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Irlanda, um país desenvolvido também em produção de leite

POR VIDAL PEDROSO DE FARIA

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 05/01/2006

16 MIN DE LEITURA

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Irlanda não é muito conhecida, a não ser por se tratar de uma república dividida e que, durante um longo período, guerrilheiros católicos lutaram para libertação do norte que ainda faz parte do Reino Unido. Os Britânicos invadiram a pequena ilha no século XXII e desde então os nativos estabeleceram lutas para libertação, o que só ocorreu em 1921 para a região sul. Em 1948 deixaram de fazer parte da Commonwealth e se juntaram à comunidade européia em 1973. Inglês é a língua oficial, mas os irlandeses também falam Celta, ensinado nas escolas como parte da herança cultural e 88,5% da população é católica.

Outro fato marcante na história foi o longo período de fome que durou de 1846 a 1852, provocado por doenças que dizimaram a cultura da batata, matando cerca de um milhão de pessoas e provocando a emigração de 2 milhões, fato que reduziu drasticamente população e colocou a região em situação crítica de pobreza.


O país encontra-se atualmente em situação muito boa, pois apresentou crescimento econômico de 5,1% em 2004, e a agricultura representa somente 5% do PIB, porque o setor industrial, que responde por 46% e o de serviços, por 49%, ampliaram-se significativamente. O PIB per capita de US$ 31.900 é 10% acima do encontrado nas quatro maiores economias da Europa e o segundo da comunidade, abaixo somente de Luxemburgo.

A taxa de inflação de 2,2% ao ano, 4,3% de desemprego, somente 10% da população abaixo da linha de pobreza e 8% da população no campo conferem características de país desenvolvido e em crescimento. Grandes investimentos estão sendo realizados em infra-estruturas como estradas e construções porque a economia é baseada em consumo interno e, sobretudo exportações de máquinas e equipamentos, componentes eletrônicos produtos químicos, farmacêuticos e de origem animal.

Turismo também é parte importante da economia, pois existem atrativos como cidades antigas preservadas, castelos medievais, paisagem rural de grande beleza, "pubs" aconchegantes com músicas e povo alegre e hospitaleiro. O turismo rural é muito popular em toda Europa, cresce a cada ano por ser bem estruturado e, geralmente, as fazendas produtoras de leite da Irlanda oferecem hospedagem e comida típica do campo, sendo a atividade importante para elevação da renda numa região onde a produção de leite é limitada por cotas fixas e rígidas e o preço da terra é elevado, atingindo até US$ 37.000 por hectare.


Além desse aspecto, a fazenda média é pequena, tocada com mão de obra familiar, apresentando 45 vacas e somente 31 hectares e, geralmente, a terra permanece com a família por várias gerações. Outro fato interessante é o estabelecimento de rebanhos com gado leiteiro e de corte ou carneiros e agricultura numa mesma fazenda, para aproveitamento de recursos forrageiros e das áreas que não poderiam ser transformadas em leite pelas restrições de produção.

Por exemplo, uma fazenda real que explora 68 ha com cota de 380.000 litros possui um rebanho de 60 vacas holandesas, 20 animais em crescimento para reposição e 40 novilhas cruzadas de gado mestiço angus, para serem vendidas como matrizes para produtores de gado de corte e 28,2 ha de culturas como beterraba, trigo e cevada. Mantém estrutura muito boa para oferecer acomodações para atividades de agroturismo.

A Irlanda é chamada de país verde, porque 80% das áreas agrícolas são cobertas por pastos permanentes semeados no início do século vinte. Tem fama pela criação de bons cavalos de corrida, mantém um rebanho bovino de 7,02 milhões de cabeças e 4,58 milhões de carneiros. As terras são planas ou ligeiramente onduladas com poucas áreas acidentadas, e as pastagens beneficiadas por condições climáticas que possibilitam verão frio e inverno suave, apesar de estar localizada acima do paralelo 51 N.

