MG: leite longa vida cai R$ 0,40 no varejo

Nas duas últimas semanas, o preço do leite longa vida em Minas Gerais caiu, em média, R$ 0,40 por litro no varejo. O consumidor não absorveu a alta e o setor industrial tem sido obrigado a rever para baixo o preço do produto. O valor chegou a R$ 2,80 por litro.

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Nas duas últimas semanas, o preço do leite longa vida em Minas Gerais caiu, em média, R$ 0,40 por litro no varejo. O consumidor não absorveu a alta e o setor industrial tem sido obrigado a rever para baixo o preço do produto. O valor chegou a R$ 2,80 por litro.

Para Rodrigo Sant'Anna Alvim, presidente da Comissão Nacional de Leite da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária), o preço do leite pago ao pecuarista está factível com o mercado - estando a média do Estado em R$ 0,70, o litro - e se há indício de baixa é por causa da indústria, que está sendo obrigada a reduzir os preços. "Mas também é fato que o preço pago ao produtor rural não irá permanecer no patamar top, que tem variado entre R$ 1 e R$ 1,06", observou Alvim.

Na avaliação do professor do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Sebastião Teixeira Gomes, a produção leiteira do Estado neste mês está ligeiramente superior a de julho, ainda não dando margem para redução dos preços ao produtor. "A seca ainda está muito forte", disse.

De acordo com Eduardo Dessimoni, presidente da Comissão de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e também presidente da Cooperativa Agropecuária de Uberlândia, o mercado está sinalizando tendência de ligeira baixa para o produtor rural. "Quando há queda no preço do leite longa vida, a redução é em cadeia e afeta todo o conjunto de produtos e o valor pago ao produtor rural", ressaltou.

Segundo notícia de Maíra Vasconcelos para o jornal Diário do Comércio, a produção de leite em Minas Gerais em agosto tem registrado alta de cerca de 10% em relação ao mês anterior.
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Dalmar Morais Santos
DALMAR MORAIS SANTOS

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/09/2007

Sou produtor de leite há 13 anos e nunca pude apostar na atividade. Em conversa com outros produtores, vejo muita expectativa no sonho de preços justos por um período de 3 anos. Como gato escaldado não morre afogado, prefiro aguardar mais um pouco para ver se finalmente o produtor não será sacrificado e continuará pagando a conta. Deus queira que eu esteja errado.
Franco Ottavio Vironda Gambin
FRANCO OTTAVIO VIRONDA GAMBIN

JAMBEIRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/09/2007

O nosso negocio não deveria ser chamado de leite, mas de "desunião". A culpa é só nossa, não sabemos reclamar, não saímos para a rua, não reclamamos com os políticos, não reclamamos do executivo, só sabemos murmurar e engolir sapos e aumento de preços.

Permitimos que ministros acusem sempre o aumento do leite, do chuchu, da abobrinha etc e não divulgamos que o leite subiu menos que a inflação nos últimos 15 anos, que os preços controlados subiram muito mais (gasolina, diesel, telefone, adubo, ferro de construção, embalagens em geral, impostos, CPMf, etc.).

Por que só divulgam o que interessa a eles? A culpa é sempre do produtor, o leite para nós subiu 30 centavos e no supermercado 80 centavos, por quê?
Rogerio Faria
ROGERIO FARIA

JATAÍ - GOIÁS

EM 10/09/2007

Infelizmente o produto teve uma retração, mas temos que considerar o poder aquisitivo do consumidor. Às vezes os insumos em alta refletem de maneira negativa no preço final do produto e, consequentemente, diminui o consumo.
MARCELO SOTO
MARCELO SOTO

EMBU DAS ARTES - SÃO PAULO - FOOD SERVICE

EM 31/08/2007

Pois é amigos, começa a novela novamente!

Não quero criticar os preços pagos aos produtores, mas colocar um leite UHT no mercado a R$ 2,80/L, sem esperar que houvesse uma retração no consumo, seria acreditar em "papai Noel".

Como todo cidadão assalariado neste país, o único aumento no salário vem dos dissídios, que não ultrapassam 10% no ano. Sendo assim, como um cidadão pode absorver os sucessivos aumentos de preços na casa dos 50% nos derivados de trigo, soja entre outros, visto que agora a comida está concorrendo com combustível?

Recentemente li uma matéria cujo tema era "Acabou a Era dos Alimentos Baratos", e dizia que os biocombustíveis seriam os maiores causadores do inflacionamento de preços. Veja o mercado e tire sua próprias conclusões.

Voltando para o leite, acho que o preço ao produtor não deverá ter queda brusca, devido ao mercado externo que ainda continua em alta e não tem previsão para voltar aos patamares de preços anteriores. Existem ainda os países emergentes e com super-população como China e Índia, que a cada ano aumentam o consumo de proteína láctea.

