Mapa avalia forma de sustentar preços do leite
Na expectativa de haver nova queda dos preços pagos aos produtores de leite, o Mapa está estudando uma forma de intervir no mercado para sustentar os valores, segundo notícia do jornal Valor Econômico.
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De acordo com o coordenador-geral do Departamento de Comercialização e Abastecimento Agrícola e Pecuário, Antonio Salomão, o governo analisa uma garantia de preço ao produtor semelhante à que existe para a soja e milho, na qual o governo paga um prêmio para sustentar o mercado. "Como o setor está muito dividido, está mais difícil de o governo avaliar onde seria melhor atuar para que toda a cadeia fosse favorecida", diz Salomão.
Para o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite, Rodrigo Alvim, esse tipo de instrumento de comercialização já deveria ter sido aplicado porque em breve virá a safra, e se o preço cair mais, não irá se recuperar.
Segundo Alvim, na entressafra - de abril até agora - os preços já caíram 17% em relação a 2005, de R$ 0,59 para R$ 0,49. "O mercado está parado. Existe uma parte das indústrias que é contra esse instrumento porque não olha a cadeia do leite como cadeia", afirmou Alvim.
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EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 31/08/2006
A nós, só resta plantar banana, quem sabe? Ser produtor eficiente nesta cadeia de leite é como comprar com o cartão de crédito e pagar só o mínimo, quando você percebe, a dívida esta insolúvel.
É exatamente isso que está acontecendo com quem é produtor de leite, e sempre estaremos nas mãos dos cartéis, sejam eles de laticínios, cooperativas ou de supermercados.

ALEGRETE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 29/08/2006
No entanto, quando vemos produtores considerados eficientes não conseguindo nem pagar o custo de desembolso, a coisa complica, e não vai haver tecnologia capaz de reverter este quadro.
A não ser que realmente o governo não tenha idéia (o que não se admite) da importância do setor como forma de manutenção do homem no meio rural, ou, tenha sido seduzido pelas grandes empresas e deixado por conta do "salve-se quem puder", e então, ficaremos com somente com pouco mais de 60 mil propriedades leiteiras no país e com a mesma produção. É isto que se quer?

FEIRA DE SANTANA - BAHIA - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 28/08/2006
É indispensável também que exista um preço mínimo para os produtos praticados pela indústria e a garantia do governo federal de comprar seus excedentes, aliás, como ocorre em várias partes do mundo civilizado.
Se isto não ocorre, na hora que os preços baixam, por conta do consumo ou da ação desonesta dos supermercados que "fabricam" promoções até mesmo nas entressafras, as indústrias são obrigadas a baixarem os preços de coleta e quem paga a conta, sempre, é o produtor de leite, que não tem como se defender.
Não havendo essas condições mínimas e seguras, não haverá produtor que possa sobreviver de leite, pois serão dizimados pela cadeia como um todo. Sem isto, vamos continuar fingindo que existe um setor de leite organizado, quando só existe um lado que ganha: os supermercados.
Estes compram por quanto querem, pois não há preço mínimo para as indústrias (que, repetimos, é fundamental para manter o preço do produtor) e vende da mesma maneira, prejudicando todos os outros agentes envolvidos.
Tudo mais é conversa fiada. Sem isto o produtor está morto. Nossa opinião não é de produtor, e sim de indústria.