Apenas como curiosidade, experimentem digitar na ferramenta de busca do google (
www.google.com) os termos milk and cancer.
Verão que aparecerá uma série de comentários a respeito do assunto. O joio terá que ser apartado do trigo, e assim, cada um fará sua própria interpretação do assunto.
Há indícios de que o leite realmente cause uma série de malefícios ao organismo, sem dúvida. Porém há de se levar em conta a quantidade de produto ingerido, bem como as necessidades de cada um.
Por exemplo: o leite é um alimento relativamente barato e nutritivo. Em um programa de combate a fome, o mesmo poderá ser utilizado como fonte nutricional primária para vários indivíduos. Entretanto, para pessoas com um nível sócio-econômico elevado, o mesmo seria um alimento totalmente dispensável, bem como em certos casos contra-indicado.
De toda essa discussão, deve-se levar em conta o paladar e a apreciação do produto. Por ser um alimento saboroso, mesmo quando contra indicado, poderá ser apreciado de outras formas, tais como queijo, iogurtes, etc.
Finalizando, embora o impacto econômico de certos assuntos polêmicos exista não se deve tapar o sol com a peneira. Afinal, o assunto é saúde pública. A diferença entre o remédio e a droga é a dose.
Atenciosamente,
Jean G. F. Joaquim
Méd. Veterinário
<b>Resposta MilkPoint:</b>
Caro Jean,
Obrigado pelos seus comentários. De fato, é possível encontrar diversos relatos sobre efeitos dos lácteos na saúde, sejam positivos ou negativos. Concordo com você que é importante não tapar o sol com a peneira, afinal se perde credibilidade, além de ser uma postura em si antiética. Problemas devem ser tratados com transparência.
Ocorre que muitos dos relatos existentes e mesmo experimentos foram feitos em condições duvidosas ou, talvez, até movidos por outros interesses. Os chamados grupos de ativistas animais, entre eles o PETA, são extremamente radicais e não raro utilizam de informações pouco confiáveis para chegar ao seu objetivo, que é simplesmente proibir a produção animal para fins comerciais. Se o setor não se mobilizar contra esse tipo de ação, pode ser injustamente penalizado, a partir do momento que inverdades atingem o consumidor.
No caso das limitações, como a questão da intolerância à lactose, normalmente há soluções alternativas: o consumo de derivados ou lácteos com menor de lactose (como você escreveu), ou a ingestão da enzima lactase, visando a digestão da lactose. Nos casos críticos apenas, que são minoria, o consumo talvez deva ser descontinuado.
A questão se complica quando uma mensagem destinada a uma parcela pequena de pessoas que, por qualquer razão específica, apresenta problemas quando ingere lácteos, acaba atingindo milhões de pessoas que só perderiam ao deixar de ingerir lácteos. E isso também é problema de saúde pública, tanto que o próprio governo, através do Guia Alimentar Oficial, recomenda o equivalente a 200 kg de leite (e lácteos) por pessoa por ano.
Marcelo P. Carvalho
coordenador do MilkPoint
diretor de marketing da Láctea Brasil