Laticínios: tendência atual é de aquisições

Caro Lucas,

Em poucas palavras você abordou com eficácia um tema delicado e de dificil previsão para o futuro. Não sei como andam as estatisticas com relação a produção total (%) dos pequenos. Se for representativa os pequenos ainda terão alguma atenção dos grandes laticinios e alguma chance de continuar na atividade leiteira.

O maior dilema do pequeno produtor é conseguir a condição para investir na melhoria genética dos animais e assim conseguir uma produção com maior massa critica gerando mais renda, que gera mais possiblidade de investimento, num ciclo virtuoso.

Gostaria imensamente que neste momento a mesma euforia vivenciada por melhores preços, investimentos, empresas, etc., no campo, fosse transferida para o varejo, sem é claro, prejuizo ao consumo e principalmente ter que recair ao produtor.

Existirá sempre o risco de concentração de mercado, à medida que as grandes empresas ingressarem no mesmo via aquisição de pequenos laticínios. O maior problema é que os pequenos laticínios vivem a realidade local, com seus proprietários, em geral, residindo na região onde estão localizados. O contato com os mesmos é fácil e rápido.

Este elo pessoal com os pequenos produtores é vital para a produção de leite. Será que as grandes entenderão as regionalidades ou continuarão mantendo seus gerentes, sem poder de decisão, em contato direto com os pequenos produtores? As exigências das grandes empresas permitirão a sobrevivência dos pequenos produtores? Não acredito!

A maior parte delas não sabe a realidade do produtor de 50/100 litros dia, que precisa sustentar a família com seu trabalho. Basta verificar o que pagam pelo leite nos malfadados tanques comunitários, que é mero remendo dos latões e talhos que pelo menos eram individuais. Vamos ver o futuro. O exemplo do gado de corte está aí. Só os grandes produtores têm mercado