MG: produtores abatem vacas em protesto

Os produtores rurais do Triângulo Mineiro vão protestar nesta terça-feira (16), contra o baixo preço recebido pelo litro de leite. Eles entregam mais de 200 vacas leiteiras para abate, às 8 horas, no Frigorífico Luciana, no Distrito Cruzeiro dos Peixotos, em Uberlândia (MG). O movimento organizado pelo Núcleo dos Sindicatos Rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba reivindica medidas que garantam a ampliação da demanda doméstica de leite e das exportações.

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Os produtores rurais do Triângulo Mineiro vão protestar nesta terça-feira (16), contra o baixo preço recebido pelo litro de leite. Eles entregam mais de 200 vacas leiteiras para abate, às 8 horas, no Frigorífico Luciana, no Distrito Cruzeiro dos Peixotos, em Uberlândia (MG). O movimento organizado pelo Núcleo dos Sindicatos Rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba reivindica medidas que garantam a ampliação da demanda doméstica de leite e das exportações.

Segundo as lideranças do movimento, o aumento da oferta sem o crescimento proporcional da demanda interna gerou excedentes de produção. Caso o excesso de leite não seja escoado, a falta de renda inviabilizará a produção brasileira, com danos irreversíveis aos produtores. O incremento da taxa de juros e a elevação geral dos preços dos alimentos ao consumidor aumentaram a inadimplência e estagnaram o consumo do leite e derivados.

As informações são do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Triângulo Mineiro, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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Reinaldo Augusto Rodrigues da Silva
REINALDO AUGUSTO RODRIGUES DA SILVA

SENGÉS - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/10/2008

Produtores de Minas não estão medindo esforços para melhorar o preço do leite, não sei se vai dar resultado, mas agir de alguma forma é sempre bom, parabéns pela iniciativa de abater animais, pois devemos atribuir a nós mesmos e a nossos comportamentos as causas de nossos sucessos e fracassos, e utilizar de qualquer meio para conseguirmos o que nos convém, agindo diante de obstáculos.

Muitos estão simplesmente acomodados; não podemos mais tolerar esse desinteresse com o produtor desse rico alimento que é o leite. Não quero mais ouvir: "ninguém fica rico com o leite, mas pinga todo mês".
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 26/09/2008

Excelente o artigo do WAGNER BESKON de Cruz Alta - RS, e são destas colocações que precisamos. Todavia, alguns posicionamentos, com a devida vênia, salvo melhor juízo, deve não ter levado em conta as condições do Estado/Região. Por exemplo, quando fala que o preço praticado em Minas é alto, será que levou em consideração que de abril a outubro não chove nas regiões produtoras do Estado. Como podemos afirmar, que não há conluio fora da porteira, se todos pagam o que querem e, que na média de um determinado periodo, ficam elas por elas.

Quanto à intervenção do Governo, este não autorizando importações predatória, já seria o suficiente. Declinou o preço historico do leite. Por que não o dos custos de produção? Há que tudo indica, repetindo, salvo melhor juizo, o mesmo não é produtor, para nos falarmos de seus custos de produção e o preço de venda. Quanto aos ciclos do mercado, não poderia o mesmo ser diluido em toda a cadeia. Qual a explicação para o litro ser pago pelo consumidor, 3 vezes mais que o produtor recebe? A indústria precisa da matéria-prima, mas pagar por esta, o que julgar de direito, após agregar valor na mesma e, vender o seu produto, isto não é compra e venda.

A indústria tem que assumir o risco do seu negócio e não o fornecedor da matéria-prima. Da forma como foi pontuamente colocada a parte da cadeia(produtor/laticínio), há como colocar o outro elo da mesma(laticínio/supermercado). Será que este paga para aquele, o que julgar de direito, após efetuar a venda, nos mesmos termos que nós, os produtores, somos tratados por aquele, ou realmente há uma compra e venda entre os dois.
PAULO GUIMARAES
PAULO GUIMARAES

DATAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/09/2008

Amigos, o seguinte, eu gostaria, se fosse possivel, fazer um apanhado de preço de ração para ser comparado nessa pagina, e o leite nós fariamos uma media juntando todos os estados para ja começar pela ração pronta, depois pelas misturas, milho, soja, caroço de algodão, farelo de trigo e etc, sei que a quantidade varía de acôrdo com o volumoso fornecido para as vacas, então se o leite esta barato nós temos que pressionar o preço da raçao para baixo; se for o caso, diminuir a quantidade de ração por vaca tirando leite nas vacas até 10 litros uma vez por dia e tentar diminuir o fornecimento de leite e quantidade de ração.

