Longa-vida: após recuperação, preço se mantém estável

Os preços do leite longa-vida parecem ter estabilizado no último mês de novembro. Após um período de estoques elevados nas indústrias e enfraquecimento da demanda, resultando em queda de preços, o produto conseguiu se recuperar no mês de outubro. De acordo com dados do Cepea-Esalq/USP, o produto foi comercializado, no atacado, a R$ 1,40 no mês de outubro (média nacional), alta de 3% em relação a setembro.

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Os preços do leite longa-vida parecem ter estabilizado no último mês de novembro. Após um período de estoques elevados nas indústrias e enfraquecimento da demanda, resultando em queda de preços, o produto conseguiu se recuperar no mês de outubro. De acordo com dados do Cepea-Esalq/USP, o produto foi comercializado, no atacado, a R$ 1,40 no mês de outubro (média nacional), alta de 3% em relação a setembro.

Gráfico 1. Preços do litro do leite longa-vida no atacado (média nacional).

Figura 1
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No varejo, o preço do leite pasteurizado em novembro mostra alta de 2,59% em relação a outubro, de acordo com o IBGE-IPCA (lembrando que o IBGE engloba o longa-vida no item Pasteurizado). Em levantamento realizado em Piracicaba, pelo MilkPoint, o leite longa-vida apresentou preço médio de R$ 1,66 no mês de novembro - uma variação positiva de 2,16% em relação à média do mês anterior.

Segundo fontes do setor consultadas pelo MilkPoint, algumas indústrias desviaram parte do volume de leite que seria usado na produção de leite longa-vida, para queijos e leite em pó. Essa possível diminuição da produção teria contribuído para a manutenção de preços no mês de novembro. Ainda, grandes indústrias teriam diminuído o ritmo de produção do leite longa vida, em função dos custos mais altos de embalagem e frete. Por outro lado, o preço do quilo do queijo no atacado - que foi acompanhado pelo longa-vida na recuperação de preços em setembro/outubro- já sofreu um reajuste para baixo nesse último mês, provavelmente pelo aumento da oferta.

A relação entre preço do longa-vida no atacado e o preço do leite pago ao produtor, mostra aumento nos meses de setembro e outubro, sendo que em outubro essa relação é 11% superior em relação a setembro (todos os valores foram corrigidos pelo efeito da inflação). Em outubro, o preço ao produtor registrou queda de 7,3% (na média nacional) em relação a setembro, e o leite longa-vida, no atacado, teve alta de 3% (Cepea-Esalq/USP).

Gráfico 2. Relação entre preço do longa-vida no atacado e o preço do leite pago ao produtor.

Figura 2
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Considerando a oferta de leite nos últimos meses, de acordo com o Índice de Captação do Cepea, o aumento da captação de leite pelos laticínios/cooperativas não foi como o esperado para o período, sendo que de setembro para outubro, o crescimento foi de apenas 1,36%. Essa desaceleração na produção (considerando os índices do mesmo período de 2007), podem atuar positivamente na estabilidade e, dependendo da região, até recuperação de preços nos próximos meses.

Marlizi Moruzzi, Equipe MilkPoint
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Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 26/12/2008

O termo justo a ser aplicado para isso chama-se "vergonha"; como disse o colega, cadê as cooperativas de leite, é justo que issso aconteça? Está aí demonstrado que precisamos nos unir em torno do nosso ideal que é a nossa atividade. Parece-me que os presidentes e diretores das cooperativas de leite só estão preocupados com os seus poupudos salários.

Precisamos fazer um movimento no Brasil para mudar a lei do cooperativísmo, o setor está sufocado, precisa se oxigenar com novas lideranças e gestores, chega das mesmices, é hora de mudar para melhorar, os seus presidentes e diretores deveriam ganhar seus salários em função do resultado honesto das cooperativas que dirigem. Quando precisamos das cooperativas a sua maioria faz o jogo das empresas, sendo que deveria ser o contrário. Pensem nisso, vamos nos mobilizar junto a CNA para que a nossa presidente abrace essa nossa luta.
antonio patrus de sousa filho
ANTONIO PATRUS DE SOUSA FILHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/12/2008

Réplica ao SR Laércio Barbosa: A queda de preço do leite longa vida ou qualquer outro produto nao significa queda de margem de lucro. Podemos ter queda de preço mas podemos conservar a margem de lucro. É o caso dos laticinios e varejos! Nós produtores de leite não temos nenhuma margem de lucro e sim prejuízo em nossas operações pois o custo operacional efetivo (COE), hoje em torno de R$ 0,70, para se produzir um litro de leite, é maior que o preço pago hoje pelos senhores. Fui bem claro ao dizer que os senhores preservam suas margens e nós não.

Que venha logo 2009 para que possamos sentar , por na mesa os numeros, e melhorar o preço pago ao produtor sempre imposto e definido pelos laticinios. Que venha logo 2009 para que os produtores de leite se organizem em uma central nacional e digam aos laticinios por quanto vão entregar seu leite! Abraços, Patrus.
Laércio Barbosa
LAÉRCIO BARBOSA

PATROCÍNIO PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/12/2008

Resposta ao Sr. Antonio Patrus:

A análise nunca pode ser feita apenas com base em um único mes, como em seu comentário a respeito do mes de setembro/08. Nos 14 meses anteriores essa relação foi sempre favorável ao produtor, como mostra o gráfico 2 na mesma matéria, que aponta a queda do preço do leite longa vida sempre maior que a queda repassada ao produtor. Nos meses de agosto e setembro de 2007 inclusive, o leite longa vida teve expressiva queda de preço, sendo que os preços ao produtor subiram.

Se o ano de 2008 foi ruim para os produtores, foi pior para as empresas de laticínios. Que venha logo 2009 e toda a cadeia láctea possa dar a volta por cima!
antonio patrus de sousa filho
ANTONIO PATRUS DE SOUSA FILHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2008

É incrível! Em outubro o preço pago ao produtor registrou queda de 7,3% em relação a setembro e o leite longa vida no atacado teve alta de 3%. Isto confirma a tese de que os laticinios e varejos sempre preservam suas margens em cima do produtor que arca com o prejuízo de toda cadeia do leite. Se algum laticínio ou rede de varejo ou atacado que ler este meu comentário demonstrar o contrario , responda! Fica ai o desafio! Será que vão aparecer? Quanto a nós produtores rurais, precisamos urgentemente nos organizarmos, para não termos que entregar nosso produto pelo preço que eles querem. Aonde estão nossas cooperativas, associações, etc? Elas existem? Se existem, porque não tomam nenhuma atitude? Que vergonha!
Qual a sua dúvida hoje?