A produção de leite no México aumentou 5% por ano nos últimos 4 anos e a expectativa é que ocorra um aumento de 0,7% neste ano, com relação ao ano anterior. O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Leite, Ernesto Larrondo Montes, informou que a produção de leite passou de 7,8 bilhões de litros em 1997 para 9,5 bilhões de litros em 2001 e a expectativa é que esta produção seja superior a 9,56 bilhões até o final de 2002.

Segundo informou o secretário da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural e Alimentação (SAGARPA) do México, Javier Usabiaga Arroyo, durante a cerimônia de fechamento da 18o Conferência Internacional sobre Pecuária Leiteira (CIGAL 2002), no ano passado, o consumo nacional de leite foi de 11.648.584.000 de litros. A diferença entre a produção nacional e o consumo foi satisfeita através da importação.

O presidente da Câmara Nacional de Industriais de Leite, Félix Martínez Cabrera, disse que a transformação do leite em outros produtos é feita por mais de 310 indústrias no México, sendo que o valor calculado destes produtos é de aproximadamente US$ 4,7 bilhões. As localidades de Jalisco, Coahuila, Chihuahua, Durango e Guanajuato se destacam em importância nesta produção.

Diante destes resultados do setor, o secretário Arroyo disse que os produtores têm, além da obrigação de manter os rebanhos sadios, bem como da erradicação de enfermidades, a oportunidade de ter uma participação mais ampla na definição das políticas públicas, através de suas propostas, de suas ações e da defesa de seus negócios. "Todos queremos um setor leiteiro forte, que possa ser auto-suficiente e que se insira nas cadeias produtivas já que hoje em dia existe um déficit neste setor devido às incertezas".

Durante a discussão "A Pecuária Leiteira no México: Produção, Industrialização e Comercialização", que ocorreu durante 3 dias em Jalisco (Guadalajara) e contou com a participação de 300 produtores de leite do país, o secretário da Agricultura se referiu ao tema dos tratados comerciais no setor leiteiro, e disse que solicitará ao Governo Federal que aplique as tarifas quando as cotas forem ultrapassadas, pelo menos com uma porcentagem mínima necessária que permita um preço rentável ao leite nacional. "Buscaremos que se combatam energicamente as práticas desleais de comércio como os subsídios não permitidos, bem como os processos de dumping, já que distorcem os preços dos produtos nacionais".

O secretário disse também que solicitará à entidade beneficente Liconsa que participe com aumentos graduais da compra de leite fresco e reduza as importações de leite em pó, utilizados para os programas de alimentação social. Se o México conseguir fazer com que, em 10 anos, todo o leite utilizado seja de produção nacional, a atividade ganharia viabilidade, sobretudo os pequenos e médios produtores que reclamam das incertezas e pedem preços rentáveis para a venda de seu leite.

Arroyo disse que atualmente, a política do Governo Federal do México é falar sempre a verdade para que sejam tomadas as medidas corretas. O secretário se referiu aos aspectos financeiros do país e disse que hoje o país tem uma das economias mais sadias, capaz de enfrentar as instabilidades econômicas que os outros países estão enfrentando, sem que se afete a estabilidade do México. Além disso, o tipo de câmbio do peso mexicano com relação às demais moedas e as taxas de juros seguem em baixa, o que permite um melhor planejamento em longo prazo das atividades pecuárias.

O secretário da Agricultura mexicano falou também de temas como os subsídios, e disse que estes quando aplicados diretamente ao consumo são um dos instrumentos mais perversos já vistos. Por isso, disse que o país precisa buscar a fórmula para eliminá-los. "Durante muito tempo tivemos este tipo de benefício nas tarifas elétricas, cotas de água, e hoje enfrentamos a dramática realidade de que a única coisa que aprendemos a fazer foi desperdiçar os recursos naturais e a energia".

Fonte: Sagarpa, México, publicado em Infoleche, Fepale, adaptado por Equipe MilkPoint