É so uma idéia, eu penso o dia inteiro como fazer e se tiver alguem que possa dar mais ideias por favor serão bem vindas.
Homilton Narcizo da silva
HOMILTON NARCIZO DA SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/09/2008

Tudo isto que estamos vendo e ouvindo, é um capitulo que ja vimos por varias veses, e sempre fomos nós sacrificados produtores que pagamos a conta. As combinadas industrias antes de se dar a crise reunem e com muita união, decidem quem vai pagar a conta, e adivinhem quem? Passam alguns dias ou meses, volta tudo ao seu normal, ai sim que vem as besteiras: Qualquer aumento ou melhor recuperação de preço, la vai o desinformado produtor comprar umas valorizadas vaquinhas, acreditando que o leite vai ter uma valorização estrondosa.

Nestes dias, assistindo a um leilão pela TV, o leiloeiro fazia justamente a propaganda enganosa que o leite chegaria rapidinho nos 1,00 real por litro, imagine só a falta de respeito ao produtor. Mas já tenho quase trinta anos na atividade, e já passei por varias crises, algumas até piores que, na época de cotas, o excesso era um valor simbólico de 2 centavos se quisesse.
Abraços,
Homilton
PAULO GUIMARAES
PAULO GUIMARAES

DATAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/09/2008

Isso que estamos vendo é muito antigo, sempre que falamos com alguem sobre o leite o outro retruca, que conhece alguem que quebrou por causa do leite, mas é como o casamento: quando você vai casar sempre chega alguem e fala você é doido! (estou bem casado). Mas nós temos que ir em frente e fazer o que traçamos para nossa vida; depois do projeto encaminhado não temos como voltar, e aí que a coisa pega, porque a gente chega a pensar que fez alguma coisa errada, que calculou mal e que esta dando errado por culpa nossa e tentamos achar solução para resolver o problema que não é totalmente nosso.

Eu não vou matar uma vaca minha nunca, pois lutei para que tivesse saude para me dar o sustento. Estou vendo que muitas pessoas nunca viram uma vaca de perto e como nós pequenos produtores a tratamos. Gostariamos sim de ter o preço do leite e da ração estabilizados e justos para continuarmos nossa batalha do dia a dia. Deve ter um outro jeito de protestar que não nos cause um prejuizo maior. Parece-me que as pessoas que estão tomando esta atitude drástica de matar suas vacas, são grandes produtores que mais à frente terão facilidade para repor seu plantel; o que não é o meu caso.

Concordo com o que escreveu o sr. Edison França Vieira. É necessário a união dos produtores, para adquirirmos força e assim pressionar as industrias de leite.
Jose Claudio M Carneiro
JOSE CLAUDIO M CARNEIRO

PIRACANJUBA - GOIÁS - TRADER

EM 24/09/2008

Após ler todas as cartas, posso concluir que todos estão cientes que o grande problema é a desunião dos produtores. A relação com o mercado - laticínios, o olhar do governo, tudo isso é consequência de nossa desmobilização. Entendo que só haverá saturação de mercado quando o brasileiro estiver consumindo tanto leite, que este vai estar saindo pelos ouvidos.

A quem cabe a ocupação deste mercado, a nós produtores ou aos laticínios? Em Goiás, o governo anterior, deu um incentivo de 3% do ICMS, para serem investidos em campanhas publicitárias. Este ato provocou um crescimento na demanda, paralizado após as denúncias de adulteração do leite. O novo governo suspendeu este incentivo, as propagandas pararam e todas as conquistas foram pelo ralo. Sem esquecer que os laticínios reduziram o preço pago por conta desta "perda" de incentivo.

A meu ver, a posição dos laticínios é extremamente comoda - repassam para o produtor todo o resultado dos maus negócios, ficando para si os lucros dos negócios bem feitos. Aos produtores cabe a busca constante da qualidade do leite produzido. Isto inclui, além do atendimento à Normativa 51, ações que visem melhores resultados financeiros. Aos laticínios, a responsabilidade de buscar novos mercados para os produtos, desenvolvendo campanhas para captação de novos consumidores.