O efeito da corrente do golfo do Atlântico confere à região um clima úmido e ameno para a latitude, que possibilita um período de crescimento longo das pastagens, variando de 200 a 300 dias em grande parte do país. Entretanto, a condição predominante durante o verão com baixa intensidade luminosa (Tabela 1) não é muito favorável para obtenção de produções elevadas de forragens e cultura de cereais, apesar do dia se estender até as 11 horas do que seria o período noturno.

Tabela 1. Condições climáticas na capital da Irlanda


Como acontece em outros países que utilizam o pasto como base do processo produtivo, usa-se praticamente uma só espécie, no caso azevém perene, algumas vezes em consorciação com trevos. O uso de nitrogênio é alto em comparação com o restante da Europa, mas a quantidade média de 90 kg/ha é considerada pelos técnicos como abaixo do recomendado para exploração intensiva. Propriedades que usam sistemas mais intensificados chegam a empregar 300 kg de N por ha, mas existe tendência de diminuição no uso de N na comunidade européia por causa de redução na rentabilidade da atividade leiteira e políticas de proteção ambiental.

Medidas para reduzir poluição de águas de superfície e subterrâneas com nitrato foram introduzidas na Europa em 1990 e então delimitadas regiões vulneráveis onde os fazendeiros são obrigados a manter registro de uso de fertilizantes, e o N não pode ser aplicado acima da quantidade extraída pela cultura. Existe também limite para uso de dejetos dos bovinos, e as quantidades não podem ultrapassar em algumas glebas 170 kg/ha.

Este fato impõe restrições aos produtores que são obrigados a reduzir a taxa de lotação nos pastos ou então exportar esterco para outras fazendas. Outros problemas ambientais dizem respeito à poluição de águas de superfície com fósforo, erosão laminar e poluição do ar com amônia, óxido nitroso e metano e, para atender as diretrizes do Protocolo de Kyoto espera-se que haverá no futuro necessidade de reduzir o número de ruminantes no país, o que representa mais uma limitação a ser enfrentada pelos fazendeiros.

Existe racionalidade nas medidas para estimular os fazendeiros a aumentar áreas reflorestadas visando o meio ambiente e a proteção da fauna silvestre. A vegetação da margem das estradas rurais asfaltadas e estreitas não é suprimida, favorecendo a regeneração da flora e a formação de corredores de proteção e comunicação com florestas.

A tradição milenar de uso de cercas vivas para subdivisão de pastos, além de conferir uma beleza indescritível ao meio rural, também auxilia a fauna e aumenta a densidade de árvores e arbustos nas fazendas. Além disso, existe estímulo financeiro de 50 euros por hectare para os produtores que adotam medidas que auxiliem a preservação do ambiente, incluindo manejo correto de esterco e ações para evitar poluição de mananciais de água.

São oferecidos estímulos e educação para que os fazendeiros procurem alcançar um objetivo que visa o futuro de toda humanidade. As normas de preservação são reguladas por medidas legais ou voluntárias e os subsídios oferecidos estão na dependência da observância das regras para a produção de alimentos saudáveis, bem estar animal e não agressão ao meio ambiente. Existe uma norma oficial de boa conduta para atividades agrícolas e pecuárias.


Na Irlanda, como em toda a Europa, ocorre um aumento significativo no número de fazendeiros que se dedicam à produção de leite orgânico. Programas oficiais com estímulo financeiro, trabalhos experimentais, literatura para divulgação de técnicas e resultados, preços baixos pagos para alimentos produzidos por métodos convencionais e número cada vez maior de consumidores são incentivos fortes para adoção das propostas.

Os princípios para estabelecimento de fazendas orgânicas são: 1) produção de alimentos saudáveis em terras mantidas férteis e preservadas de erosão pelo uso eficiente de reciclagem de nutrientes orgânicos; 2) uso de leguminosas como trevo vermelho e branco para fixação de nitrogênio 3) manutenção de conforto e bem estar animal, e 4) proteção do solo, água, vegetação e paisagem rural.

