La Niña deve ter efeitos moderados no RS

Especialistas do INMET e da Embrapa orientam produtores a adotarem boas práticas de manejo e diversificação de cultivos para reduzir riscos diante da previsão de uma La Niña de intensidade moderada.

Publicado por: MilkPoint

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Os efeitos do fenômeno La Niña no Rio Grande do Sul devem ser moderados, com temperaturas acima da média e precipitações abaixo do normal nos próximos três meses. Especialistas recomendam práticas como rotação de culturas e diversificação de semeadura para mitigar os impactos da estiagem. Técnicas de manejo do solo, como gradagem leve e subsolagem, são sugeridas para melhorar a infiltração de água. A cautela é destacada, mas há boas expectativas de produtividade.
Os efeitos do fenômeno La Niña devem ser moderados neste trimestre, variando em intensidade conforme a região e o município do Rio Grande do Sul. A projeção foi apresentada na manhã da última quinta-feira (6/11), durante coletiva de imprensa na sede da Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA/RS), em Porto Alegre.

"É um momento que exige cautela. Não há previsão de frustração, mas também não se visualiza a perspectiva de supersafra”, afirmou o superintendente do MAPA/RS, José Cleber de Souza.

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De acordo com o meteorologista Glauber Ferreira, coordenador de Monitoramento e Previsão Climática do INMET em Brasília, a tendência para os próximos três meses é de temperaturas de 0,5 °C a 1 °C acima da média e precipitações cerca de 50 mm abaixo do volume normal. “O cenário indica uma La Niña relativamente curta e de fraca a moderada intensidade. No Rio Grande do Sul, os efeitos serão sentidos mais no início do verão”, detalhou Ferreira.

O agrometeorologista Gilberto Cunha, da Embrapa Trigo, reforçou que a atenção deve ser redobrada nas regiões Sul, Campanha, Fronteira Oeste e Missões — áreas historicamente mais vulneráveis aos impactos da estiagem sobre os cultivos de verão.

 

Boas práticas para mitigar os efeitos da estiagem

Segundo Cunha, a melhor forma de prevenir os impactos é fazer a rotação de culturas e a gestão efetiva do manejo dos cultivos, entre outras medidas que podem contribuir para a construção de uma melhor capacidade de enfrentamento a longo prazo. Contudo, o agrometeorologista da Embrapa Trigo destaca que algumas decisões podem ser tomadas na pré-safra para diluir os riscos. 

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Cunha recomenda duas estratégias: o uso de cultivares de ciclos diferentes e a ampliação do calendário de semeadura, observando o que é preconizado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático, em escala municipal, conforme o tipo de solo, evitando concentrar todo o plantio no mesmo período.

O chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, alertou para os problemas de compactação e adensamento do solo, que comprometem a infiltração de água. “Nosso problema econômico é precedido de um problema agronômico. E a adaptação depende de boas práticas de manejo, já amplamente conhecidas pelos produtores”, destacou.

Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Giovani Theisen sugere que os produtores evitem fazer o preparo convencional do solo, recomendando que se faça uma gradagem leve integrada à subsolagem – técnica que consiste em romper camadas compactadas para melhorar a infiltração de água, permitindo que as raízes se aprofundem.

Cunha ainda enfatizou que produtores que mantêm cultivos diversificados, solo com alta matéria orgânica e cobertura vegetal durante todo o ano tendem a apresentar melhores resultados em períodos de estiagem. Ele também reforçou a importância do seguro agrícola. “É um ano que exige cautela, mas ainda com boas expectativas de produtividade, especialmente no Rio Grande do Sul”, concluiu.

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