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Leitor comenta: O uso da heterose na produção leiteira

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 30/01/2012

2 MIN DE LEITURA

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O leitor Mario Machado Paschoal, do Distrito Federal, enviou na semana passada (25/01) um comentário abordando o tema "heterose na atividade leiteira", referente ao radar técnico de melhoramento genético de 2007: Cruzamento em gado leiteiro - novidades lácteas. Leia abaixo o comentário na íntegra:

"Prezados companheiros que trabalham com pecuária leiteira: primeiro esclareço que sou extensionista da rede pública e tive a oportunidade de já ter vivido um bocado neste meio; avalio que existe dois "universos", considerando que a produção de leite com animais especializados (holandês e jersey) está plenamente estabelecida, consolidada e não há o que discutir (com condições adequadas). Conheço fazenda em pleno calor de Unaí-MG (e é muito quente) produzindo com holandês PO 2000 litros de leite /dia sem free-stall, sem ordenha de fosso, tudo muito simples, com silagem de milho como base alimentar, é claro, gerenciado pelo proprietário que mora na fazenda. Rebanho feito no local a partir de 9 matrizes, com IA.

Ou seja tudo é possível, desde que.....O outro lado é o mundo tropical existente no Brasil, onde ocorre a produção de 80% do leite do mercado brasileiro, através de vacas mestiças, e aí que ocorre o seguinte: desde muito tempo (década de 50) o produtor tenta "balancear" o tipo de animal com holandês e zebuíno (hoje leiteiro). Aí surgiu o denominado girolando, posteriormente iniciou-se a busca pelo Puro Sintético, que hoje só existe nas mãos dos produtores comerciantes de genética da região de Uberaba, e vem a discussão em torno do 1/4 de sangue e mais não sei. No entanto, a nossa valorosa EMBRAPA, assim como outros pesquisadores de outra instituições e universidades já publicaram os resultados CIENTÍFICOS da importância de se utilizar da heterose e que realmente tem importância a partir de raças distantes entre suas origens. E estou falando da F1 hol. x gir leiteiro: chega de confusão, chega de desserviço ao agropecuarista de ofício, principalmente a agricultura familiar, que é induzida a fazer experiências com o chamado girolando, e só obtém retrocesso genético.

A ciência já demonstrou: genoma de 50% de holandês e 50% de sangue gir leiteiro é só no F1; o resto pode tudo. Porém, existe saída além do F1, e está lá escrito no Manual Técnico da Embrapa: é o Cruzamento Alternado Simples, que se aproxima do meio sangue, com 67% de heterose, feito com disciplina (e hoje com todo o material genético do gir disponível), a cada geração impregnando, banhando novamente com a outra raça, é fantástico. Convido a todos a conhecerem resultados práticos já conquistados. Apelo mesmo a usar o bom senso e dissipar essa imensa confusão: heterose que de fato tem sentido para a pecuária brasileira, e no mundo tropical (o Brasil possui o melhor zebu leiteiro do mundo e que todos os países "quentes" necessitam para a mestiçagem; se ainda não possui genética brasileira é porque os gringos ainda não deixaram...) é com holandês e gir leiteiro, e o resto (cruza com jersey, etc..) é pura decisão de experimentação, condicionante da livre iniciativa de cada um. Nós técnicos temos o dever de esclarecer aos quatro cantos do mundo tropical: PRODUTORES DE LEITE SE APROPRIEM DA HETEROSE, que a natureza nos dá de graça e usufruam dos maravilhosos resultados, como outros setores."

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PEDRO DORINHO PRACIANO NETO

SOBRAL - CEARÁ - ESTUDANTE

EM 06/03/2018

como um animal 1/2 sangue tem uma elevada heterose, eu queria saber se um bezerro girolando 1/2 sangue serve como reprodutor.
LUCAS CARNEIRO