Dificuldades para adaptação de fazendas para produção orgânica são devidas à redução da carga animal por área, diminuição na produção de leite por animal e, para manutenção da cota, há necessidade de ampliação da área ser explorada, o que nem sempre é possível (Tabela 2) e também adequação de instalações que pode exigir investimentos adicionais grandes.

Tabela 2. Características de Produção de leite orgânico


Com relação à manutenção da fertilidade do solo, há necessidade de reposição de nutrientes exportados pelo leite ou animais vendidos porque, por exemplo, 1.000 litros de leite retiram do sistema cerca de 1 kg de fósforo. Preferencialmente a reposição de nutrientes deve ser realizada por reciclagem, através de esterco e outros produtos orgânicos, mas no caso de necessidade é permitida a aplicação de alguns tipos específicos de adubos liberados pelos órgãos controladores, pois o monitoramento da fertilidade é feito regularmente.

O nitrogênio deve ser incorporado ao solo por dejetos ou leguminosas que requerem pH entre 6,0 e 6,5. Como as terras da Irlanda são ácidas, torna-se imperativo o uso de calcáreo e, em algumas situações, incorporação de micronutrientes.

Os fundamentos para produção eficiente e econômica de leite convencional devem ser mantidos também nos sistemas de produção orgânica. Nutrição adequada para garantir consumo de matéria seca, balanceamento de nutrientes, desenvolvimento fetal, composição adequada do leite para o mercado, reprodução normal, manutenção de sistema imunológico forte e condição corporal são fundamentais para viabilização da produção orgânica.

Considerando que as vacas utilizadas na Irlanda são da raça holandesa de bom potencial genético, é permitido o uso de concentrados dentro de limites estabelecidos e ingredientes liberados (Tabela 3). O consumo de pastagens, mesmo com forragem de alta qualidade como azevém e trevos, apresenta limitações de consumo (17 a 18 kg de MS para vacas de 600 kg), fato que pode afetar a nutrição dos animais leiteiros, em casos de produção mais elevada.

Tabela 3. Guia para uso de concentrado para produção de leite orgânico


A Irlanda não tem destaque no cenário dos grandes produtores de leite pelo fato de possuir uma extensão territorial pequena, equivalente a aproximadamente 70% da área de Santa Catarina, número reduzido de vacas, praticamente só holandesas, e produção limitada por cotas fixas e rígidas. Produz 4,1% do leite da comunidade européia de 25 membros, possui 23.800 fazendas e 36 cooperativas.

Como em outros países desenvolvidos, o número de produtores diminuiu rapidamente após a introdução das cotas de produção. Em 1983 havia 86.300 propriedades, em 1991 o número caiu para 50.600 e em 1999 para 34.200. A partir dessa época o grande desenvolvimento econômico das atividades urbanas promoveu o êxodo de praticamente 10.000 produtores da atividade. A fazenda média possui cota de 550 litros por dia, mas 57% produzem menos que a média, caracterizando uma estrutura de pequenos produtores.

Dos produtos lácteos produzidos 80% são exportados para um grande número de países, sendo que o Reino Unido, os Estados Unidos e a alguns países africanos compram 52% do total. As características da Irlanda (Tabela 4), revelam que o país apresenta uma pecuária de leite evoluída que se destaca no cenário internacional por produtividade e qualidade de produtos lácteos.

Tabela 4. Características da Irlanda


Os sistemas de produção adotam pastos rotacionados como base da alimentação e empregam quantidades limitadas de concentrado. Não existe necessidade de sombra nos piquetes por causa do clima ameno e de poucas horas de sol durante o dia. A produção é estacional, com grande concentração de parições em fevereiro e março, ou seja, início da primavera e do crescimento das plantas forrageiras, havendo paralisação no início de dezembro.

