MG: preço cai na fazenda, mas tem alta no varejo

Dentro da fazenda, o preço do leite, após uma temporada de elevação, está em baixa. Enquanto isso, o consumidor teve que pagar mais caro para ter a bebida na geladeira. Levando-se em conta os primeiros oito meses do ano, a alta acumulada chega a 2,97%.

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Dentro da fazenda, o preço do leite, após uma temporada de elevação, está em baixa. Enquanto isso, o consumidor teve que pagar mais caro para ter a bebida na geladeira. Levando-se em conta os primeiros oito meses do ano, a alta acumulada chega a 2,97%.

Mais caro - chegou a R$ 1,77 em junho - e, portanto, menos apetitoso, o leite ficou de fora do carrinho. E o resultado foi uma leve retração no preço - em média, para R$ 1,73. "A aposta daqui para frente é de estabilidade, permanecendo abaixo de R$ 2", acredita o superintendente da Associação Mineira dos Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues.

Um dos "culpados" pela diminuição é o excesso de produto nas prateleiras. "Com os preços atraentes, os produtores de leite investiram bastante dinheiro e ampliaram a produção. Mas agora estão com o estoque cheio. Há muita oferta, o que para eles é praticamente um beco sem saída. Já para o consumidor, a situação é muito boa", afirma Rodrigues. "Tem caído pouco, mas pelo menos não subiu como no ano passado", analisa o coordenador da pesquisa de preços da Secretaria Municipal de Abastecimento (Smab), Djalma Prado Filho.

Além da produção abundante, inspirada nos ótimos resultados do setor em 2007, a antiga lei da oferta e da procura também foi fortalecida por uma retração temporária no consumo. Acometida recentemente por diversas altas de preços - arroz, feijão, milho, óleo, pãozinho de sal -, a dona de casa intimidou-se na hora de ir às compras. E evitou que a conta ficasse ainda mais cara deixando de levar para casa não só o leite longa vida, mas todos seus derivados.

Para o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Sant'Anna Alvim, segundo o Guia Alimentar do Ministério da Saúde, o ideal seria que todo o brasileiro tomasse 200 litros de leite por ano. "Para tanto, ainda precisaríamos produzir nove bilhões de litros a mais. Falta marketing", avalia. O consumo per capita brasileiro de produtos lácteos permanece estagnado em 140 litros/habitante/ano.

Acostumado a lidar com o consumidor no caixa, Adilson Rodrigues está otimista e acredita que as famílias voltarão, em breve, a ingerir mais leite e seus derivados. "Há mais ou menos um ano, o leite longa vida chegou a custar quase R$ 4. Com o preço mais acessível e a inflação mais controlada, o consumo deve crescer 10% nos próximos 30 dias", espera.

A matéria é de Janaína Oliveira, publicada no Jornal Hoje em Dia/MG, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Jorge Antonio Loebens
JORGE ANTONIO LOEBENS

VERA CRUZ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/09/2008

Como produtor de leite, tenho pelo menos uma coisa boa de que posso me vangloriar: consumo um produto de excelente qualidade e não preciso ir ao supermercado para comprar. Porém, como não trabalhamos somente pelas necessidades fisiológicas, também vou ao supermercado e como o leite faz parte da minha vida, aproveito para conferir como ele se comporta na prateleira.

Somente para contribuir com a discussão com relação a questão do preço do leite, gostaria de colocar o que constatei no supermercado que frequento. Na semana passada ví determinada marca de leite longa vida ser vendida a R$ 1,05. Fiquei surpreso e fui conferir o fabricante e para minha surpresa trata-se de uma das empresas que teve 16 pessoas indiciadas por formação de cartel para redução de preços ao produtor na região sul de nosso Estado.

Realmente precisamos nos organizar e ter mais representatividade.
antonio patrus de sousa filho
ANTONIO PATRUS DE SOUSA FILHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/09/2008

Preço cai na fazenda, mas tem alta no varejo. conclusao obvia: laticinios e varejistas mantem suas margens de lucro em cima do produtor que é mal organizado, sem uma entidade nacional que o represente na luta por melhores precos, por uma negociacao de margens, com analise de custos dos laticinios e varejistas. Assim continuaremos pagando a conta pois em qualquer crise laticinios e varejistas ja sabem o que fazer para manter suas margens: reduzir o preco pago ao produtor. Basta! Entidades representativas do setor leiteiro, acordem! Ou vamos continuar sendo os idiotas dessa conta?
Homilton Narcizo da silva
HOMILTON NARCIZO DA SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/09/2008

Com referencia a queda do preço do leite à nivel de produtor, tenho observado sempre que vou ao supermercado uma coisa curiosa, a mais ou menos dois meses atras, quando começou as baixas a nivel de quem paga a conta, ou seja, o sacrificado produtor, isto não é de agora, e na prateleira dos supermercado, as altas começaram, ai eu como produtor me fiz a pergunta, por que neste momento tão complicado e dificil para o produtor, os mercadistas elevam o preço de seus produtos, não respeitando nem o sentimento do parceiro produtor, e ainda reclamando do baixo consumo de leite por parte da população?

Desta maneira a conta não fecha mesmo, e ainda acho uma falta de inteligência muito grande de quem é comerciante, porque o consumidor brasileiro é bastante inteligente para enxergar estas divergências existentes entra as pontas do elo.

Abraços, Homilton
Ricardo Belchior Peixoto
RICARDO BELCHIOR PEIXOTO

AGUANIL - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/09/2008

Como produtor de leite, o que mais desejo é aumentar a minha produção e reduzir custos para obter renda. Mas em plena época de seca, com a baixa do preço pago por litro de leite ao produtor e com o aumento dos suplementos minerais e dos grãos, está difícil de manter as contas em dias e continuar se empenhando para melhorar a qualidade do leite.

Para o consumidor final é interessante pagar menos por um produto de melhor qualidade, mas até quando o consumidor poderá ter este produto de qualidade se quem o produz está saindo do ramo, devido a falta de condições estáveis do mercado que impulsionavam a produção.

Ricardo Belchior Peixoto
José Pereira Neto
JOSÉ PEREIRA NETO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/09/2008

Gostei muito da matéria, mas gostaria de externar que o preço do leite ao produtor é formado artificialmente por uma meia dúzia de pessoas, que de uma forma pouco convencional ganham dinheiro, em total desconsideração com quem se sacrifica e descompromisso com o futuro do setor. Estas mesmas pessoas pousam de bonzinhos e de defensores; é mais ou menos o lobo cuidando das ovelhas e garantindo que elas procriarão sem que sua natureza interceda.

Parece que o Poder Público, por meio de recentes decisões ministeriais, dá mostras de estar chegando ao fim de um sonho que perdura por anos a fio e inicia, ainda que de forma quase imperceptível, o lento caminhar de olhos semi-abertos no atual contexto. Isso é muito bom. Merece o nosso aplauso. Todos os produtores devem cumprimentar e enviar mensagens de apoio aos senhores ministros responsáveis por este importante marco para o setor leiteiro do nosso Brasil e, em breve, para a America Latina. José Pereira Neto.
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