litro de leite que nos pagam é injusta e exploratória pelas indústrias e cooperativas, uma vez que só levam em consideração o preço do litro de leite na caixa do longa vida e do saquinho, sendo que é do leite in natura que nós produtores rurais de leite que fornecemos que se extraem dezenas e dezenas de produtos derivados.

O preço do litro de leite que nós produtores fornecemos deveria ser calculado sim levando-se em consideração a média dos preços dos produtos derivados do leite no atacado, aí sim teríamos uma metodologia justa para apuração e, como consequência, uma remuneração que espelhe a realidade do que está ocorrendo de fato e não essa que anunciam por aí que mascara o enorme lucro que as cooperativas, laticínios e industria têm, em cima de nós produtores rurais de leite, que ficamos a mercê de um mercado é claro ,mas de uma manipulação de prêços por parte de nossos compradores.

Quando cai o consumo somente do leite longa vida, saquinho etc, surge a pergunta: e o consumo e aumento dos preços dos derivados como, manteiga, queijos, iogurte, qualhada,leite condensado, etc? Por que o preço desses produtos derivados do leite não fazem parte da atualização do preço do litro de leite que nós produtores rurais de leite recebemos?

É por essa e outras razões que as industrias, laticínios e cooperativas estão cada vez mais ricas e nós produtores rurais de leite cada vez mais descapitalizados e mais pobres
Marcos Salazar de Paula
MARCOS SALAZAR DE PAULA

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/07/2008

A bomba vai novamente estourar no colo do produtor de leite. Já vi este filme. Também vi recentemente o Ivan Zurita, da Nestlé, dizer que produz o que o mercado quer. Se isto é verdade para todas as usinas, seria verdadeiro afirmar que nossos consumidores querem leite com altas contagens de bactérias e células somáticas, como é a maioria do leite fornecido no Brasil?

É claro que não é verdade. São as nossas indústrias que gostam de lucros imediatos, de manipular preços aos produtores e de empurrar seus produtos bons ou ruins. Lucram com o subdesenvolvimento de nosso povo e com a exploração de nossos produtores. Será que sem renda os produtores vão conseguir se tecnificar para produzir leite de qualidade? Será que é assim que vamos nos tornar exportadores? Será que nossos consumidores vão continuar se preocupando só com preço até quando? Será que o primeiro mundo não vai chegar nunca para a cadeia produtiva do leite?
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 15/07/2008

Na minha propriedade eu dou uma participação aos empregados, na proporção da litragem que vai para o laticínio. Este mês um dos empregados chegou para mim e disse: "estão dizendo que o leite não vai ser 0,80 e sim 0,65, eu já estou com uns compromissos e, os fiz com base no leite de 0,80, não dá para ao invés de você pagar a menos os 0,15 centavos, somente a metade e, quando subir você compensar?"

Ainda bem que foi só um deles, fiquei sensibilizado e, não tive outro caminho. E agora, veja bem, estes custos, será que produtores não têm compromissos? Vem ai este sistema de integração e de fidelidade. Já existem em outras atividades, também não fazem milagres. Mas, algum coisa nova tem que surgir, porque esta novela de mandar o leite para o laticinio, sem qualquer compromisso de nenhum dos lados, está provado que não leva a lugar algum.

Isto não passa de uma jogada, o ano que vem, nesta época, talvez pagam o leite a base de R$ 1,00, ai vem alguem e diz, "o leite está bom, subiu 50% e custos bem menos". Acontece que este R$ 1,00 vai ser pior, ainda, que estes 0,65 de hoje, porque já recebemos + de 0,80, com outros custos, que não estes e os que ainda virão. Colegas produtores, não desanimem, vamos administrar, que ainda dá para levar.
Vicente Rodrigues
VICENTE RODRIGUES

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/07/2008

A situação aqui é a mesma. Estamos tirando do bolso para continuar a entregar leite. Todos sabem que não podemos parar de uma vez. A inflação nos insumos está sem controle, os laticinios vão dar um tiro no pé com esta politica de baixar preços justamente agora que estamos no auge do sufoco.

O negocio é ir parando devagar para não quebrar. Estamos vendo a repetição de um filme conhecido. Se alguem souber o que fazer, por favor nos informe.

Obrigado, Vicente.
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