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 18/08/2013

Bom...Tava chato já essa discussão de raça...Minha síntese após ler isso tudo (posso estar errado), foi q criador de holandês "profissional" que tem dinheiro, num país como nosso, e estudando um pouco de bioclimatologia, pode facilmente observar, o gir e girolando tirão muito do seu dinheiro, e cá entre nos, tem muito campo a ser explorado, por mérito único e exclusivamente da resistência e produtividade sim, da raça... A pergunta está aq: se foi o homem q criou o holandês, cujo o nome se remete a seu local de origem, um local bem acima dos trópicos, por que nos brasileiros não CONSTRUÍMOS UMA RAÇA NOSSA??? Independente de ser mestiça ou não, sintética ou pura, o que vale é atender a realidade regional, o agricultor familiar, o médio e o grande pq não, fazendo genética para o mundo... Deixa o holandês pra quem tem clima (Serra da mantiqueira, Sul do país, sei lá) ou dinheiro pra instalações ... Não tem raça melhor nem pior, tem mais adaptada e menos, se vc tiver dinheiro, vc resolve esse problema...Mas não desfaça do Gir nem do girolando, pois existem pessoas sérias neste meio e que não são apenas vendedores (quer dizer são comerciantes, igual a todos no meio da bovinocultura leiteira, mais importam se com uma melhora nos seus produtos), Digo mais com o melhoramento genético temos tudo pra aumentar a persistência da lactação, eu sou novo ainda, vou ver esse gado alavancar, até pq faz sentido um gado mestiço indiano ter mais possibilidades de crescimento no brasil, do que um gado EUROPEU. Ta bom de copiar vamos inovar, misturar e melhorar!!! Faz tempo q os europeus fazem isso, gente tem a carta na manga... obs: Não sou ninguém estou aq de passagem, como todos vcs... inté...
MARIO MACHADO PASCHOAL

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/04/2013

Caro Márcio. A produção de leite é um negócio como todos os outros. Como negócio a sua implantação passa pelo volume de investimentos alocados para o projeto. Como já foi dito neste fórum a produção leiteira é atividade desenvolvida em muitos países e em condições climáticas diferenciadas. Na hora da escolha da raça a Holandesa é a preferencial, por ser a que mais desenvolveu-se geneticamente para a produção de leite. No entanto, "as coisas estão mudando", senão vejamos: em 2012 foi anunciado dois recordes de produção individual de leite, o primeiro de uma vaca 1/2 sangue Holandês x Gir Leiteiro, e após sendo superado por uma vaca 3/4 Holandês x Gir Leiteiro, algo acima de 100 litros/dia. No meu entender, isto quer dizer que essas mestiças, primeiro que carregam genoma para tanto, e segundo que estão muito à vontade para produzir leite em regiões quentes. Moral da história: a raça pura Holandesa foi superada e terá de trabalhar duro para voltar a subir no pódium. Então a premissa de que produção leiteira só com holandesa já era. Outras opções de raça existem, principalmente se for produção a pasto e aí está o Gir Leiteiro com uma evolução genética fantástica, no entanto ainda muito caro para montar um plantel de vacas para compor um projeto que será pago com produção de leite. Numa situação realista de Brasil Tropical, não é sem embasamento que os maiores pesquisadores da área recomendam a utilização da heterose, como ferramenta rápida de ter em um mesmo animal as características que compõe o lucro. Lucro é o alvo. Cientificamente falando a segunda opção, para obter e reter heterose, temos o Cruzamento Rotativo Simples, sempre com Holandês e Gir leiteiro, lembrando que o descarte deve ficar abaixo de 5%, com excelentes resultados. Lembrando mais uma vez que cada projeto é único e depende do investimento.
MARCIO YURI DE S. ARAÚJO

PARAUAPEBAS - PARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/04/2013

Olá sou Marcio Yuri, gostei do comentário citado acima, que pena que com a Heterose só se tem maior ganho genético na primeira geração, na F1.

O gado gir juntamente com trabalhos arduos e extremamente dedicados de melhoramento e seleção, feita por produtores de genética da área, que acreditam num leite produzido à pasto numa melhor qualidade e de baixo custo.

