MG: alta do leite está sob investigação

A diferença entre os preços pagos ao produtor e os cobrados do consumidor, segundo levantamento do site Mercado Mineiro, chega a ser 260% maior que o pago pela indústria. De acordo com o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte (CDCC) da Assembléia Legislativa (AL), deputado Délio Malheiros (PV), serão solicitadas à Secretaria de Estado da Fazenda notas fiscais para averiguar se há aumento abusivo no preço do leite longa vida no varejo.

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A diferença entre os preços pagos ao produtor e os cobrados do consumidor, segundo levantamento do site Mercado Mineiro, chega a ser 260% maior que o pago pela indústria. De acordo com o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte (CDCC) da Assembléia Legislativa (AL), deputado Délio Malheiros (PV), serão solicitadas à Secretaria de Estado da Fazenda notas fiscais para averiguar se há aumento abusivo no preço do leite longa vida no varejo.

"Estamos fazendo pesquisa permanente de preços. Vamos verificar se há ou não formação de cartel, se o problema é a pressão da concorrência, tudo precisa ser investigado para que as medidas cabíveis possam ser tomadas", informou Malheiros, dizendo que os documentos podem ser encaminhados ao Ministério Público para ajuizamento de uma ação civil pública contra os responsáveis pelo preço abusivo.

Segundo reportagem do jornal O Tempo/MG, o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (AMIS), Adilson Rodrigues, negou que o setor esteja lucrando com a alta do leite. Para ele, o acréscimo se deve principalmente à forte demanda pelo produto no mercado internacional e ao aumento do consumo no Brasil, num momento de pouca oferta de leite.

A mesma justificativa foi dada pelo representante da indústria, o presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), Wellington Braga. "Além da entressafra, falta leite no mercado externo. A tonelada que antes custava US$ 2 mil agora custa US$ 5 mil. Isso acabou viabilizando o leite para o mercado externo e inviabilizando para o mercado interno", explicou.

O superintendente da Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Afonso Damásio, esclareceu que o preço médio pago aos produtores - R$ 0,75 por litro - corresponde a uma recomposição do prejuízo observado nos últimos anos. "Esse é o preço ideal para que consiga cobrir as despesas com insumos. Ele não pode ser confundido com o aproveitador nesse contexto porque sempre foi o comprador quem determinou o preço que o produtor recebe", diz.
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Aislan Furtado Franco
AISLAN FURTADO FRANCO

ANTÔNIO CARLOS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/08/2007

Os preços repassados ao consumidor devem ser reavaliados, assim como a tabela de preços dos laticínios para os supermecados.
Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 15/08/2007

Prezados colegas, produtores rurais de leite. Se a pópria Assembléia de Minas detectou uma diferença de 260% entre o preço pago na ponta do varejo e o produtor, como podem acusar o produtor de estar ganhando muito com a alta do preço do leite?

Sugiro que enviem e-mail para os Senhores Deputados Estaduais e para as nossas entidades de classes demonstrando o seu ponto de vista sobre essa situação, e se até hoje permanecemos e insistimos na atividade é porque gostamos do que fazemos. Porém, também como em qualquer atividade, tivemos que investir, geramos muito emprego e precisamos ser remunerados com dignidade para permanecer na atividade.

Com certeza se tem alguém na cadeia do leite ganhando muito, é claro que não é o produtor, é só verificar quantas indústrias e supermercados estão em fase de expansão no Brasil. Manifestem as suas opiniões junto aos Deputados e peçam as suas entidades de classes que façam o mesmo.

A meu ver, além dos fatores das intempéries e ecassez do produto em relação à demanda que geraram esse aumento, as Cooperativas poderiam estar regulando os preços de mercado, se tivessem credibilidade.

A organização do setor passa a meu juízo por essas modificações que são importantes porque permitirão a oxigenação do setor e também a sua organização que hoje, é liderado por grupos de pessoas que estão nas mesmas posição há mais de 10 a 20 anos mandando e desmandando. Isso sim é um absurdo e o Governo e nossos Deputados precisam e devem reparar, objetivando melhorar o setor e não ficar discutindo quem está ganhando mais ou menos.
Qual a sua dúvida hoje?