MG: produtores de Pompéu distribuirão leite em protesto

A crise do setor leiteiro é o motivo do ato de protesto que deverá reunir cerca de dez mil produtores de Pompéu e de outros municípios das regiões do Alto São Francisco e Centro-Oeste na próxima sexta-feira (07). Os produtores distribuirão leite para a população. A manifestação está sendo organizada por um grupo de pecuaristas da região, com o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais de Pompéu.

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A crise do setor leiteiro é o motivo do ato de protesto que deverá reunir cerca de dez mil produtores de Pompéu e de outros municípios das regiões do Alto São Francisco e Centro-Oeste na próxima sexta-feira (07). Os produtores distribuirão leite para a população. A manifestação está sendo organizada por um grupo de pecuaristas da região, com o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais de Pompéu.

O presidente do Sindicato de Pompéu, Antônio Adelmo de Lacerda, informa que o preço médio pago ao produtor está em torno de R$ 0,50 o litro, para um custo de produção da ordem de R$ 0,70. "No ano passado, neste mesmo período de entressafra, o produtor estava recebendo de R$ 0,85 até R$ 1,00 pelo litro de leite", compara. Enquanto a renda do produtor caiu, os preços de medicamentos, fertilizantes, rações e mão-de-obra subiram 60%.

Os produtores de leite irão se concentrar a partir de 9:00 no Parque de Exposições de Pompéu. Em seguida, farão passeata pelas ruas da cidade e distribuirão 20 mil litros de leite, em saquinhos. Estão sendo esperados deputados, dirigentes de cooperativas e presidentes de Sindicatos dos Produtores Rurais de municípios próximos. O comércio deverá fechar as portas em apoio à manifestação dos produtores.

A produção de leite é a principal fonte de renda e de geração de emprego de Pompéu e, com a crise, muitos proprietários rurais estão demitindo trabalhadores, o que já se reflete nas vendas do comércio. Além da manifestação, os produtores reivindicarão medidas contra a crise em carta a ser encaminhada ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ao governador Aécio Neves, deputados e a lideranças rurais e cooperativistas.

As informações são da FAEMG (Federação a Agricultura do Estado de Minas Gerais), adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Bruno Soares
BRUNO SOARES

POMPÉU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/11/2008

É uma vergonha o que estão fazendo com os produtores rurais de Pompéu. Os grandes empresários do comércio e beneficiamento do leite acham que sempre devem ter os altos lucros enquanto o produtor fica todo mês no vermelho! Todo mundo esquece de avaliar que, além do trabalho e da busca pelo lucro em sua propriedade, o produtor de leite de Pompéu também trabalha com o coração.
Eduardo silva
EDUARDO SILVA

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/11/2008

O problema é que os produtores não falam a mesma "lingua"; cada um pensa de uma forma, despreocupados em se unir para formar grupo forte e atuante como os bancos, capazes de exigir e fazer pressão no governo. É um absurdo o descaso que é feito de todos produtores.
Marcelo Costa
MARCELO COSTA

PARACATU - MINAS GERAIS

EM 11/11/2008

O negócio está feio! Ocorre que os preços altos praticados meses atrás atraíram gente com força para a atividade leiteira. Nunca se viu tanto "troco casa por vaca", "troco negócio montado por vaca". Aí é lógico que haverá excedente. A lei da oferta e procura é brutal. Fato é que está sobrando leite mesmo. Mas as vaquinhas de R$ 3.000 pra subir ainda estão nesse patamar de preços. É só assistir o Agrocanal. Quem produz leite a pasto num sistema de produção de baixo custo já está atolado até o pescoço para honrar compromissos. Imagina os que usam sistema intensivo. Nem se vê mais o pescoço.

Espero que a crise desencoraje um "cadinho" de gente senão o trem vai ficar mais feio ainda.
Josemar Pereira da Silva
JOSEMAR PEREIRA DA SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS

EM 10/11/2008

Mais um pequeno comentário. Estou também no negócio de produção leiteira. No ano passado, na região de Goiás em que atuo, o leite ultrapassou R$ 0,80/litro e compramos adubo para produção do milho de silagem a R$ 33,00 o saco. Agora fala-se em leite de até R$ 0,50 e o mesmo adubo chegou a ultrapassar R$ 80,00. A conta não fecha. Tenho realmente muita dó dos coitados, às vezes pequenos produtores, que investiram em vacas leiteiras neste ano pagando de R$ 3.000 a R$ 5.000,00 por cabeça.
Josemar Pereira da Silva
JOSEMAR PEREIRA DA SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS

EM 10/11/2008

O comentário final do Pedro Donizete acertou na mosca. Veja-se a propalada crise mundial do momento: mesmo quando nosso (des)governo ainda alardeava a segurança e imunidade do Brasil já se tomou medidas para proteger os bancos, as imobiliárias e outros mais. Nós continuamos órfãos.