A raça Gir, é a raça que veio para levar opção de produção para o norte do nosso País, parabens aos criadores da raça, vamos trabalhar selecionando nosso rebanho para um futuro melhor das familias que moran no campo...
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/03/2012

Prezado Mário Machado Pascoal: Como você mesmo destaca, as pesquisas e opiniões transcritas em sua fala referem-se, como sistema de excelência, ao confinamento de bovinos leiteiros. Ora, sabemos nós, que lidamos com tal sistema, que este exige (como aliás é assertiva nas opiniões em dissecção) que se tenha escala de produção, o que se resume, de forma indene de dúvidas, em alta performance e produtividade individual. Lamento informar que esta excelência só se consegue com a utilização de raças europeias puras, sendo contraproducente confinar animais mestiços, eis que os mesmos, via de regra, não sumplantarão à produtividade de uma vaca holandêsa de alto nível genético.

Prece-me que, assim, vão por terra quaisquer tentativas de heterose em rebanhos especializados em produção de leite.

Quanto à preocupação com o coeficiente financeiro para se alcançar ao aparato necessário para a implantação das benfeitorias, infelizmente, num mundo capitalista como o nosso, este deverá vir de cada um dos produtores e, quando muito, de financiamentos oriundos de entidades particulares, já que as forças governantes não se têm interessado pela evolução do setor, malgrado sua importância na tábua de exportações brasileiras.

Todavia, esta evolução não será uma opção, mas, sim, uma exigência do mercado e quem não produzir em altas quantidades e em qualidade impecável, será reduzido, infelizmente, à retratos nos álbuns de família e a lembranças mal resolvidas.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
MARIO MACHADO PASCHOAL

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/03/2012

Boa noite a todos. Primeiro agradeço as palavras elogiosas do Flávio Buainain. Muito já foi dito, mas parece ainda necessário reforçar as evidências. Para não fugir ao referencial que tenho citado, na Instrução Técnica para o Produtor de Leite, da EMBRAPA, inicia advertindo que as raças européias especializadas para leite são indiscutivelmente as raças preferidas e recomendadas para as boas condições de manejo (desde que recebam manejo adequado, ou seja, tenham condição semelhante ou aproximada daquela que recebem nos países de pecuária de leite mais desenvolvidos). Em artigo publicado na Revista Preços Agrícolas, de 1996, Fernando Jank, Produção de Leite: Afinal, Qual é o Melhor Sistema? onde utiliza o retorno sobre o capital como parâmetro para comparar desde Sistemas Extensivos até o Intensivo, sob o ponto de vista da Rentabilidade e Risco, concluiu: - o modelo extensivo só é viável em terras baratas e mão de obra barata; o modelo intensivo é o mais viável, mas ainda assim só é (no sentido de compensar os elevados riscos do negócio) com preço do leite R$ 0,35 por litro (líquido de frete e impostos), preço este da época (não atualizei, mas dá para entender o que estava em jogo com estas informações); o modelo intensivo é tanto mais viável quanto maior a escala de produção; portanto o melhor é investir em tecnologia e intensificação tanto quanto permitam a CAPACIDADE GERENCIAL do produtor e sua DISPONIBILIDADE DE CAPITAL.

A  UFMG realizou uma pesquisa em 2001 com 241 fazendas em MG e SP, para analizar os impactos das transformações da produção de leite, no número de produtores e os requerimentos de mão de obra e capital, com simulações sobre o comportamento da produção para 2010. Separou-se os eficientes dos ineficientes. Entre tantos dados obtidos trasncrevo o que diz pertinente ao raciocínio que estou desenvolvendo nesta ocasião: foi simulado 4 cenários de transformações e em todos há NECESSIDADE DE CAPITAL. No cenário de elevadas transformações, o adicional de capital requerido corresponde a 52,4% do estoque atual de capital com DESTAQUE PARA MÁQUINAS, 158,7%, e ANIMAIS, 145,7%.

Está escrito na Introdução do Livreto Produção de Leite a Baixo Custo, de 1996, de autoria do Prof. Edmundo Benedetti e Prof. André Comanetti: até o ano 2000, nada menos do que 60% dos produtores de leite poderão estar fora do mercado, se não for efetuada uma mudança drástica no setor, especialmente na mentalidade desses produtores.

Na história da humanidade a maioria das coisas permanecem constantes.

Volto a perguntar: de onde virão os investimentos necessários?

