Apesar do esforço dos exportadores, o Brasil poderá não ser superavitário no comércio de lácteos, fato inédito alcançado em 2004. O otimismo do início do ano foi trocado por uma incógnita, diante dos números consolidados de janeiro a agosto. No acumulado do ano, o País exportou US$ 75,1 milhões (alta de 52%), mas importou US$ 88,8 milhões (acréscimo de 63,8%), ou seja, obteve um déficit de US$ 13,6 milhões. Diante desses números, os analistas de mercado e o próprio setor já não têm certeza se as vendas serão maiores que as compras neste ano.
Na avaliação da Lafis Consultoria, as importações devem aumentar 90% e as exportações 65%, com isso, no fechamento do ano, o setor teria um déficit de US$ 2 milhões. No ano passado, o saldo foi positivo em US$ 11 milhões. "A balança ficará muito ajustada", diz Tiago Franceschini.
O analista da AgriPoint Consultoria, Marcelo Pereira de Carvalho, alerta que somente no final de 2004 as exportações ultrapassaram as importações. Em agosto de 2004, o déficit acumulado era de US$ 4,8 milhões.
Tradicionalmente, no segundo semestre, as exportações são mais elevadas devido à maior produção de leite. Em julho e agosto, considerando-se apenas os dados mensais, houve superávit. No mês passado, as exportações somaram US$ 13,8 milhões, enquanto as importações totalizaram US$ 10,6 milhões.
"Estávamos mais otimistas no início do ano, mas ainda esperamos resultados positivos", diz o técnico da CNA, Marcelo Martins. Pesam a favor das exportações a diminuição dos preços pagos aos produtores, queda de 10% nos últimos dois meses, e a possibilidade de embarques para um novo mercado, o México. Por outro lado, ao contrário do ano passado, o câmbio está mais favorável às importações e não há tantos contratos de compras governamentais como as realizadas pelo governo do Iraque, por exemplo.
"Como a oferta está alta, a exportação é a alternativa para escoar a produção", diz a analista da Scot Consultoria, Cristiane de Paulo Turco.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe MilkPoint
Lácteos: país pode fechar 2005 com déficit na balança
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JOABE JOBSON DE OLIVEIRA PIMENTEL
VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 12/09/2005
Alguns analistas de mercado tem justificado a queda no preço do leite devido a um aumento na oferta. Se isso fosse verdade, não haveria tantas importações.
Nós, produtores de leite, precisamos nos organizar melhor para termos mais representatividade, pois temos sido meros espectadores dos acontecimentos, ficando a merçê do grande poder da indústria.
Creio que estas importações nada mais são do que mecanismo para gerar queda no preço interno. Vejamos o exemplo dos frigoríficos de São Paulo que compram boi nas praças de outros estados, para baixar o preço do boi nas praças de São Paulo. Assim, as grandes multinacionais e até médias empresas nacionais, estão importando grande quantidade de leite para forçar a queda do preço no mercado brasileiro.
Onde estão os nossos representantes? Parem de justificar e partam para a ação!
Defendam aqueles que sustentam as suas famílias, que pagam com o seu suor, o salário que vocês recebem todo mês.
Nós, produtores de leite, precisamos nos organizar melhor para termos mais representatividade, pois temos sido meros espectadores dos acontecimentos, ficando a merçê do grande poder da indústria.
Creio que estas importações nada mais são do que mecanismo para gerar queda no preço interno. Vejamos o exemplo dos frigoríficos de São Paulo que compram boi nas praças de outros estados, para baixar o preço do boi nas praças de São Paulo. Assim, as grandes multinacionais e até médias empresas nacionais, estão importando grande quantidade de leite para forçar a queda do preço no mercado brasileiro.
Onde estão os nossos representantes? Parem de justificar e partam para a ação!
Defendam aqueles que sustentam as suas famílias, que pagam com o seu suor, o salário que vocês recebem todo mês.