Mercado de longa vida pode se concentrar

A fraude descoberta no leite longa vida de duas cooperativas mineiras pode ser o primeiro passo para a concentração do segmento no Brasil, que possui 140 marcas e aproximadamente 70 empresas e convive com adulterações por conta da baixa margem de lucro.

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A fraude descoberta no leite longa vida de duas cooperativas mineiras pode ser o primeiro passo para a concentração do segmento no Brasil, que possui 140 marcas e aproximadamente 70 empresas e convive com adulterações por conta da baixa margem de lucro.

De acordo com especialistas do setor, até hoje algumas empresas só conseguem ser competitivas porque fazem algum tipo de adulteração no leite, com o intuito de aumentar o volume e aumentar as margens. Mas se a fiscalização do Ministério da Agricultura ficar realmente mais rigorosa, essas companhias terão que mudar de tática. "Vai ter gente que, sem fraude, vai perceber que não pode produzir leite longa vida, vai sair do mercado", diz o analista Maurício Palma Nogueira, da Scot Consultoria. Ele acrescenta que algumas empresas só tinham competitividade porque atuavam de "maneira ilícita".

Um analista observou que o retorno atual no segmento é muito baixo - só a embalagem longa vida tem custo unitário de R$ 0,40 num produto cujo preço varia de R$ 1,30 a R$ 1,40 no atacado - por isso o maior rigor na fiscalização provocará mudanças no setor. De acordo com uma fonte da indústria, a margem no produto é de apenas R$ 0,03 por litro.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), Laércio Barbosa, afirma que o processo de concentração vai se acelerar "porque será dado maior valor à marca, à segurança, à confiança do consumidor" após a descobertas das fraudes.

Segundo Marcelo Pereira Carvalho, diretor executivo da AgriPoint Consultoria, a recente compra da Eleva pela Perdigão é um exemplo de que a concentração já está em curso. "Esse é um segmento de rentabilidade muito apertada e que deve passar por consolidação", ressaltou em reportagem de Alda do Amaral Rocha, do Valor Econômico.
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JOSÉ LUIS SERAPIÃO
JOSÉ LUIS SERAPIÃO

LIMEIRA DO OESTE - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 12/11/2007

Muito bem, é realmente o que acontece com as empresas e também com a maioria dos compradores de leite in natura, que muitos sem adulteração não tem como sobreviver. Mas se a fiscalização for severa com todos, aí sim todas trabalhariam de igual pra igual, e sem fraudes, sobreviveria somente aquelas que tem baixo custo e flexibilidade nas negociações.
atenciosamente
Luiz Roberto Madureira
LUIZ ROBERTO MADUREIRA

CASTRO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/11/2007

Ruim para o produtor.
Vanderlei Carlos Zeni
VANDERLEI CARLOS ZENI

ÁGUAS DE CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/11/2007

Bom, a indústria ganha pouco, o atacado e o varejo também não ganham, a caixinha custa muito, o produtor é culpado de novo?

O conseleite veio para tabelar o preço para o produtor, alguém sabe quanto custa para produzir um litro de leite com qualidade? Quanto de terras, animais, instalações, fertilizantes, máquinas e equipamentos, medicamentos, leite descartado, para que o consumidor tenha um leite de qualidade, custa muito caro.

Quando o produtor ganha R$ 0,50 e lá no supermercado o preço está R$ 1,70 o litro, apenas me digam quem está ganhando, o produtor não, com certeza.

Agora batizam o leite, e não são culpados, no Brasil tudo pode, quem paga o pato mais uma vez é o produtor e o consumidor.

Estas indústrias devem ser fechadas e nunca mais abrir, o seus donos e responsáveis presos, isso é crime contra a saúde pública.

Acorda, Brasil.
Aroldo Augusto Martins
AROLDO AUGUSTO MARTINS

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/11/2007

Eu fico preocupado com a bela reportagem, já que a margem é apertada, o que pode acontecer é o produtor ter que pagar a conta. É hora de todos unir em uma causa nobre, pois é incabível um litro de leite ser mais barato que um litro de água ou de refrigerante ou uma dose de pinga, sem falar da cerveja, que é uma garrafa.

Mas nós temos que sustentar mordomia de políticos, já que quem segura a inflação é o produtor.

Produtor, infelizmente os laticinios não são nossos parceiros, precisamos mudar essa relação. Só depende de quem produz com qualidade a matéria-prima.
Qual a sua dúvida hoje?