Pois é, as dificuldades são muitas e aí reside a lentidão na tão pretendida transformação que todos almejam.

Eu sigo ensinamentos do Professor Edmundo Benedetti:

1. buscar a eficiência na gestão dos negócios;
2. compatibilizar o tipo de rebanho com a localização geográfica deste e o manejo adotado. Ou seja, adequar as tecnologias de produção às técnicas de gestão.
MARIO MACHADO PASCHOAL

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/02/2012

Boa noite a todos. Primeiro agradeço as palavras elogiosas do Flávio Buainain. Muito já foi dito, mas parece ainda necessário reforçar as evidências, se não vejamos. Para não fugir ao referencial que tenho citado, na Instrução Técnica para o Produtor de Leite, da EMBRAPA, inicia advertindo que as raças européias especializadas para leite são indiscutivelmente as raças preferidas e recomendadas para as boas condições de manejo (desde que recebam manejo adequado, ou seja, tenham condição semelhante ou aproximada daquela que recebem nos países de pecuária de leite mais desevolvidos). Em um artigo publicado na Revista Preços Agrícolas, em 1996, de Fernando Jank, Produção de Leite: Afinal, Qual é o Melhor Sistema? onde utiliza o retorno sobre o capital como parâmetro para comparar desde sistema extensivos até o intensivo, sob o ponto de vista da rentabilidade e risco.  
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/02/2012

Prezado Clemente, Obrigado pelo elogio. Não creio que eu tenha muito conhecimento, apenas busco o conhecimento para poder me manter no mercado. Falarmos em heterose como solução para calor, carrapato, falta de alimento, etc., pode ser útil para criação de gado de corte, no gado leiteiro nós exploramos a produção de leite e como é do conhecimento de todos, leite entra pela boca. Não adianta você ter uma vaca pastando brachiaria rapada, se mantendo gorda, com o pelo liso e umas "gotas" de leite na hora da ordenha, isto não melhora a vida de ninguém, a não a ser a dos criadores de gir e de girolando.

Um abraço

Ronaldo
FLAVIO BUAINAIN

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/02/2012

Sr Mario Pascoal, parabens pela dssertacao que o Sr escreveu,nota-se ser um grande conhecedor em producao leiteira e tem uma facilidade em expressar sobre o assunto. É de pessoas inteligente e com bom conhecimento, que ajudam o MilkPoint ser um bom canal de informacao sobre a pecuaria leiteira. Um abracao e parabens.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/02/2012

Prezado amigo Clemente da Silva: Obrigado pelas palavras elogiosas que, certamente, não condizem com a minha realidade. Porém, admito que, ao contrário de tantos outros que por aqui circulam, no MilkPoint, minhas ideias são pautadas na experiência e no conhecimento adquirido em anos de estudo das raças leiteiras, afinal, a Fazenda Sesmaria possui mais de cinquenta anos neste único ofício, sendo pioneira na raça holandêsa, nas benfeitorias, na inseminação artificial, na energia elétrica, na região de Lima Duarte e Olaria - MG (enquanto muitos usavam lampião a gás, meu avô tinha uma miniusina que fornecia energia - pelo menos, até as vinte e duas horas). Não se olvide que este estudo passa por todos os tipos de manejo, desde criação extensiva, a pasto, até o confinamento integral dos bovinos de leite e, portanto, temos propriedade para falar sobre todos eles, pelo menos, de forma empírica. Mas, não se esqueça, amigo, sou leigo no assunto.

Quanto à heterose, que mais dizer, "se o mestre já chamou de borboleta o que os outros afirmaram ser o fim do mundo"...

