Leitbom é vendida para a GP Investimentos

A GP Investimentos estreará no segmento de agronegócio com a compra da goiana Leitbom. O valor da operação é estimado em cerca de R$ 400 milhões.

Na reta final das negociações, a GP disputou a empresa de forma acirrada com a Nilza Alimentos. Antes do acerto definitivo, a GP teria oferecido R$ 360 milhões. A Nilza, que contava com o apoio financeiro do ABN Amro para bancar a aquisição, quis pagar R$ 400 milhões. Mas a GP havia assinado uma carta de intenções e exigiu o direito de preferência, segundo uma fonte ligada às empresas.

A Leitbom está entre os dez maiores laticínios do Brasil. Antes da onda de aquisições, era o quinto maior do ranking, atrás da Nestlé, Perdigão, Itambé e Parmalat. Conta com cinco fábricas, quatro em Goiás e uma no Pará, e 1.000 funcionários. Além da manteiga e do leite em pó e de caixinha, produz iogurte, doce de leite, queijo, creme de leite e leite condensado.

A marca é forte nos mercados do Centro-Oeste e Nordeste. No ano passado, o faturamento foi de R$ 450 milhões, segundo empresários do setor.

Esse negócio amplia a onda de aquisições que o setor vem atravessando graças ao momento favorável ao leite. "Houve uma mudança significativa no mundo. O consumo de lácteos na China e na Índia vem aumentando. Mas a demanda mundial cresce acima da oferta, o que abre espaço para o Brasil exportar", disse o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais, Celso Moreira.

Segundo ele, a concentração ocorre no mundo inteiro. "A Nova Zelândia, maior exportadora mundial de leite, tem praticamente uma única empresa, a Fonterra, que no Brasil tem uma associação com a Nestlé", lembrou em reportagem de Patrícia Cançado e Ricardo Grinbaum, do jornal O Estado de S. Paulo.