Como as condições climáticas não são muito favoráveis pode haver necessidade de suplementação até abril, quando o crescimento dos pastos se inicia. Silagem de capim representa cerca de 83% da forragem conservada e a produção de feno, também de capim perfaz 16% do total. Aditivos são usados em larga escala para a produção de silagens, que são confeccionadas preferencialmente por meio de serviços terceirizados. Algumas propriedades concentram as parições no outono, com objetivo de atender o mercado interno, como acontece em outras regiões de produção estacional. Nessas condições, o uso de pastagens é mais limitado pelo clima, havendo necessidade de suplementação com silagem de capim, mas as quantidades de concentrado usadas continuam pequenas.

A produção de leite na Irlanda é parecida com a da Nova Zelândia, mas a média por vaca do rebanho ano e os custos de produção são mais elevados, devido à suplementação com volumosos no inverno e início da primavera e também utilização média de cerca de 600 kg de concentrado por lactação, um insumo considerado caro pelos produtores.

Admite-se que a necessidade de infra-estrutura maior e mais complexa, controle mais rígido da poluição, impossibilidade de crescimento de rebanhos e aumento da produção, sejam fatores desfavoráveis ao sistema irlandês, quando comparado com o da Nova Zelândia. Os custos operacionais na Irlanda podem ser baixos por uso muito eficiente de pastagens, mas os custos totais são elevados por causa da conjuntura, dos investimentos e da eficiência baixa como conseqüência do tamanho dos rebanhos.

Fazendas bem administradas estão conseguindo na Irlanda 5.500 kg de leite por vaca, dos quais 4.000 provenientes da forragem, com suplementação de 600 kg de concentrado e 2,5 vacas por hectare. O potencial de produção revelado por experimentos com sistemas de produção estacional, utilização intensiva das pastagens e forragem conservada é considerado um benchmark para a Europa Ocidental (Tabela 5), pela quantidade de leite que se obtém do volumoso.

Tabela 5. Potencial de produção de sistemas intensificados na Irlanda


Pesquisas mostraram que com parição tardia em março, quando o crescimento dos pastos é mais significativo, obteve-se com 2,7 vacas em lactação por hectare, produção de cerca de 5.500 kg de leite por matriz com somente 80 kg de concentrado, fato que possibilitou uma elevação de 13% na margem bruta por vaca, quando comparada com sistemas de parição em fevereiro.

A diferença entre o potencial revelado com manejo adequado dos pastos e o resultado obtido por fazendeiros é grande, pois levantamentos de campo indicaram que o leite produzido pela forragem pode ser de somente 2.700 kg por lactação, com 1,4 vacas em lactação por hectare. Dados de 4.000 fazendas no Reino Unido, que adotam sistemas semelhantes, indicaram (Tabela 6) que uso de quantidades maiores de concentrado possibilitaram produções mais elevadas por vaca, mas resultados econômicos ruins ou desfavoráveis devido à redução na participação da forragem para a produção de leite.

Tabela 6. Contribuição da forragem para produção de leite


Sistemas baseados no uso eficiente de pastos devem ser o objetivo dos fazendeiros para transformar a produção de leite e um negócio rentável na Irlanda, porque trabalham com restrições que impedem aumento da quantidade por causa das cotas.

Para elevada eficiência de produção de leite estacional a pasto, há necessidade de concentração de parições em um período restrito e, por isso, deve-se obter taxas elevadas de prenhez em um espaço curto de tempo na estação de monta.

Estudos realizados não só na Irlanda como também na Nova Zelândia tem mostrado que uso de genética americana para produção mais elevada por vaca torna difícil a obtenção de índices reprodutivos adequados devido ao fato de que o consumo restrito de matéria seca das pastagens interfere com a nutrição. Estudos recentes (Tabela 7) indicaram que vacas originárias da Nova Zelândia e holandesas de menor potencial de produção mostraram desempenho reprodutivo significativamente melhor, mesmo com aumento de concentrado de 350 kg para 1.500 kg por lactação.

Tabela 7. Efeito de nível de produção sobre eficiência reprodutivas


A conclusão da pesquisa é que no futuro para melhor eficiência e economicidade os sistemas devem utilizar vacas de menor potencial de produção (6.000 a 7.000 kg) apresentando índices reprodutivos melhores, mantendo uso limitado de alimentos concentrados na dieta e produção de leite proveniente dos nutrientes do pasto acima de 5.000 kg por vaca.