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 15/02/2012

Dando continuidade, já que a coisa é muito extensa. Quando eu digo que a heterose some em 02 cruzas, é porque o grau de sangue dominante passa a ser da raça que der continuidade ao cruzamento, no caso a raça holandesa. Muitos dizem que se voltar no Gir, a heterose volta. Volta Coisíssima nenhuma! Aí vira Tatú com cobra, Como diz o amigo Gontijo, com muita sabedoria. Aí você perde de vez, todo o trabalho de dez anos, e é oque acontece com a maioria dos criadores que vão na conversa e voltam com um touro gir ou até mesmo com nelore na vacada. Esses só conseguem ganhar dinheiro, se partirem para o comércio de "girolando". rsrsrsrsr. Não é impossível se conseguir ser bem sucedido no cruzamento para fazer a tal girolando, mas o produtor está sempre andando no fio da navalha, o descarte é muito grande por N problemas em nome da rusticidade, que acaba por não ser conseguida, e, se conseguida, posso garantir que ninguém tem coragem de divulgar os custos, se é que são calculados. Antigamente, se cogitou o cruzamento com Guzerá. Cá para nós, eu vi e acompanhei alguns. Os produtos eram de encher os olhos! Uma vacada uniforme, preto acinzentado, lindas! Eu até acreditava que seria a solução para o nosso clima, já que na época, não havia tecnologia nenhuma. Por fim a coisa bateu na limitação de oferta de matrizes Guzerá para se dar continuidade. Até hoje eu ainda penso que se ouvesse maior oferta de matrizes, o programa poderia ter deslanchado melhor doque com as "gir."

Abraços,

Clemente.
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 15/02/2012

HEHEHEHEH! Eu sou um mestiço, meio sangue polonês e meio sangue português.

Coiceiro rebelde e agressivo a toda hora chuto o balde e dou cabeçada pra todo lado.

Se fosse uma vaca, seria muito ruim de leite. Resultado de HETEROSE máxima. rsrsrsrsrs. Sr Guilherme, se eu fosse reu de alguma atitude criminal, não desejaria tê-lo como advogado de acusação. O sr. é mais esperto que uma raposa, e mais articulado que uma sucurí. Não há como deixar de concordar com seus argumentos sonóros e precisos. Outra pessoa a quem eu venho acompanhando e cujos comentários são repletos de conhecimento e experiências, é o Ronaldo Marciano Gontijo. A frase  que ele escreveu acima, "Não é melhor adaptar o ambiente aos animais",  só pode ser dita por alguém que conhece muito de manejo de gado leiteiro e acima de tudo, tem espírito empreendedor. Mais abaixo, ele manda um recado preciso ao amigo Flávio, que é coisa para ficar pensativo. rsrsrsrsr.  Com mais de trina e cinco anos, quase quarenta na atividade, eu conheci tudo de gado leiteiro no Brasil, e em boa parte do exterior. Defenderia a criação de gado mestiço para as regiões tropicais do Brasil, se houvesse seriedade na condução das cruzas. O problema é que não há! Quem está a frente desses movimentos, são apenas comerciantes.  A raça Gir, que segundo eles é a melhor para se fazer a vaca ideal para os trópicos, já é um animal sintético hoje em dia e não se pode fazer raça nenhuma, a partir de um puro e um sintético. As vacas Gir de minha época de iniciante, tinham uma barbela imensa, tinham 60 cm de orelha, e um detalhe: se essas orelhas não fossem bem encartuchadas, se não possuissem o gavião perfeito nas pontas, se a cabeça não fosse bem convexa e as saidas de chifres para trás e para baixo, não receberiam registro. Hoje, se vê vacas "gir"que nem encartuchamento de orelha têm, as barbelas que são tidas como o refrigerador do corpo, diminuiram a metade, o gavião da orelha fugiu etc, etc, e querem dizem que a raça se mantém? Outra coisa: Naquela época, vaca gir quando muito leiteira, e bem tratada, chegava a vinte litros de leite, por no máximo três meses. Assim que emprenhava, secava o leite.

Hoje se vê vacas "Gir" produzindo Cinquenta litros, no pico de lactação, com Úberes de vacas holandesas!  Ah vá contar essa história para outro,se essas vacas já não são produtos de cruzamentos absorventes. Cetra vez, conversando com um dos Neloristas que eu mais respeito, em sua casa em Uberaba, estavamos falando da história e evolução do nelore no Brasil e eu lhe perguntei: como o sr. conseguiu fazer do nelore indiano, pequeno, raquítico, animais tão grandes e diferentes, por exemplo, de um Karvady? Ele deu aquela risadinha marota e me disse: Bem... Clemente, você sabe que pureza racial, não existe, né? Pronto, estava explicada a questão. Então amigo Flávio,Tire esse negócio de Heterose em mestiço, de sua cabeça. Heterose some em 2 cruzas. Abraço.
MARIO MACHADO PASCHOAL

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/02/2012

Boa noite a todos. Felizmente vivemos num país livre e democrático e portanto todos tem o direito de se expressar conforme suas convicções.