Ao governo, ações de proteção à atividade leiteira (se outros países fazem, por que não o nosso?), além de assumir a posição de grande mercado consumidor - adotando o leite nas cestas básicas e merenda escolar.
O problema é que, apesar da solução necessitar da ação de todas as partes envolvidas, apenas o produtor está preocupado com a sobrevivência do negócio. E mesmo assim de forma isolada, protestando timidamente nos três primeiros dias após o recebimento do leite do mês.
Dorival Antonio Gazzetta
DORIVAL ANTONIO GAZZETTA

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/09/2008

"Nunca antes neste país..."? Sempre neste país! Os laticínios estimulam o aumento da produção (pagam mais pelo volume de leite). Estimulam a melhoria
da qualidade (pagam bonus por a+b+c). O produtor acredita e investe em produtividade e qualidade, o que custa caro e leva muito tempo para se conseguir. Num piscar de olhos, em pouquissimo tempo, o preço despenca 10, 20% sem perspectiva alguma. Qual será o preço amanhã? Tudo na contra mão dos insumos e da folha de pagamento!

Muita coisa está errada e a culpa é de todos! Cooperativismo seria parte da solução. O sistema é bom, mas os seres humanos (para generalizarmos) não são bons nisso. Não somos bons em unir forças. Conseguimos alguma coisa com o futebol (e quando a seleção vai bem, pois quando tropeça é aquela retaliação). Temos visto grandes e pequenas cooperativas quebrarem e muitas outras capengarem.

Temos que aprender a ser mais coletivistas e menos individualistas. Só assim poderemos ser fortes. Parodiando, "Produtor unido jamais será vencido!"
Todas as opiniões que estão sendo apresentadas devem ser levadas em consideração e analisadas. Poderemos entre elas descobrir o caminho das pedras!
sandro bessa
SANDRO BESSA

UMUARAMA - PARANÁ - TRADER

EM 24/09/2008

Acho dificil procurar culpados, e com as bolsas em polvoroza, ninguem vai notar a morte das vaquinhas. Para o consumidor significa possibilidade de leite mais barato, (nem sempre), por isso não vai protestar nunca. Falando do interior para cidade, qualquer um que tenha uma terrinha, algumas vacas; em 30 ou 40 dias ja começa a ganhar algum dinheiro, não precisa de formação nem muito capital, basta ter vontade e alguma terra herdada; agora imagine um mundo de produtores pequenos pensando assim, o preço do leite estando bom, de repente todo mundo está produzindo.

Acrescente a isso alguns laticinios ainda aceitando um leite que não passaria num exame em um país serio - pasmem, em alguns lugares a quantidade produzida é que determina o preço, pode? Como não sabemos onde o leite começa a derramar (excesso de produção), não há quem indique ou possa dizer parem, parem, não invista ai, bem ai, o resto todo mundo sabe. A cadeia toda (vaca) vai para o brejo.
Franco Ottavio Vironda Gambin
FRANCO OTTAVIO VIRONDA GAMBIN

JAMBEIRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/09/2008

Os fatos se repetem, quando esta crise passar, ai na próxima vamos estrilar novamente, quando o leite é um bom negócio chove aventureiros, na primeira crise desaparecem do mapa. Só veremos a luz no fim do tunel quando estabelecermos cotas regionais, talvez, individuais, algo deve ser pensado.

Falamos de líderes, os Jank o são, que tal se eles, o Rubez, o Graciano etc., tem gente boa, só falta que eles se unam e peguem a vaca a unha, se não derem o "vamos agora" ficaremos só nas ideias. A modernidade é difícil de ser aceita, mudanças de paradigmas nem se fala, se não conseguimos fazer uma campanha nacional, que seja regional (São Paulo).


Amanhã vou iniciar a cobrar atitudes no Sindicato, na cooperativa e com candidatos com afinidade com o meio rural, vou perturba-los um pouco; que tal, farei a minha parte, se não cobramos dos nossos representantes, quem devemos cobrar? Vamos fazer nossa parte, vamos protestar, cobrar, mostrar que 800 000 podem muito, se acordarem.
Wagner Beskow
WAGNER BESKOW

CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 24/09/2008

Questões para refletirmos:

1. MG (foco dos protestos) está atravessando este período com preços superiores aos pagos no RS e muito superiores ao de muitos outros estados. Ou seja, preço por preço, há produtores em situação muito pior.

