Leitores apostam em aumento de produção neste ano

A enquete realizada pelo MilkPoint entre os dias 17 e 31 de agosto analisou a opinião dos leitores quanto à produção de leite em 2006. Foi perguntado "Qual deve ser o aumento da produção de leite neste ano?", sendo as opções: acima de 4%; entre 2,5% e 4%; entre 0% e 2,5%; entre -2,5% e 0% e queda de mais de 2,5%.

Publicado por: MilkPoint

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A enquete realizada pelo MilkPoint entre os dias 17 e 31 de agosto analisou a opinião dos leitores quanto à produção de leite em 2006. Foi perguntado "Qual deve ser o aumento da produção de leite neste ano?", sendo as opções: acima de 4%; entre 2,5% e 4%; entre 0% e 2,5%; entre -2,5% e 0% e queda de mais de 2,5%.

Quase 38% dos leitores que responderam que a variação da produção leiteira neste ano ficará, positivamente, entre 2,5% e 4%. A segunda opção mais votada foi entre 0% e 2,5%, também positivos, representados por 26,3% dos votos dos leitores.

Veja a seguir os resultados da enquete.

Tabela 1. Resultado da enquete do MilkPoint sobre "Qual deve ser o aumento de produção de leite neste ano?"

Figura 1

Deve aumentar acima de 4%

Quase 19% dos leitores acreditam que a produção neste ano deve aumentar acima de 4% frente a 2005. Entre os que votaram nesta opção, estão Paulo Sebastião Paes Leme, produtor em Quirinópolis (GO), Hekmuth Germano Venske Júnior, produtor em Castro (PR), Marcelo Padovan Nogueira, da Leite Nilza, Edson Carlos Poppi, zootecnista da Katec Agrotécnica (PR), Airton José Perdiger, da Cooperativa Languiru e José Luiz Lourenço Franco, da Representações São Lourenço.

Para Edson Carlos Poppi, com a dificuldade no setor de grãos, muitos produtores estão migrando para o leite.

Airton José Perdiger acredita que a produção no Rio Grande do Sul está crescendo mês após mês, entre 10 e 12% em relação ao mesmo período de 2005. Ele acha que o que irá ocorrer provavelmente no estado gaúcho será uma antecipação do pico de produção, que geralmente ocorre entre setembro e outubro. "Em 2006, esse pico poderá antecipar para agosto/setembro em função do clima quente nos meses de junho e julho, mas acredito que a produção do ano de 2006 irá superar os 4%".

Segundo José Luiz Lourenço Franco, as empresas deste segmento estão acreditando no mercado. Com o aumento da quantidade das indústrias neste setor, a procura pelo produto aumentará, assim como incentivo à produção.

Deve aumentar entre 2,5% e 4%

Entre os leitores que votaram nesta opção, e representaram 37,89% dos votos, estão Guilherme Alves de Mello Franco, produtor em Juiz de Fora (MG), Leomar Martinelli, da Lider Alimentos, José Roberto Poiatti, da Avipal, Nereu Francisco Selli, da Cooperativa Central Oeste Catarinense, João Otair Batista, da Usina de Laticínios Jussara, Marcelo de Rezende, da Confepar, Luís Fernando Laranja, do Instituto Ouro Verde, Antônio Julião Bezerra Damasio, da Cooperativa de Laticínios de Sorocaba, José Firmino Dimas de Sousa, produtor em Goiânia (GO) e Sérgio Ricardo da Silva, da Frimesa.

Para Guilherme Alves de Mello Franco, a tendência de aumento na produção não tem sido surpresa, já que a seleção natural começou a estender seus braços entre as médias e grandes propriedades. "Assim, somente os realmente profissionais estarão aptos, e os amadores e aventureiros, cerrarão suas portas. Aqueles que não aceitarem os desafios do setor, sucumbirão ao medo".

Segundo José Firmino Dimas de Sousa, a variação no preço do leite é um dos principais fatores que denota o equilíbrio de uma propriedade produtora de leite. Com uma estabilidade no preço do leite, a produção seria mais estável e com crescimento.

Para Sérgio Ricardo da Silva, na atual crise do agronegócio, pequenas propriedades que apostavam na cultura da soja e trigo na região Sul se viram na necessidade de buscar outras alternativas e acabaram entrando na atividade leiteira. Além disso, em função dos assentamentos, também houve novos produtores no setor.

Deve aumentar entre 0% e 2,5%

Cerca de 26% dos leitores que responderam à enquete acreditam que a produção neste ano deve ficar de estável a 2,5% superior em relação ao ano passado. Entre os que optaram por essa alternativa, estão Wagner Milanello, professor da Unisa, em São Paulo, Marcel Scalon Cerchi, do Laticínios Scala, Leonardo Santos Dangelo, da empresa Costaguta, Silvio Doria de Almeida Ribeiro, da Capritec, Marcos Scherer, produtor em Toledo (PR), Hélio Ornellas Vieira Júnior, da Indústria de Laticínios de Araxá e Mário Constantino Conczviz Menine, da Emater.

