Itambé faz trava cambial para se proteger de oscilações

As oscilações significativas nas bolsas nos últimos dias refletiram na flutuação do real em relação ao dólar. Com isso, a Itambé aproveitou para vender dólares no mercado futuro, referentes a exportações de leite em pó que embarcará em janeiro e receberá o pagamento em fevereiro. A moeda estrangeira teve desvalorização de até 2,5%, e na segunda-feira (28), o dólar atingiu a maior marca do ano, de R$ 1,83.

"Se na época o dólar estiver a R$ 1,90, perderemos um pouco, mas como até pouco tempo a perspectiva era de dólar a R$ 1,70, preferimos fazer uma trava cambial", diz Jacques Gontijo, vice-presidente da companhia.

Com o início da incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos adiantamentos de contratos de câmbio (ACC), especulava-se que os exportadores optariam por linhas de crédito no mercado interno, porém, eles preferiram aproveitar a desvalorização do real. Para empresas que planejavam fechar câmbio a R$ 1,75, conseguir cotação de R$ 1,85 trouxe ganho nada desprezível de 5%. "Se você acredita que tudo voltará à normalidade, é hora de fechar câmbio", diz Alfredo de Goeye, sócio diretor da empresa de exportação e importação Sertrading.

A tendência do real, porém, continua sendo de valorização. Segundo analistas, a moeda só reagirá com mais vigor quando os preços das commodities começarem a ceder. As informações são de Raquel Landim para o jornal Valor Econômico.