2. Será que todos os elos da porteira para fora estão realmente em conluio contra o produtor, como se lê em muitas entre-linhas acima?

3. Será que realmente interessa ao setor qualquer tipo de intervenção governamental que venha a mexer nas regras do jogo à moda banco central americano do momento? E se isso fosse feito, mudaria alguma coisa no médio e no longo prazo?

4. Nosso preço médio histórico no RS (pós plano real e corrigido para hoje) é de R$ 0,55. Valores superiores a R$ 0,70 viraram norma na cabeça de alguns, mas estes valores representam um enorme desvio da média. Verdade que o cenário é outro, mas não tão outro.

5. Qualquer produtor que hoje não consiga manter seus custos abaixo de R$ 0,55 está com o sistema errado, ou na profissão errada ou no planeta errado. Para os que estão recebendo menos que isto, saibam que é passageiro.

6. Seis dos oito meses de 2008 já pagos registraram preços superiores a 2007 no mesmo período. Ou seja, 2008 até poucos dias atrás, ofereceu um acumulado extra acima do já afamado 2007.

7. Todos os mercados tem ciclos. Entender estes é parte do desafio para os que desejam se tornar mestres no ofício e não vítimas de um suposto complô do mundo contra eles.

8. E, se serve de alento, a queda verificada nos preços é fruto da competência de todos nós em aumentar significativamente a produção face aos desafios e oportunidades que vislumbramos. As novas fábricas estão abrindo e começado aos poucos a drenar os excedentes temporários. O que houve foi um descompasso entre aumento de produção e efetiva expansão da captação. Não haveria como ajustar estes dois perfeitamente.

9. Dados nossos mostram que, independetemente de preço, sempre há uma parcela de produtores tendo lucro (era assim com R$ 0,39 em 2006), outra pagando as contas e outra em prejuízo (mesmo quando o preço ultrapassou R$ 0,80 recentemente).

10. Hoje tem muitos produtores com custo superior a R$ 0,88 e alguns inclusive acima de R$ 1,00. No mesmo ambiente e escala tem outros com custo abaixo de R$ 0,42 (todos os valores acima incluindo depreciação). Quem tem este tipo de custo nunca estará contente, nunca.

Cada um tem que encontrar sua fórmula. O fato é que o preço é dado pelo sucesso na venda pela indústria menos o custo de logística e transformação mais/menos a estratégia e realidade de cada empresa. A mesma lógica funciona dentro da propriedade.

Alguns acima comentaram que "as contas não fecham". Como que fecham para uns? Como que fecham para nossos concorrentes na Nova Zelândia e Austrália sem subsídios e recebendo o mesmo preço que nós?
Eliane Ramos Oltramari
ELIANE RAMOS OLTRAMARI

ESTIVA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/09/2008

Prezados amigos.

O discurso é emocionante, provoca nossas emoções, mas quais são as ATITUDES que podemos tomar? Na última Feileite, um dos palestrantes estava tratando sobre o assunto e eu lhe perguntei frente à assistência porque não tomávamos uma atitude prática para alavancar o mkt do leite: ele me respondeu que faltava "vontade política", que não era tão simples.

Mas então o que podemos fazer, já que como dito no comentário de um produtor neste artigo, não possuímos entidade de classe? O que a Leite Brasil pode fazer neste sentido? Quando e com quanto os laticínios irão colaborar financeiramente? Quem irá fiscalizar o aporte de dinheiro que o produtor irá doar pela nossa própria causa? Descontaremos este ínfimo valor individual na fatura do leite? Poderemos nos tranquilizar que serão repassados para a entidade responsável por nossa representação?

Além das lamúrias (que eu também faço) que atitudes concretas podemos implementar a curto prazo?

Enfim, vamos nos mobilizar antes que seja tarde demais!
Ruyter Carlos da SILVA
RUYTER CARLOS DA SILVA

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/09/2008

O abate de vacas é válido apenas para chamar a atençao da mídia e da população em geral. É evidente que não é solução para o problema. A solução está no enfrentamento do cartel, com associações de produtores.