Às vezes penso: estamos condenados a produzir alimentos com preços cada vez mais defasados em relação aos custos, para encher as cestas básicas distribuídas com fins meramente políticos. Lembro-me de quando entrei no negócio rural, há quinze anos, lamentei com um vizinho meu desconhecimento das relações de custos na atividade e ele me afirmou, como exemplo: "não se preocupe logo você aprende, hoje por exemplo, um dia de serviço braçal custa o mesmo que um quilo de carne ou duas cervejas...". Hoje, quando consigo encontrar alguem disposto a trabalhar (quando a cesta de alimentos e os diversos tipos de "vales" do governo atrasam) a diária é de R$ 40,00...
Rui Barbosa de Oliveira
RUI BARBOSA DE OLIVEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/11/2008

Pode parecer ilógico, mas o proprietário rural precisa também da força do trabalhador rural ao seu lado, exigindo oportunidades de trabalho e treinamento para os diversos setores do campo. Mas enquanto as campanhas assistencialistas estiverem deixando prostrados todos os trabalhadores e os falsos trabalhadores do campo, não teremos uma sociedade rural forte e unida no interesse dos preços justos para o produtor e das boas condições de salários e trabalho para os trabalhadores rurais.

Por isso, temos que redefinir nossa maneira de protestar. Temos que ter grandes multidões que vivem deste setor pressionando não por interesse próprio, mas pelo bem do futuro destas nossas comunidades.
Boa sorte a todos que de uma maneira ou de outra têm protestado, já é um começo. Temos que ser ouvidos. E conscientizar aos que não entendem o que está se passando.
PEDRO DONIZETE DA COSTA
PEDRO DONIZETE DA COSTA

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/11/2008

Impressiona-nos o quanto o governo confia na tenacidade do homem do campo. Deixa-o abandonado, à mercê de cartéis de compradores de seus produtos, e muitos não se sustentam e abandonam a atividade. Quando o produto inicia um pequeno movimento de alta, as empresas compradoras importam e jogam o preço no chão. Até quando esses governos acreditarão que poderão contar com a boa vontade dos produtores e não apoiarão nenhuma medida para produzir alimentos neste país?

Se fosse alguma grande empresa em dificuldade financeira, fruto de má administração de seus proprietários e diretores, com certeza já teria sido tomada alguma providência para socorrê-las.
Luciano Paiva Nogueira
LUCIANO PAIVA NOGUEIRA

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS

EM 06/11/2008

Apoiado, Rodrigo. Pior que um protesto errado é não protestar!
Rodrigo Gabriel Lacerda
RODRIGO GABRIEL LACERDA

POMPÉU - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 05/11/2008

Companheiros vamos a luta mostrarmos nossa indignação junto a falta de respeito e comprometimento dos laticinios com os produtores,independente do seculo em vivemos o importante e mostrar a cara e gritar que "não pode ser mais assim".
Carlos Benedito Bastos
CARLOS BENEDITO BASTOS

ITAPETININGA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 05/11/2008

O setor necessita urgentemente de uma política de preços mínimos para assegurar os investimentos feitos pelo produtor em genética, infra-estrutura e na produçao de forragens, todo o resto da cadeia do leite se defende das crises repassando custo ou comprando menos e se esquecem do elo primario, esmaga-se o produtor.

A comercializaçao do UHT surgiu com ótimas espectativas para o produtor pela praticidade de escoamento da produçao, porém ao meu entender o envase de um leite que tem 4 meses de validade, ou seja, uma estação do ano, se não exportamos o varejo tem que dar fim ao estoques; faz chamativo, usa um produto tão nobre como isca, a caixinha de leite é anunciada por uma grande rede de varejo a 98 centavos aqui na minha cidade. É muito triste, nem podemos dizer que o preço do leite virou água já que esta custa mais.
Jose Eduardo Junqueira Ferraz
JOSE EDUARDO JUNQUEIRA FERRAZ

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/11/2008

É lamentavel no seculo 21 o empresario rural ainda fazendo manifestaçoes de doaçao do seu produto de venda, essas manifestaçoes eram feitas na epoca do leite tabelado, ja se foram decadas e o produtor ainda mosta fraqueza em suas manifestaçoes.

Veremos se as empresas usaram doaçao de artigos manufaturados para expressar descontetamento com a situaçao economica provocada pelos proprios. Acordem companheiros empresarios, nao estamos no seculo 20.
Qual a sua dúvida hoje?