A intenção aqui é o esclarecimento e não o convencimento.

Novamente entro no debate considerando que muitos lêem e poucos se manifestam, e por isso continuo dedicado ao esclarecimento, que é o meu ofício, principalmente nos dias atuais onde a sociedade de consumo chega as raias da covardia, "empurrando" guela abaixo de tudo: de agrotóxico a vacas holandesas. Por isso só resta ao produtor rural brasileiro aprender a se defender. No entanto, é natural, num regime capitalista, a promoção e a venda de produtos e todos tem de ser respeitados, inclusive os comerciantes de animais da raça Holandesa. É assim mesmo que as coisas são. A raça, reconhecida em 1989 pelo Ministério da Agricultura, conhecida como Girolando também é uma entidade privada e como tal vende os seus produtos.

Como Medico Veterinário e Extensionista, e felizmente com o respeito e a confiança dos clientes que me relaciono, volto ao esclarecimento, sem antes, lamentavelmente, perguntar: alguém poderia imaginar que uma instituição como a EMBRAPA  editaria o livro MELHORAMENTO GENÉTICO DE BOVINOS DE LEITE, assinado por pesquisadores e melhoristas como José Valente, Marcus Durães, Mário Luiz Martinez e Nilson Milagres Teixeira, no qual, no capítulo 5, assinado por Roberto Teodoro, Mario Martinez, Maria Pires e Rui Verneque  intitulado Cruzamento, discorrendo sobre as melhores alternativas, se valendo da heterose? O cruzamento do holandês com zebú foi uma saída que o criador "descobriu" lá pelos idos de 1948, em S.P., já que o holandês apresentava problemas de reprodução, por tudo que já sabemos. Naquele tempo já era discutido que o recomendável no mestiço era de 3:1 europeu X zebú. O problema gigantesco da Raça Girolando é um só: a dificuldade de seleção dos indivíduos. Sabemos que as raças puras ou raças "sintéticas" a contribuição nas gerações futuras é pelo efeito aditivo, e aí é que emperra: sem seleção não tem fixação. O tamanho da população não avança e aí fica difícel chegar a algum lugar. Por tudo isso não é sem embasamento LÓGICO E CIENTÍFICO que a recomendação isenta de qualquer tendenciosidade é o uso da HETEROSE: 1ª opção trabalhe com a F1 (não custa lembrar que o potencial produtivo depende da carga genética do pai e da mãe; uma fazenda da região ganhou torneio leiteiro com uma 1/2 H x Z com 72 Kg; tem outro criador aqui com 1/2 H x Z e lactação fechada oficial de 9.400 Kg, e por aí vai). 2ª Cruzamento Alternado com duas raças (o melhor hoje é o Gir Leiteiro e o Holandês), pois NÃO BASTA OBTER A HETEROSE. É PRECISO RETÊ-LA. E por fim como 3ª  o dia que tiver vacas da raça girolando puro sintético provados, de pai e mãe, no mercado, a preços normais, em quantidade suficiente, será uma opção. Todas alternativas recomendadas pela EMBRAPA. Com certeza a decisão SEMPRE será do pecuarista.
FLAVIO BUAINAIN

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/02/2012

Clemente da silva,obrigado por interagir sobre esse tema, que  muitos criadores ,tem ponto de vista diferente, porque cada um tem seu manejo e sabe quanto sobra no mes cada criatorio, sendo ele de animais puros ou animais com heterose. Um abraco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/02/2012