De qualquer forma é preciso ficar atento ao mercado e suas variáveis.
José Avilmar Lino da Silva
JOSÉ AVILMAR LINO DA SILVA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/08/2007

Ao comentar o artigo "Empresas reajustam produtos e perdem vendas", que voi veiculado pelo MilkPoint em 06.08.2007, relatei exatamente esta possibilidade, ou seja, ao menor sinal do "mercado" de que o consumidor não aceitaria o preço exorbitante que o comércio estava praticando com o leite, quem iria pagar seria o produtor rural, que encontra-se mal organizado, sem entidades realmente representativas da classe.

Jamais a industria e o comércio aceitarão diminuir sua margem de lucro que é exorbitante. Onde está o CADE? Que ganância! Nós, produtores, precisamos estar atentos. Precisamos nos organizar em verdadeiras cooperativas, associações e sindicatos, para que tenhamos condições de pressionar nossos governantes, para que sejam indicadas pessoas que realmente queiram defender e organizar os produtores rurais.

Só assim conseguiremos fazer com que nossos produtos venham a ser remunerados de maneira justa, sem explorar o consumidor final. O justo é diminuir um pouco a margem de lucro da indústria e do comércio, e não diminuir a remuneração do produtor rural, que já teve seu custo de produção aumentado em mais de 50,0%, comparando com igual periodo de 2006.
Edivandro Souza
EDIVANDRO SOUZA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 30/08/2007

Apesar das notícias que povoaram o imaginário do produtor nos últimos meses sobre dias melhores, tudo indica que caminhamos mais uma vez ladeira abaixo, melhor dizendo, latão morro abaixo.

Quem trabalhou, planejou e conseguiu vencer os dias de vacas magras, conseguiu resgatar um pouco mais que o investimento. Por outro lado, quem motivou-se e pensa no pote de ouro no fim do arco-iris, é melhor prevenir-se. A queda no preço do leite para o varejo foi grande, e como sabemos, a corda arrebenta no lado mais fraco da cadeia láctea.
Moacy Guilherme Botelho Coelho
MOACY GUILHERME BOTELHO COELHO

PINHEIROS - ESPÍRITO SANTO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 30/08/2007

Fico bastante preocupado quando as coisas começam a subir muito, pois o poder aquisitivo do consumidor é bastante limitado.

Quando preço cai, nunca chega no patamar em que estava quando começou a subir, sempre cai um pouco mais. No meu pequeno conhecimento, precisamos formar um custo de produção para que possamos (ai sim!) formular um preço de venda.

Isto envolve o produtor, a indústria e o próprio mercado varejista. Teríamos um parâmentro para uma produtividade segura com ganho real para todos os segmentos. Pode ser utopia, mas é o que pensso.

Moacy Guilherme Botelho Coelho
Paulo Marcos Ribeiro da Veiga
PAULO MARCOS RIBEIRO DA VEIGA

PASSOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/08/2007

De R$ 2,80 para R$ 0,70, em média, que os produtores estão recebendo, sobram R$ 2,10 para serem repartidos entre a indústria e o comércio. Será que há necessidade de redução de preço, pois o produtor é quem arca com todos os custos e está ficando com a menor parte!
Joaquim Jorge Rocha Queiroz
JOAQUIM JORGE ROCHA QUEIROZ

INGAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/08/2007

Mais uma vez a historia começa a se repetir... quem irá pagar a conta é o produtor.

Gostaria de lançar uma pergunta às indústrias... Nós, produtores, recebemos ao longo deste ano, no máximo (dependendo da região e produtor), um aumento no nosso produto de R$ 0,50, enquanto pelo que percebemos na noticia acima, bem como pela ida aos supermercados e outras noticias, que as indústrias agregaram ao produto leite longa vida algo acima de R$1,20, dessa forma, perfazendo um valor superior ao repassado ao produtor de R$ 0,70.

Gostaria de entender aonde foi parar essa diferença, será que foram impostos, aumento nas embalagens, mão de obra, ou outros gastos de fabricação ou simplesmente foi aumento nas margens?

Agora estamos falando que o preço de leite cai R$ 0,40, mas pudera, vendendo o produto a R$ 2,80, o que se espararia senão isso mesmo?

Antes desta explosão nos preços, em virtude de tudo o que já foi comentado em matérias anteriores, a diferença que existia entre o preço de venda no varejo e o preço pago ao produtor era em torno de R$0,50.

Diante disto coloco uma reflexão a toda a classe produtora, precisamos nos unir para não deixar com que esta estratégia das indústrias derrubem os preços que vem sendo pagos aos produtores, pois se isso ocorrer, eles reduziram nossos preços mas suas margens ficariam superiores às margens antes da explosão de preços.

Para mim, está claro que existe uma articulação para derrubarem nossos preços e as margens das indústrias ficarem acima do que sempre foi historicamente.

Mais uma coisa, isto que está acontecendo do consumidor não estar suportando o preço está diretamente relacionado ao exagero das indústrias em relação ao preço do leite longa vida, mas esta não é a única forma de venda do nosso leite. Existem ainda os produtos industrializados que possuem um maior valor agregado, bem como o mercado internacional, que continua quentíssimo.
Qual a sua dúvida hoje?