O acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul amarra os países com o compromisso de efetiva implementação do Acordo de Paris contra mudanças climáticas e de parar o desmatamento da Amazônia, afirmou hoje o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Juncker falou de momento histórico, ao anunciar em Osaka o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, no sábado, pouco depois do meio-dia (hora local), ladeado pelos presidentes e chefes de governo do Brasil e da Argentina, como também da Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Espanha e da Holanda, que participam do G20.
“Política comercial se tornou um instrumento para política climática”, martelou Juncker, enquanto suas palavras eram traduzidas para Bolsonaro, posicionado próximo da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Emmanuel Macron, que apontaram antes do acordo perigos à política ambiental no Brasil.
O presidente da Comissão Europeia foi além e procurou tranquilizar os agricultores europeus afirmando que o princípio de precaução está inscrito no texto do acordo anunciado com o Mercosul. Por esse princípio, os europeus têm ampla margem para bloquear importações agrícolas do Mercosul, mesmo sem comprovação científica de problemas sanitários. Bastará uma suspeita para isso.
Jean-Claude Juncker apontou ganhos para os europeus, incluindo a redução de 4 bilhões de euros de pagamento de tarifas para vender no mercado do Mercosul.
De seu lado, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, na presidência rotativa do Mercosul, considerou que o acordo vai fortalecer o crescimento da região e atrair mais investimentos. Estima que as regras ficam mais claras para fazer negócios no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Bolsonaro manteve-se com a expressão séria, bem diferente do entusiasmo demonstrado de manhã cedo em entrevista à imprensa.
As informações são do jornal Valor Econômico.