Prezado amigo Clemente da Silva: Se o "leite está no holandês", o que é fato, por que mestiçar? Quem quer produzir leite tem que se ater à criação do mais produtivo animal. Dificuldades, costumo dizer, toda vaca de alta produção apresenta, mesmo as tão faladas "girolando", ainda que a maioria destas últimas não possa ser considerada deste naipe. Parece que a chamada do "girolando" é muito mais comercial que técnica, o que se constata ao se vivenciar os leilões, onde são colocadas, nos animais à venda, qualidades que, quem conhece o setor, sabe que eles não possuem. Mas, desta maneira, os "entendidos" vão se afundando nos percalços da profissão e os comerciantes enriquecendo (rsrsrs), para o mal da pecuária leiteira brasileira.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/02/2012

Prezado Flávio Buainain: Posso não conhecer quase nada dos Estados Unidos da América, mas conheço toda a sistemática da produção leiteira deles. Se você acha que as temperaturas daqui são muito diferentes das de lá, então, vamos para um lugar um pouco mais próximo e tropical - a Argentina. Noventa por cento do leite produzido no País vizinho não se baseia em mestiços girolandos. No Uruguai, igualmente tropical, excelentes rebanhos são firmados no Holandês. Aqui, no Brasil, a maior parte dos grandes produtores de leite são pautados no Holandês e no Jersey. Sabe o por quê? Simples, produtividade e persistência de produção. Não confunda alguns indivíduos isolados com característica. Existem alguns raros animais mestiços girolando com produções expressivas, ao mesmo ponto em que há poucos holandêses com baixa produtividade. Não conheço estas tais "girolandas" com lactação média de 50 litros e que são persistentes (305 dias de lactação) a ponto de serem portadoras de "maiores picos de lactação" que uma holandêsa. No meu pequeno plantel há vacas holandêsas com pico de lactação em torno de setenta quilos e duvido que existam girolandas com tal volume, no auge lactativo e que produzam, ao final, mais que as minhas puras (média de 14.182 quilogramas de leite em trezentos e cinco dias). O corriqueiro da vaca holandêsa é uma produção de doze a quinze mil quilogramas de leite, em trezentos e cinco dias. As chamadas girolando, em base, quatro mil quilogramas, no mesmo espaço de tempo. A diferença de produção é muito grande e, portanto, não dá para entender como vocês, os promotores desta pseudoraça, tentam incutir, nos mais incautos, a excelência que estes animais não vão possuir jamais, ainda mais quando comparadas com as holandêsas, a raça que mais produz leite no mundo. Parece-me, portanto, que quem não conhece a criação de vacas de alta produção e precisa visitar quem com elas trata (passo minha vida inteira neste prazer), é você. Quanto à heterose, preste bem atenção ao lapidar ensinamento do Clemente da Silva, técnico do setor e com vastíssima experiência em criação de gado leiteiro.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

= HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 12/02/2012

A cada dia eu aprendo um pouco, e acabo desaprendendo quase tudo que aprendi no início de minha vida profissional. Heterose em gado de leite, é uma piada!  Me desculpem os "entendidos" Se cruzarmos uma vaca Gir, que seria o caminho para se fazer um mestiço para o futuro, com um touro provado Holandês, Teriamos um produto com o máximo de heterose, já que o choque sanguineo entre um Bos Taurus, "holandês", com um Bos Índicus, "Gir" , duas raças "puras" de diferentes origens propiciam esse fenêmeno chamado heterose, na primeira cruza. Se dermos continuidade a esse cruzamento com uma ou outra das raças citadas, vamos perdendo a heterose conseguida no primeiro momento, fixando nos animais subsequentes, apenas as caracteristicas que desejarmos, da raça que mantivermos no programa. Para se fazer uma vaca mestiça brasileira que chamamos de girolanda, primeiramente devemos possuir excelentes vacas gir de verdade. Não essas gir  sintetizadas que andam desfilando nos torneios leiteiros por aí afora. Não se faz girolando a partir de touro zebu, por uma razão muito simples: o objetivo é o leite. E o leite não está no zebu e sim no holandês. Se você quer fixar uma carcterística no rebanho, não pode ficar buscando na raça contrária. O Objetivo no girolando é possuir um animal rústico, resistente ao clima tropical, com produção que corresponda as expectativas do produtor a fim de mantê-lo na atividade com crescimento. Então, em primeiro lugar, quem tenciona fazer um rebanho de vacas girolado, não pode achar que vai conseguir fazendo misturebas com touro gir encima de vacas holandesas, porque vai conseguir apenas alegrar os donos de touros gir e as centrais de coleta de sêmen.

