O artigo escrito por Marcello Moura Campos, presidente da Leite São Paulo, explica bem o que foi dedicido na consulta pública de final de março, podendo ser lido clicando-se aqui.

Positivo
Entre os leitores que acreditam que o leite em pó modificado é positivo para a cadeia estão Gerson Araújo Alves, gerente nacional de vendas da Alibra Ingredientes Ltda, em Belo Horizonte/MG; Leonardo Ornellas Faquini, gerente de produção da Líder Alimentos, em Lobato/PR; Walter José Pereira, representante comercial da Coolapa, em Passos/MG; Rodrigo Capua de Lima, pesquisador, em Viçosa/MG; Ricardo Pereira, assistente administrativo do Moinho Petinho Indústria e Comércio Ltda, em Recife/PE; Harriss Morrison, da Striling Exportadora, em São Paulo/SP; José Geraldo Godinho, produtor de leite, em Além do Paraíba/MG; Erwin Kreber, account manager da Havero Hoogwegt, na Holanda; Geferson Lucas Capitanio, gerente industrial do Laticínio Tirol Ltda, em São Miguel d'Oeste/SC; Vicente Nogueira, produtor de leite em Uberlândia, MG; Helio Alves Garcia, gerente industrial da Sooro, em Marechal Rondon/PR; Lairton Clóvis Rakowski, supervisor administrativo dos Laticínios Morrinhos Ind. Com. Ltda Leitbom, em Goías; Paulo Mauricio B. Basto da Silva, extensionista, em Jaraguá do Sul/SC; Roberto Trigo Pires de Mesquita, gestor do GIM-Gestão Internet e Marketing, em Itupeva/SP; Luiz Carlos Cacador, diretor da Alfa Milk Consultoria-Laticínios, no Rio Grande do Sul; Henrique Costales Junqueira, coordenador de compras da Kerry do Brasil Ltda, em Indaiatuba/SP e Paula Maria Zanette, estudante em Guarapuava/PR.
Rodrigo Lima acredita ser positivo a partir do momento que o consumidor seja conscientizado do que realmente é o leite modificado.
Opinião semelhante tem Hélio Garcia, pensa ser positivo, desde que se tenham critérios claros e definidos para a produção de leite modificado, evitando assim que sejam colocados no mercado produtos de baixa qualidade.
Walter Pereira, Geferson Capitanio e Paula Zanette dizem que é benéfico a cadeia, pois quanto maior a opção de industrialização do leite, maior será a demanda pelo mesmo, além de ser uma forma de agregar valor à matéria-prima.
Para Roberto Trigo Pires, avalia que o leite em pó modificado é conseqüência da busca do consumidor pelos produtos lácteos, e portanto jamais poderia ser considerado como negativo para a cadeia. "Particularmente considero como positivo para o setor lácteo, como um todo, qualquer produto modificado por exigência do consumidor, sempre ávido por bebidas lácteas, práticas, funcionais e extremamente vantajosas em termos do seu custo-benefício".
Luiz Carlos Caçador relata que o desperdício de soro como nutriente lácteo representa no país um enorme volume, "além do fato das autoridades responsáveis pelo meio ambiente continuarem impotentes diante do problema que o descarte indevido do soro em córregos e rios vem causando".
Nota do MilkPoint: Em função das idas e vindas a respeito desses produtos, vários participantes chamaram de leite modificado produtos com adição de soro, cuja denominação real ainda não foi definida, sendo provisoriamente chamados de Xlácteo.
Para ele, a solução seria criar núcleos de concentração e secagem do soro, transformando em soro em pó. "Mas, para isto acontecer as indústrias precisam melhorar a qualidade do leite recebido, para que o soro tenha condições de ser industrializado", conclui.
Henrique Costales Junqueira acredita que todo leite e soro comercializados na forma de leite modificado remunera a cadeia do leite. "Alguém acredita que o soro é recebido nas indústrias de graça, sem emissão de nota fiscal e recolhimento de tributos?", questiona. "O leite em pó modificado foi uma forma que os processadores encontraram para competir não com o leite e sim com uma série de outros produtos que ganham a preferência dos consumidores dia após dia. O leite em pó modificado também é uma alternativa econômica de destino ao soro fluído produzido nos fabricantes de queijo". Para ele, é hipocrisia quando se prega a defesa do consumidor quando o objetivo é a defesa do interesse próprio. "Toda essa discussão, particularnente pensando, é prejudicial ao setor de laticínios. Tamanho recurso poderia ser mobilizado para o "marketing" do leite e assim sendo contribuindo para o aumento do valor percebido para os produtos lácteos".
Gerson Alves, gerente da Alibra Alimentos, afirma que é boa opção "desde que produzido com qualidade e por empresas produtoras, não simples empacotadoras".