Muito interessante me parece o controle do número de vacas ou de quotas de produção, com compra das vacas excedentes pela associação e repasse até mesmo para os frigorificos. Não se pode vencer a lei da oferta e procura. Quando a oferta é excessiva, qualquer solução passa pelo aumento do consumo, que não depende do produtor de leite, ou pela redução da oferta que passa pelo produtor.

Para quem não trabalha com gado puro, poder-se-ia estudar a redução do concentrado no período das chuvas. Teriamos a redução na oferta de leite e redução no consumo de concentrado. Uma associação de produtores poderia encabeçar um movimento destes.
Edison França Vieira
EDISON FRANÇA VIEIRA

SANTA MARIA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/09/2008

Pouco adiantará o abate destes ,inocentes, animais. Saudável seria a união dos produtores reinvindicando uma política nacional para o setor de Lácteos e derivados. Aos governos cabe a tarefa de proteção dos produtores de seu país. Enquanto o senhor "mercado" ditar as normas seguiremos assistindo esses absurdos.
Rodrigo Aparecido Vicente
RODRIGO APARECIDO VICENTE

PATO BRAGADO - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/09/2008

Não é a atitude certa pois em pouco tempo pode haver uma reviravolta nos preços e esse produtores irão sentir falta dessas vacas. Temos que tentar (dificil) reduzir custo de produção e não matar vacas, pois elas nos deram muito dinheiro a pouco tempo atrás e não é justo matarmos elas agora.
Edison Mendonça Junior
EDISON MENDONÇA JUNIOR

TUPACIGUARA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2008

Infelizmente não temos sindicato ou algo parecido para que possa nos ajudar a negociar. Vendemos o leite ( mandamos ) para o laticinio sem se quer a noção do que vamos receber, mandamos e eles pagam do jeito que querem.

Acho que esta na hora disso mudar, temos que negociar nosso produto antes de vendermos... só assim poderemos calcular melhor nossos custos !

E esse pessoal ai das vacas estão de parabens!

Precisamos de mais união !
Dilson Marcelo Ferreira
DILSON MARCELO FERREIRA

UBERABA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2008

É lamentável ter que apresentar à comunidade brasileira situação caótica por que passa o setor produtivo brasileiro como um todo. Quando o governo finge resolver o problema, mostrando à sociedade "medidas" que só regularizam pendências em seu desfavor, o produtor rural compra a ilusão do seu negócio leiteiro, a ter que manter os lucros a partir da porteira de sua propriedade e sacrificar em primeiro momento a sua mão-de-obra.

O "reduzir custos já não nos pertence mais", virou questão de absoluta sobrevivência. Virou piada dizer que é produtor de leite e sacrifício para as pobres vacas. Ainda é tempo de cobrar união, incrementando ações de curto, médio e longo prazo, no que tange a administração de estoques e comerciliação internacional do leite e derivados; dos produtores através dos sindicatos, das empresas de extensão, dos governos locais estaduais e federal, enfim, da sociedade como um todo, principalmente quando temos conhecimento do aumento significativo da fome em todo o mundo - dados da ONU recentemente divulgados.

É fundamental a urgência nessas ações a fim de que o sacrifício fique somente com as 200 vacas.
Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2008

A "mudança dos ares" no mercado ocorre cada vez de forma mais rápida. Há poucos meses o assunto era o custo dos litros adicionais, a intensificação da atividade e tudo o que estivesse relacionado ao melhor usufruto das oportunidades criadas pelos "novos patamares" de preços do leite.
Ninguém falava em cooperativismo, associativismo ou lideranças classistas; o projeto de marketing institucional nacional da classe foi postergado, sem data para acontecer.

Mas, de forma infeliz e recorrente no agronegócio por sua característica de "manada", a situação inverte-se rápidamente e o que era considerado ótimo passa a ser péssimo. Imediatamente encontramos culpados: indústria, varejo, deficiência das cooperativas e lideranças da classe e, sempre citada e nunca esquecida, a tradicional "incompetência" do produtor.
Evocamos a união da classe, a carência de líderes e demonstrações de força frente aos "inimigos" de plantão.

Irônicamente, sugere-se até a redução pura e simples dos custos através da supressão radical de tecnologias, substituição de raças especializadas por outras mais rústicas e até redução da produção. A verdade é que somos ingênuos e superficiais, não existem outros culpados que não nós mesmos.