A coisa é muito mais complicada doque parece.  Girolando se faz com ótimas e puras vacas gir, coisa que já não é fácil, uma vez que não se ronova a raça no Brasil, há muitos anos, de maneira que já não existem muitos rebanhos puros a disposição, mesmo porque os próprios criadores da raça, viram no touro, melhor oportunidade que na vaca. por ironia do destino. Esta é a principal razão de não se conseguir fazer girolando que venha a garantir o sucesso da exploração  rústica no Brasil.  quem conseguir fazer uma mestiça a partir de vaca gir com touro holandês de boa procedência, não pode jamais, pensar em voltar com um touro gir. Três focos têm de ser perseguidos. 1) Rusticidade. 2) Tamanho e força. 3) Produção satisfatória. Isso só se consegue, usando touro holandês, direto sobre o resultado de cada geração, até se chegar ao limiar. A partir daí o produtor vai ter que atirar no escuro, buscando um touro cruzado de vaca gir lá atrás, com todas as caracteristicas esperadas para dar continuidade as cruzas com holandês. Esse touro Cruzado deve ter um grau de sangue Holandês ao redor de 5/8. No dia em que a Embrapa conseguir codificar o genoma  do touro cruzado, o girolando brasileiro terá nome e sobre nome. Mas, até lá... Sou das raças puras, e, ponto final.

Abraços,

Clemente.
FLAVIO BUAINAIN

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/02/2012

Meu amigo GUILHERME, me parece que o sr nao conhece os EUA ou nao sabe que,  o clima de la ,tem medias tem temperaturas muito diferentes que aqui no  Brasil, por isso eles nao teriam sucesso com as raças propias para os tropicos. Pois a raca que mais deixa em resultado nos tropicos e a girolande de alta produtividade. Procure saber de quem produz leite, com girolando e voce poderar comparar o que deixa no final mais lucro.E no minimo desinformação sobre a raca girolando,pois ela com certeza da menos periodo de lactacao, mas com maiores picos de leite ,supera a lactacao do holandes criado nos tropicos.Temos girolando com media de lactacao de 50 lts e com um custo bem inferior a um puro holandes.Portanto, se informe melhor e depois  visite outras propiedades.Um abraco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/02/2012

Prezado Flávio Buainain: Não sei até que ponto o girolando é "uma conquista nacional". Primeiro, porque não podemos afirmar, com certeza, que outros povos do mundo não tiveram experiências com esta mestiçagem e a abandonaram pelos resultados obtidos. Segundo, porque, se esta mestiçagem, que já existe há longos anos, fosse, realmente, o beneplácito que anunciam, duvido muito que países desenvolvidos como os Estados Unidos, o Canadá, entre outros, já não a teriam adotado como o princípio de seus rebanhos. O que ocorre, no entanto, é a existência de rebanhos de animais holandeses puros e, quando muito, de jersey, também apurados. Sei que, dificilmente, as vacas mestiças, denominadas girolandos, serão mais ou tão produtivas que as Holandêsas e, portanto, para os que, como eu, se dedicam à criação voltada para a produção profissional do leite, não há porquê adotá-las em lugar daquelas. Finalmente, como vislumbro a pecuária de leite como, necessariamente, uma produção em escala, não posso admitir que, no futuro, as tradicionais maiores produtoras de leite do mundo - as holandêsas - sejam substituídas por animais menos preparados a este fim. A solução da bacia leiteira nacional não está priorizada nos animais, mas, sim, no manejo, muito embora este nos leve à adoção daqueles mais produtivos. Em termos de leite, infelizmente, estamos muito longe de ser "referência", talvez, justamente porque tentemos soluções mirabolantes para questões já infinitamente mais pesquisadas e comprovadas, como é o caso das raças leiteiras.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/02/2012

Caro Flavio,

Se você estiver criando girolando para ganhar dinheiro com a venda de animais, pode crer que vai ganhar. Mas se for com a venda de leite, pode desistir.

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