Finalizando, Hélio Alves Garcia, da empresa Sooro, de Marechal Cândido Rondon, PR, considera positivo: "o mercado internacional para este produto é muito grande e sua exportação pode alavancar, mesmo que de forma indireta, a cadeia leiteira". Ele alerta que, "é muito importante que se tenham criterios claros e definidos para a produção de leite modificado, evitando que seja colocado no mercado produtos de baixa qualidade, que venham comprometer o conceito do produto".
Negativo
Entre os 64% que escolheram a opção que o leite modificado é negativo para a cadeia de leite estão: Clovis Marcelo Roesler, secretário executivo do Sindilat/RS, em Porto Alegre/RS; Antonio Julião Bezerra Damasio, diretor-presidente da Cooperativa de Laticínios de Sorocoba, em Sorocaba/SP; Marcello de Moura Campos Filho, presidente da Leite São Paulo, em São Paulo; Daniel Felippe, da Leite Nilza, Luiz Francisco Vieira, produtor de leite, em Abaté/MG; José Roberto Poiatti, da Avipal; Domiciano Cerqueira de Castro Neto, tesoureiro e produtor de leite da Associação dos Produtores Rurais de Cachoeira Alegre, em Barão do Monte Alto/MG; Marcos Ottoni de Almeida, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis/SC; Germano Zaina Junior, extensionista, em Avaré/SP; Milton Tadeu Barrozo Gamborgi, produtor de leite, em Gaspar/SC; João Marcos Guimarães, técnico em laticínio, no Laticínio Serrabella, em Lavras/MG; Jefferson Lederer, revenda em Castro/PR; Paulo Fernando Andrade Correa da Silva, produtor de leite e coordenador da APLISI, São José dos Campos/SP; Antonio Perozin, produtor de leite, na região de Rio Preto/SP; Julio Cesar Brancher, assessor da Coorlac, em Erechim/RS; Edson Felix Costa, produtor de leite, em Recife/PE; Martinho Mello de Oliveira, produtor de leite, em Paranaíba/MS; Fabio Lafeta Rebello Filho, produtor de leite, em Montes Claros/MG; André Gama Ramalho, produtor de leite e presidente do Sindicato dos Produtores de Leite, em Batalha/AL; José Antonio Magalhães de Araújo, diretor de suprimentos e logística, na Cooperativa Central de Laticínios da Bahia Ltda; André Zanaga Zeitlin, aluno da Graduate School of Management, Califórnia e Márcio Mattos de Paula, gerente regional da Alta Genetics do Brasil Ltda, em Leopoldina/MG; entre outros.
Marcello de Moura Campos Filho e Julio Cesar Brancher relatam que pode ser negativo, uma vez que confunde o consumidor e permite manipulação do mercado de leite in natura o que pode prejudicar o produtor.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva acredita que a adição de soro ao leite abre caminho para importações adicionais, além de se estar colocando no mercado um produto de qualidade inferior ao próprio leite.
Clovis Marcelo Roesler e Martinho Mello de Oliveira consideram negativo para cadeia, pois o leite modificado não irá trazer aumento de consumo por ter preço inferior, somente irá substituir o leite integral. Milton Tadeu Barrozo Gamborgi e João Marcos Guimarães concordam e acrescentam que a produção deste leite modificado abrirá espaço para diversas adulterações.
João Marcos Guimarães, do Laticínio Sarabella, considera negativo por um razão simples: "a falta de fiscalização permitirá abusos e o consumidor e o produtor de leite serão os maiores prejudicados."
Depende
Apenas 11% escolheram esta opção e entre eles estão Maurício Gomes de Menezes, produtor de leite, em Araxá/MG; Antonio J. Xavier, da AEX Consultoria, em São Paulo/SP; Luiz Paulo Tostes Coimbra, produtor de leite, no Rio de Janeiro; Guilherme Bartmeyer, produtor de leite, em Castro/PR; Luiz Becker Karst, gerente de estratégia comercial da Cooperal, em Goiania/GO; Edgar Rodrigues Pereira, diretor-presidente da Imbaúba Laticínios S.A., em Campo Grande/MS; entre outros.
Antonio J. Xavier considera que se a modificação agregar valor ao produto ela será positiva e é justo que o fabricante seja adequadamente remunerado. "Se a modificação visa tão somente diminuir o custo via utilização de substitutos do leite ela será extremamente negativa para as duas pontas da cadeia - o produtor e o consumidor", conclui.
Edgar Rodrigues Pereira escolheu esta opção porque "se considerarmos que pode ser um substitutivo do leite íntegro, estamos reduzindo ainda mais o mercado do leite". Por outro lado, continua ele, por ser um produto de menor custo e preço, pode atender outra "camada" do mercado, incluindo leite onde provavelmente estariam outras bebidas. "Há de se considerar, também, o aproveitamento de um subproduto importante nutritivamente que, normalmente, é descartado, com elevado potencial poluidor".
É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre determinado assunto. Nesta enquete, aproximadamente 120 pessoas de diversas regiões do país e de outros países votaram.
Vote em nossa próxima enquete: "Qual será a melhor região para se produzir leite, entre as regiões abaixo?"
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Joice Rodrigues, da Equipe MilkPoint
