Kraft investirá no segmento de queijos

Aristides de Macedo, um carioca de 50 anos que fez carreira de executivo no exterior, está no comando de uma ampla reestruturação na Kraft Foods. É o que informa matéria do jornal Valor. A empresa passou a contar com uma diretoria de estratégia e desenvolvimento de novos negócios.

Dito assim, pode parecer o anúncio de mais uma diretoria dentro de uma grande corporação. Mas não é. É da cabeça de seu principal comandante, Anthony Walters, e de "selecionados" ajudantes que devem sair as próximas grandes tacadas da Kraft. "Esse diretor não vai ser cobrado por metas de vendas", diz. "Ele está lá só para pensar", emenda.

A nova estrutura terá mais duas diretorias, além da de estratégia e novos negócios. Uma delas é a de bebidas e sobremesas em pó, que será pilotada por Marcelo Izzo, e outra de chocolates e biscoitos, sob o comando de André Vercelli. Izzo e Vercelli já eram diretores na composição anterior, mas cuidavam de áreas diferentes.

O que muda, efetivamente, é o cargo de Walters, que antes tocava o negócio de chocolates sob o guarda-chuva da Lacta e a partir de setembro assume o posto de grande pensador da Kraft.

Empresa apostará em queijos e requeijão

O próximo lance desse pensador, um escocês que usa "kilt" em dias de festa, promete ser na área de queijos. Tanto assim que esse segmento ficará embaixo da nova diretoria. "Vamos fazer uma grande aposta nessa área", anuncia Macedo, que carrega na fala uma mistura de sotaques, herança de suas passagens pela Venezuela, Alemanha e principalmente pelo Peru, onde se casou e ainda moram suas filhas.

Há quase dois anos no cargo de presidente, ele é cuidadoso e não quer deixar escapar a novidade. Ele não confirma, mas a reportagem apurou que a Kraft vai entrar no negócio de requeijão, setor que movimenta quase meio bilhão de reais e cresce a taxas de 4% a 5% ao ano. E, nessa seara, vai brigar com os adversários de costume, como Nestlé, Danone e Vigor. "Ainda não temos nada definido", despista.

Apesar de ser uma operação tímida no Brasil, restrita ao cream cheese Philadelphia, a área de queijos não é uma inovação na história da Kraft. Ao contrário. A origem da empresa, há mais de um século, se deu justamente com o lançamento de um queijo fundido. Lá fora, a Kraft tem sortido menu de produtos a base de queijo, além do queijo in natura. Um outro produto que deverá compor a nova linha no Brasil é um pó de queijo.

Para entrar nesse novo segmento, a Kraft terá que fazer aporte de capital, possivelmente com a construção de uma nova unidade, afirma o presidente, sem dar detalhes. O abastecimento de leite, porém, já está estruturado com fornecimento feito pela cooperativa Confepar.

Fonte:Valor (por Christiane Martinez), adaptado por Equipe MilkPoint