Logística: maior entrave ao crescimento do agronegócio

A balança comercial do agronegócio nacional fechou em US$ 49,6 bilhões. Os números são bons, mas poderiam ser melhores, não fosse o colapso logístico que o País enfrenta. A avaliação é do consultor de logística e infra-estrutura de transportes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antonio Fayet. Apesar do agronegócio no Brasil responder hoje por um terço do PIB nacional e representar 40% dos postos de trabalho, o setor passa por um momento de crise. Há deficiências em toda cadeia logística.

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A balança comercial do agronegócio nacional fechou em US$ 49,6 bilhões. Os números são bons, mas poderiam ser melhores, não fosse o colapso logístico que o País enfrenta. A avaliação é do consultor de logística e infra-estrutura de transportes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antonio Fayet. Apesar do agronegócio no Brasil responder hoje por um terço do PIB nacional e representar 40% dos postos de trabalho, o setor passa por um momento de crise. Há deficiências em toda cadeia logística.

Problemas na infra-estrutura portuária, rodoviária e hidroviária, são alguns dos obstáculos que prejudicam o escoamento da produção brasileira. A falta de terminais portuários encarece a cadeia logística. Fatores como as altas multas de navios em espera nos portos, o aumento do tempo nas estradas em função das más condições de conservação das rodovias, os fretes inflacionados, pesam na balança comercial brasileira e no bolso do produtor rural.

Para Fayet, o Brasil possui tecnologia e produtividade de primeiro mundo, mas sua infra-estrutura logística deixa a desejar. "A maioria dos portos brasileiros não possui nem metade da capacidade de suas demandas. Por isso, toneladas de produtos têm que encontrar pontos de saída em outras regiões, encarecendo a logística e deprimindo os preços pagos ao produtor em todo o país". Dados da CNA mostram que o custo para se transportar uma saca de soja, por exemplo, até os portos, chega a representar mais de 50% do faturamento do produtor.

De acordo com CNA, a baixa disponibilidade de áreas para produção no mundo, vai fazer com que o Brasil, dentro de 10 anos, seja detentor de 60% do mercado internacional de alimentos. Mas isto, se o Brasil tiver infra-estrutura suficiente para escoar a produção. A expectativa da Confederação é que em 2017, o país quase dobre as exportações do agronegócio, ou seja, mais 70 milhões de toneladas de alimentos sejam produzidos.

O Brasil enfrenta vários desafios para poder seguir em frente com suas atividades. Além da falta de corredores para o escoamento da produção, por causa das péssimas condições de infra-estrutura, outros problemas também comprometem a competitividade do setor. A política tributária e a cambial são outros desafios internos que dificultam e esmagam a produção brasileira. Fayet explica que o Brasil precisa de novos tipos de investimentos, pois os sistemas rodoviários não suportarão tantas demandas.

"A implantação de hidrovias é uma questão lógica de economia e sobrevivência. Quanto ao sistema portuário, é fundamental liberar totalmente o setor privado para construir e operar terminais para uso público, tanto nos rios como na costa marítima", afirma. Fayet ainda diz que o setor privado está ávido para fazer investimentos em infra-estrutura e, em especial nos portos. O problema é que falta liberação para a iniciativa privada investir e quebra das restrições à livre concorrência. A concessão de rodovias importantes para o escoamento da produção pode ser uma das formas possíveis de estancar a grande perda de renda que assola o agronegócio brasileiro.

A matéria é da assessoria de comunicação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES), adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.
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