Laticínios e produtores recorrem ao governo

Produtores e indústrias de leite vão pedir ao governo ajuda no escoamento do excesso de produção - estimada entre 8% e 15%, dependente do segmento da cadeia. Em reunião ontem (02) em São Paulo, o setor decidiu encaminhar um documento solicitando o aumento do limite do Empréstimo do Governo Federal (EGF), para a armazenagem do produto, e a instituição de Prêmio de Risco para a Aquisição de Produto Agrícola oriundo de Contrato de Opção de Venda (Prop), para ajudar na exportação.

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Produtores e indústrias de leite vão pedir ao governo ajuda no escoamento do excesso de produção - estimada entre 8% e 15%, dependente do segmento da cadeia. Em reunião ontem (02) em São Paulo, o setor decidiu encaminhar um documento solicitando o aumento do limite do Empréstimo do Governo Federal (EGF), para a armazenagem do produto, e a instituição de Prêmio de Risco para a Aquisição de Produto Agrícola oriundo de Contrato de Opção de Venda (Prop), para ajudar na exportação - até julho, o volume embarcado foi 74% superior ao do mesmo período de 2007, totalizando 82 mil toneladas e, em receita, 169% (US$ 291 milhões).

O presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, explica que dois fatores foram determinantes para este período que vive a pecuária de leite: o aumento da produção - os preços do ano passado estavam atrativos - e a queda no consumo - devido à inflação dos alimentos. "Se não houver uma medida, o preço vai cair mais e o pecuarista parar de produzir", afirma.

De acordo com Rubez, a queda no consumo de lácteos de uma maneira geral alcança 8%, enquanto a produção cresceu 10% a 15%. Isso significa um excedente de 16% na oferta de leite no país, segundo reportagem do jornal Valor Econômico.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), Laércio Barbosa, explica que o limite de EGF atual - cerca de R$ 10 milhões - é insuficiente para a formação de estoque. Pelos seus cálculos, guardaria-se uma semana de produção apenas, dependendo do tamanho da empresa. Barbosa acrescenta ainda que, apesar das exportações deste ano estarem maiores, não acompanharam o ritmo de crescimento da produção, estimado em 20%.

A matéria é de Neila Baldi, publicada na Gazeta Mercantil, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Lucas Antonio do Amaral Spadano
LUCAS ANTONIO DO AMARAL SPADANO

GOUVÊA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/09/2008

Resolvi continuar a primeira carta.

Tem tanto leite no mercado que as indústrias maiores estão abastecendo suas concorrentes menores (mercado spot) sem se preocuparem muito. Mas porque? Por que o leite está barato demais para elas e podem se dar ao luxo de não se preocuparem com o concorrente menor, afinal o preço no varejo anda nas alturas e oscilando para cima e para baixo, conforme o dia da semana, basta frequentar um supermercado maior para se perceber que algo estranho está ocorrendo no comércio varejista.

Outra observação "supermercadista", já observaram a quantidade de marcas novas que aparecem do nada? e costumam desaparecer também?

Tem uma certa revista semanal, para a qual este assunto talvez se transforme em um prato apetitoso, pena eu não ter nenhum acesso á mesma, mas que daria capa daria. Não vou citar nomes, mas é visível. Quem conhece de economia sabe a que me refiro.

Quem está subsidiando a dança? Nós, produtores de leite, vivendo como escravos da industria leiteira, somos o elo mais fraco, sim, mas o mais importante, sem nosso produto o que eles farão? já pensaram em dois dia ou tres de locaute? Vamos fazer muito queijo ou distribuir de graça muito leite e aí vamos ver se é verdade mesmo este excesso de estoque ou mera forma de ganharem mais às nossas custas.

Acordem produtores de leite, antes que seja tarde, nossas famílias dependem de nós.
Lucas Antonio do Amaral Spadano
LUCAS ANTONIO DO AMARAL SPADANO

GOUVÊA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/09/2008

Aí está a confirmação de muitos artigos e comentários feitos no site. O excesso de leite é que está baixando os preços ao produtor, mas não ao consumidor final.

Porque? Estamos assistindo o consumo interno cair.
Em algum ponto, ou na distribuição ou no comércio varejista está faltando "timming" ou melhor percepção do que ocorre no mercado. Se o varejo e o atacado baixarem o preço ao consumidor final, teremos um aumento de consumo interno, substancial, talvez suficiente para melhorar a remuneração do produtor de leite.

A visão do futuro próximo é simples e fácil, já ocorreu antes, quebra de produtores, venda de vacas para abate, falta de leite, preços absurdos ao consumidor final e "de volta ao passado".

2009 está aí, o que vem pela frente além do que eu disse? Se não houver uma guinada, uma visão mais aberta do mercado interno e externo vai faltar leite.
De que adianta MG bater recorde de produção (7,6 bi ou mais de litros), maravilhoso, lindo, poético, mas na prática, tudo às custas do produtor de leite.

Os produtores de leite estão empobrecendo porque estão enriquecendo a industria leiteira, econômicamente, este desequilíbrio vai terminar mal para todo mundo. No popular, mata-se a galinha dos ovos de ouro e aí como fica/ vamos importar leite de quem,´para suprir a demanda interna?

Ou alguém coloca a mão na consciênica ou a quebradeira vai ser geral. É preciso que os dirigentes parem de pensar como "agiotas" (peço desculpas por usar a comparação) e passem a pensar como empresários; sem a matéria-prima, como vão fazer? Ou alguém acha que a indústria automobilística viveria sem os produtores de peças e estes sem os fornecedores para sua confecção? Me parece ser esta a mentalidade reinante dos compradores de leite, para que o produtor?

Venho batendo nesta tecla há muito tempo, enquanto os produtores de leite não entenderem que leite demais joga o preço no chão, não existe, na indústria leiteira, amadurecimento e consciência para se trabalhar o mercado, com os instrumentos necessários para se aumentar o consumo, não existe a consciência de que se o elo mais fraco se romper, todos vão junto.

Ainda pensam que o o pequeno produtor e sua família ficam satisfeitos se conseguirem comer. Em outra carta havia colocado, não adianta produzir 1000l/dia, se quem produz mil cortar 50% vai economizar em insumos, descansar sua vacas, infelizmente aumentar o desemprego, mas vai pelo menos receber a mesma coisa, com um custo muito menor, pois com a redução da oferta, a tendência é a elevação dos preços primários.

Entendam, meus amigos, o leite é uma "commoditie" como o café, o milho, a soja e o minério. Ou seja, é produto primário da indústria, se assim não pensarmos não se vai a lugar algum.

Posso estar errado em minhas convicções, mas não acredito que a indústria do leite esteja precisando de ajuda, quem precisa é o produtor de leite, a visão industrial é a de ganha-ganha, não existe negociação de espécie alguma com o produtor.
Estêvão Domingos de Oliveira
ESTÊVÃO DOMINGOS DE OLIVEIRA

CAÇU - GOIÁS

EM 03/09/2008

Já assisti esse filme antes. Seria uma boa hora para que a indústria e os produtores iniciassem uma vigorosa campanha de marketing. Seria a campanha Got Milk dos EUA um bom modelo?

É época de repensar.
Qual a sua dúvida hoje?