Deve haver queda entre 0% e 2,5%

Apenas pouco mais de 6% dos leitores que responderam à enquete MilkPoint acreditam que deve haver uma queda de produção neste ano de até 2,5% em relação ao ano passado. Entre eles, estão Roberto Cunha Freire, produtor em Belo Horizonte (MG), José Valdir P. Do Vale, produtor em Queda do Iguaçu (PR), Edgard Ganzert Filho, inseminador em Lapa (PR), Hélio Alves de Carvalho, produtor em Juiz de Fora (MG).

Para Roberto Cunha Freire, do jeito que a atividade vem sofrendo com a estagnação dos preços em patamares inferiores aos reajustes dos insumos, salários, remédios, energia etc, está ficando cada vez mais difícil permanecer na atividade. Além disso, a situação se agrava em virtude do governo, que adota uma política econômica que deixa a taxa do dólar desfavorável ao setor e, em conseqüência disso, as indústrias acabam importando muito leite.

Deve haver queda de mais de 2,5%

Mais de 10% dos leitores responderam que deve haver uma queda de produção neste ano de mais de 2,5% frente a 2005. Entre eles, estão Sidney Lacerda Marcelino do Carmo, produtor em Belo Horizonte (MG), Luís Guilherme Winharski, produtor em Dois Vizinhos (PR), José de Jesus Santos, produtor em Santo Anastácio (SP) e Roberto Ximenes Bolsanello, da Agropecuária Bolsanello.


É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre determinado assunto.
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José Romeu Kruger Nunes
JOSÉ ROMEU KRUGER NUNES

TOLEDO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/09/2006

Este ano trabalhamos para nos manter na atividade, pois os preços não estão deixando margem de lucro. Precisamos melhorar a qualidade e volume, porém, dependemos de investimento que o caixa não permite serem feitos.

Meu lucro operacional em 2005 foi de R$ 24.324,00. A previsão para este ano é de R$ 8.000,00. Com esta receita, não podemos pensar em investir, o que podemos fazer é ficar atentos quanto à adoção de novas tecnologias, que surtem resultados na redução dos custos e aumento de produtividade.
Flávio Quintão Mateus
FLÁVIO QUINTÃO MATEUS

MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/09/2006

O crescimento da produção leiteira no Brasil é muito significativo, apesar do descaso quase que total que a atividade tem por parte dos governos federal, estaduais e municipais, em relação às políticas adotadas para o setor.

Podemos observar que as crises são constantes. É aftosa, importações absurdas, leis ou normativas que ordenariam o setor sendo prorrogadas, dólar supervalorizado para mascarar políticas populistas, e outras situações fazendo com que o produtor não consiga ficar em pé. E, mesmo assim, o setor cresce. Por que será?

É por que o negócio é bom. E muito bom para aqueles que procuram melhorar. Me referi a políticas públicas porque penso que os governantes deveriam defender um setor de tão grande importância, não só econômica, mas principalmente social. Por que será que a União Européia e os EUA protegem tanto seus produtores rurais?

A enquete realizada pelo MilkPoint mostra, através do depoimento de pessoas de diversas regiões, a realidade do atual momento. Mais de 56% acha que a produção irá crescer acima dos índices normais. É um fato.

Se com frio e seca a queda momentânea não é tão significativa, imagine o que acontecerá quando começar a chover, aumentar as temperaturas e o pasto crescer ? O preço vai cair, é lógico. Pois é, e aí eu pergunto: cadê os secadores para estocarmos o excesso e segurar a queda a níveis aceitáveis ?

O José Luiz Lorenço Franco talvez esteja errado. As empresas que regulam o mercado passarão a importar. Vale lembrar que o dólar está "barato". Guilherme Alves de Melo Franco, os aventureiros e oportunistas sempre existirão em qualquer meio que não haja regulamentação e fiscalização. Eles não têm medo de nada.

Vamos sonhar. Vocês imaginem se tivéssemos políticas públicas que protegessem o produtor. Como estoques reguladores, crédito melhor direcionado, regulamentos que fossem exigidos e fiscalizados, apoio técnico a quem quisesse melhorar, instrumentos que fizessem o consumo interno crescer, a união do produtor entre si e com a indústria... O setor precisa se profissionalizar. Para isso acontecer precisamos nos educar. Êpa! Educação. Tenho escutado isso em algum lugar!
Qual a sua dúvida hoje?