A combinação do crescimento absurdo da produção pelo estímulo de preços, o real valorizado com perda de competitividade externa e queda dos preços internacionais só podia dar nisto. Principalmente com superávit. O problema não são as indústrias, competência do produtor, varejo ou a representação da classe; ou alguém conhece quem esteja feliz vendendo longa-vida a R$ 1,10 ao consumidor?

Todos vimos a "casca de banana" na esquina, sabíamos que íamos escorregar, mas nada fizemos.
Não lembramos das entidades ou das lideranças nos tempos de bonança, vejam que somos 800 mil produtores de leite no Brasil e se contribuíssemos com apenas R$ 1,00 por mês, teríamos R$ 10 milhões por ano para um belo projeto de marketing ou para investir na "união" da classe; R$1,00.

Ok, uns vão dizer que neste país isto é impossível; mas e se 10% dos produtores contribuíssem com R$ 10,00 por mês? O valor é o mesmo e isso não é impossível! Os americanos fizeram a lição de casa e hoje tem o projeto de MKT nacional, o CWT, fundo destinado a compra de animais para abate que visa equilibrar o número de vacas do mercado, o projeto de exportação e de criação de novos produtos lácteos. Tudo com recursos do setor "unificado".

A Única, citada pelo Marcelo em seu último editorial e presidida pelo meu irmão Marcos, é um caso de sucesso no agronegócio porque planeja seu orçamento, o MKT do setor e têm o apoio da classe; eles são uma cadeia de R$ 40 bilhões/ano e nós do leite, R$ 30 bilhões. Por que não podemos seguir o exemplo?

Acho estranho que os nossos problemas são sempre recorrentes mas nunca focamos as soluções; vejo que eu mesmo já escrevi exatamente sobre o mesmo tema em outra ocasião semelhante a esta. Mas infelizmente ainda não aprendemos mesmo com nossos próprios erros.






Roberto Cabral
ROBERTO CABRAL

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 18/09/2008

É evidente que matar as vacas não é o melhor caminho. Vacas correspondem, no mínimo, a ativo imobilizado, ou seja, dinheiro em caixa. Evidente é, do mesmo modo que, se se optar por vender essas vacas, haverá então uma corrida para se vender esses animais, e não se conseguirá os mesmos preços exorbitantes que foram pagos por essas matrizes há muito pouco tempo.

Milhares de produtores resolveram apostar novamente no leite, movimento visto recentemente, o que proporcionou verdadeiros disparates com relação ao preço pago por essas mesmas vacas que estão sendo abatidas em protestos. O que ninguém percebeu foi a leitura que o Governo fez da situação: o produtor está investindo pesado no campo, então ele tem caixa pra bancar os custos de produção, que beiram a insanidade, onerados também por impostos, que realmente são um absurdo. É essa a sensação que fica vendo todo esse alarmar de toda a classe produtora que está desesperada com a conta a ser paga para se produzir.

O que devemos perceber também é que, ainda que milhares de produtores resolveram investir pesado na produção, cada um investiu do jeito que achava que dava pra ser feito, cada um investiu olhando o seu próprio umbigo. Ora, como é que pode um setor crescer sem o menor planejamento? Penso que esse planejamento deveria estar a cargo das cooperativas dos produtores rurais, que deveriam coordenar, em nível regional, abordando ainda o intercâmbio entre essas cooperativas que se circunvizinham. Ora, o setor produtivo deve ser organizado. E não deve ser vislumbrado somente dentro do curral não. Deve o ser também no armarinho de remédios, no antigo paiol, no galpão aonde são estocados a ração e o sal mineral, na caixa de sapatos em que são guardadas as notas fiscais, nas pastagens, e principalmente na mesa do consumidor, não sem antes dar uma olhadela na prateleira dos supermercados e padarias.

A produção de leite no Brasil precisa de um novo modelo de gestão. Precisamos abandonar os antigos conceitos que cercam todas as etapas da produção de leite e adotar tecnologias mais novas, seja uma ordenhadeira de última geração ou uma decisão tomada para gerenciar a produção.

