Maior produtividade é saída para produtores

Reflexo da elevação da produtividade, hoje as principais indústrias de laticínios precisam de apenas metade dos fornecedores que tinham em 1998, de 160 mil produtores. E como há espaço para ganhar produtividade e os preços entraram em declínio, a tendência é que o setor passe por nova reestruturação.

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Reflexo da elevação da produtividade, hoje as principais indústrias de laticínios precisam de apenas metade dos fornecedores que tinham em 1998, de 160 mil produtores. E como há espaço para ganhar produtividade e os preços entraram em declínio, a tendência é que o setor passe por nova reestruturação, informou reportagem de Neila Baldi da Gazeta Mercantil.

Segundo o consultor da AgriPoint, Marcelo Pereira de Carvalho, há estudos que mostram que em Minas Gerais tem potencial para 15 mil quilos por ano por hectare, enquanto a média, no ano passado, foi de 1,2 mil quilos por hectare. No entanto, ele argumentou que, para isso, é preciso investimento e, nestas horas, muitos acabam abandonando a atividade.

E a exclusão começa a partir do preço recebido conforme a escala de produção, segundo o pesquisador do Cepea/USP, Leandro Ponchio. Em média, de acordo com ele, um pequeno produtor ganha R$ 0,35 por litro, enquanto um grande é remunerado em R$ 0,65 por litro. "Ficam aqueles que conseguem escala".

No acumulado deste ano, os valores reais já estão 15% menores que os praticados no mesmo período de 2005. Teoricamente, segundo Ponchio, para compensar a queda nos preços e a inflação, o produtor teria que aumentar 23% a safra.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil), Jorge Rubez, não acredita em uma nova reestruturação do setor. Segundo ele, 95% dos pecuaristas são de pequeno porte, que respondem por 36% da safra nacional de leite.
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Romulo César Alves da Silva
ROMULO CÉSAR ALVES DA SILVA

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/09/2006

Nos últimos anos, o que se tem visto em relação à pecuária leiteira brasileira é, cada vez mais, a diminuição do número de produtores e o crescente aumento da produção nacional, fato este que nos revela a crescente profissionalização do setor.

Talvez por dois motivos principais: 1) exigência, por parte dos laticínios e do próprio mercado consumidor por produtos de qualidade superior, e 2) possibilidade de ganhos extremamante satisfatórios na venda da produção.

O que todos os produtores, principalmente aqueles de maior poder de investimento e de grande escala de produção devem ter sempre em mente, é que, atualmente, todo o conhecimento e a tecnologia de produção estão ao seu lado, porém, eles ainda não sabem como vender seu produto.

É necessário que seja muito refletido este assunto: "Como venderei minha produção, uma vez que atendo a todos as especificações que a indústria e o próprio mercado me impõe?"
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/09/2006

O artigo acima fala em otimismo. Além dele próprio, haverá mais algum produtor?
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2006

A tendência do mercado do leite no Brasil passa pela especialização. Tenho dito, com certa insistência, que a profissionalização do setor é a meta a ser atingida. Apesar de sabermos que o pequeno produtor ainda representa a maioria no quadro brasileiro de lácteos, e que os laticínios têm nele uma grande fatia em seus fornecedores, o que se nos afigura é que, com as exigências cada vez maiores pela qualidade e quantidade do leite, seu futuro é desaparecer do cenário, em face da pouca capacidade que arregimenta de investimento.

Lado outro, não é à toa que os grandes produtores recebem melhores incentivos de preço por seu produto, o que os dirige para um cada vez maior fluxo de produção, explicando as altas no volume destinado ao consumidor. Esta é justamente a conclusão de Leandro Ponchio, ao afirmar que "ficam aqueles que conseguem escala", ou seja, nada mais, nada menos que os grandes produtores.

Outro fator preponderante no cenário atual é que o grande produtor, entendido aquele que produz mais de dez mil litros de leite por mês, independentemente da quantidade de terra que possui - já que a relação tamanho e produtividade não existe muito, em face da cada vez maior estabulação de gado leiteiro - conscientizou-se de seu poder de barganha e, nos dias atuais, já exige de seu cliente - o laticínio - preços mais atrativos e, em certos casos, até mesmo, garantias de um preço mínimo, alheio às variações de mercado.

Tudo isso, todavia, serve para que tenhamos certa dose de otimismo (não mais homeopática mas, sim, generosa) quanto ao futuro da produção, já que com o ganho em qualidade e a abertura, cada vez maior, aos acenos da genética produtiva, podemos antever que, finalmente, o pessimismo, que parecia eterno, vai sair dos anais da produção de leite nacional e transmutar em rentável o que antes era só insegurança e desânimo.
Qual a sua dúvida hoje?