Mapa: governo não pode comprar leite excedente

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O Ministério da Agricultura reconhece a crise que afeta o setor leiteiro, mas afirma que diversos setores registraram quedas nos valores em 2005. Para o secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio Marques, a solução seria o governo comprar o leite que sobra no mercado. "Só que isso é impossível, seria irregular o governo comprar esse leite", diz.

A medida imediata, que também figura na pauta dos produtores, é financiar a estocagem dos produtos derivados do leite. Segundo Marques, o governo federal libera o EGF (Empréstimo do Governo Federal) a 8,75% ao ano (a média dos juros é de 20% ao mês) para as indústrias, que devem repassar o benefício ao produtor.

Para receber o EGF, a indústria deve se comprometer a pagar o preço mínimo pelo leite "in natura", que está em R$ 0,38. A indústria, assim, estoca os derivados e, segundo o ministério, só é permitida a venda quando o empréstimo for pago.

De acordo com o secretário, além dos R$ 22 bilhões que geralmente libera para o EGF, o governo repassou ao crédito rural mais R$ 2 bilhões, que devem ser usados principalmente pela cadeia produtiva do leite.

Já as campanhas de incentivo ao consumo, segundo Eduardo Sampaio Marques, são de responsabilidade do setor. "Vamos auxiliar o setor leiteiro com liberação de recursos, mas não podemos financiar campanhas publicitárias", afirma. Notícia da Folha de São Paulo.
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Fernando Cerêsa Neto
FERNANDO CERÊSA NETO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/01/2006

Lamentável que o senhor Secretário de Política Agrícola identificou, no artigo, com clareza, as agruras por que passa o produtor de leite, apontando soluções, mas que de imediato julgou-as impraticáveis. Lógico, não há o mínimo interesse em se equacionar o problema.



Alguém está ganhando e transferindo renda entre setores. Embora a indústria jogue toda a crise na inviabilidade de exportação, valorização exagerada do real e baixo consumo interno em decorrência de baixos salários, os produtos lácteos nas prateleiras dos supermercados não sofreram a mesma redução do preço pago pelo litro de leite ao produtor. Considerados os preços de junho/05 e janeiro/06, os produtores perderam, em média, 26% de receita.



Então, Senhor Secretário, não seria justo exigir-se dos importadores de leite e derivados que só importem os mesmos valores e as mesmas quantidades que tenham exportado ou vierem a exportar?



Por que, Senhor Secretário, não se impõem sistemas de cotas de produção para os pecuaristas de leite? Por que, Senhor Secretário, seus assessores deixaram de elaborar ou não elaboram estudos avaliando a possibilidade de somente permitir o ingresso de novos produtores quando o mercado vier a apresentar crescimento suficiente para absorver os aumentos previstos?



Talvez, Senhor Secretário, isto não tenha merecido nenhuma avaliação porque não convém ao parque industrial. Lamento ainda, que as soluções apresentadas pelo Senhor Secretário, descartadas por ele próprio, dependam de recursos do Governo Federal, resumidas em financiamento de estoque e aquisição de excedentes. A solução NUNCA será alcançada por estes caminhos. São medidas paliativas.



Ao pobre eleitor fica a dúvida entre a autoridade não querer resolver o problema ou a incompetência. Esta para nosso desespero, freqüenta abundantemente vários órgãos responsáveis pela regulamentação do setor.



Fernando Cerêsa Neto

Brasília (DF)
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