Mais do que qualquer coisa, o produtor precisa se organizar. Organizar para produzir melhor, bem como para abordar o governo para conseguir melhores condições para produzir melhor e abordar também a indústria para assim conseguir melhores preços. As cooperativas são papel fundamental nesse aspecto. Há que se perceber também que mesmo essas precisam de se remodelar, para atender às novas dinâmicas de mercado surgidas após a década de 1990, com o advento da internet, haja visto que a legislação que rege as cooperativas ser um tanto quanto arcaica. Remodelar cooperativas para se conseguir mais impostos e taxas, como queria o governo, será mero retrocesso.

Enfim, todo os envolvidos no setor da pecuária leiteira nacional precisam ser chamados para reorganizar o setor, para que seja possível a sobrevivência do produtor rural.
Ailton César Barbosa
AILTON CÉSAR BARBOSA

SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/09/2008

Quando dizemos que os produtores de leite são funcionalmente e profissionalmente analfabetos e conseqüentemente lambanceiros, eles se mostram irritados. Prova de que quando fazemos tal afirmação, não estamos cometendo nenhum exagero, está no fato de "presenciar" algumas afirmações descritas neste espaço do MilkPoint. As "crises" como esta, são seletivas e só conseguem suportar a sua pressão os profissionalmente preparados, pessoas que possuem as ferramentas administrativas para tomar decisões acertadas - logicamente não inclui assassinato de vacas como alguns estão sugerindo - e se manter na atividade.

Desde de que comecei a estudar Contabilidade e Administação a quinze anos atrás, descobrí que a função do Contador/Administrador é muito séria dentro de uma empresa, seja ela uma indústria, um comércio ou uma empresa de produção de leite. Esse é o grande gargalo de quem se propõe a administrar uma empresa, qual seja o seu ramo de atividade. Porém, os produtores de leite são muito carentes de tais ferramentas, "tocam" a propriedade de maneira informal, sem nenhum ou com poucos recursos administrativos. A grande maioria das unidades produtoras de leite só se prestam para fazer a ordenha e depositá-la no resfriador ou no latão - prática que profissionalmente falando já deveria ter se estinguindo a muito tempo - mas ainda existe - para que possa ser coletada pelo comprador e ficar a espera do pagamento no final de cada período.

Em momentos de "crises" quando o mesmo chega, vem o desespero, o desânimo. Diante de tal fato fica procurando um culpado: a indústria? o varejo? a desunião da classe? ou o governo? Talvez eles possam participar e contribuir, mas não são majoritários; é a economia dos tempos modernos que não dá brecha para o amadorismo, - o Brasil rural possui muito disso, infelizmente - é preciso se profissionalizar. Quem parou no tempo achando que a economia pararia com ele enganou-se fielmente.

A verdade é uma só: quem se voltar para os desafios da economia dos tempos atuais, com profissionalismo e capacitação, vai suportar as "crises"; quem insistir em continuar no amadorismo vai matar as vacas e além de ficar sem elas, vai indiscutívelmente sair da atividade, para nunca mais voltar.
Andre Luiz Alves dos Santos
ANDRE LUIZ ALVES DOS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/09/2008

No dia 11/09/2008, tive a oportunidade de dar uma entrevista ao Canal Rural, esta entrevista foi ao ar no dia 12/09/2008, e só disse o que todo mundo está cansado de saber, é que com os custos elevados dos insumos e o preço do litro pago a nós produtores, consequentemente a conta não fecha, e para honrarmos nossos compromissos somos obrigados a vender o que temos de maior valor que são as nossas bezerras, que com o passar dos anos estas bezerras iriam substitur as nossa vacas que hoje estão em produção, esta situação é grave pois torna o produtor de leite cada vez mais frágil.

Más o que me faz estar aqui escrevendo aos leitores do MilkPoint, é uma "prosa" que tive com um produtor, dia desses atrás. Ele me falava que toda sua vida trabalhou e morou na fazenda e sempre tirou leite, e agora vou reproduzir o que ele me disse: "Eu sei que nunca vou ganhar dinheiro e muito menos fiar rico com oleite, a única coisa que espero é que eu tenha uma vida digna."

Este produtor, hoje com mais de 60 anos, me disse que estava com reumatismo e disse com orgulho que havia financiado uma ordenha mecãnica. Isto sim que é amor por aquilo que faz. Tenho 38 anos, adoro fazenda, amo criar minhas vacas, mas não tem como deixar de refletir. "Não é honesto este preço que recebemos." Desculpe o meu desabafo.

Abraços,
André - ALAS
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