Existe grande preocupação entre os produtores de leite em aumentar eficiência das fazendas produtoras, pois a rentabilidade tem diminuído com o tempo devido ao fato de ser difícil equacionar adequadamente rendas e custos em sistemas de cotas fixas. Nem todas as fazendas conseguem obter lucro produzindo leite, e muitos abandonaram a atividade, mesmo havendo subsídios ao setor, como indica a redução no número de fazendas leiteiras.

Existem sinalizações da política da comunidade européia para que os produtores se prepararem para competir no mercado internacional. O assunto é discutido por fazendeiros, e artigos técnicos analisando a situação da Irlanda em relação a outros países da Europa e a Nova Zelândia.

Estudos feitos há alguns anos indicaram que a rentabilidade da força de trabalho e da área explorada era bem menor que em países como a Dinamarca, Holanda, etc., que criaram mecanismos pra transferência de cotas e usam os fatores produtivos de maneira mais eficiente. As fazendas leiteiras da Irlanda apresentavam o segundo custo operacional mais baixo entre os países europeus mais evoluídos, mas quando se calculou o custo total ficou em quinto lugar, sendo ultrapassada pela Bélgica, Reino Unido, França e Alemanha, pois a estrutura para produção não é considerada muito favorável.

Os preços altos pagos pelo leite aos produtores europeus são conseqüências da política de compra de manteiga e leite em pó desnatado por valores altos e pré-estabelecidos, subsídios elevados para exportação a preços baixos e barreiras rígidas contra importações.

Por outro lado, o sistema de cotas impede evolução das fazendas e qualquer excedente é fortemente penalizado. Para ter possibilidade de competição, se as regras em vigor forem mudadas, sugere-se que haveria necessidade de eliminar sistemas de cotas, estabelecer preço realista para o leite com o praticado no mercado internacional e promover uma expansão agressiva da atividade para áreas mais adequadas para desenvolvimento de pecuária de leite com sistemas de custos compatíveis.

Um fato significativo observado no setor lácteo irlandês é a competência da indústria láctea no que diz respeito à organização, tecnologia e agressividade. O número de produtos lácteos nas gôndolas dos pontos de venda é muito grande e produzem também substâncias extraídas do leite e de subprodutos para produção de ingredientes usados em suplementos alimentares, indústrias alimentícias, farmacêuticas cosméticas etc.

A principal empresa chama-se Glanbia, de capital aberto com 85% das ações em poder das cooperativas de produtores. É uma das grandes da comunidade européia e uma das maiores produtoras de queijo do mundo. Além de laticínios na Irlanda, está construindo numa joint venture (50%) com a Dairy Farmers of América e Select Milk Producers uma fábrica no Novo México, USA para processar mais de um bilhão de litros por ano visando produção de queijo, proteínas isoladas do soro de alto valor agregado, lactose e minerais extraídos, como cálcio de alta digestibilidade, por exemplo.

Possui ainda quatro unidades no Estado americano de Idaho para processamento de produtos lácteos. Em uma joint venture comercial estabelecida em 2003 no México com a Canaprole uruguaia, procurou ampliar seus negócios para a América do Sul e Central.

Na Nigéria em associação com o grupo PZ Cussons, possuirá uma planta para processar leite em pó proveniente da Irlanda para o mercado local. Investiu recentemente 15 milhões de euros para construir em centro de pesquisa operado por 26 cientistas de alto padrão com laboratórios, plantas pilotos, laboratórios de análise e estrutura para testes sensoriais, para desenvolvimento de novas tecnologias e produtos. Os focos dos trabalhos estão centrados em produtos lácteos convencionais e também derivados para controle de peso, defesa imunológica, saúde intestinal, ingredientes funcionais, terapêuticos etc.

Em 1961 foi criado o Irish Dairy Board para desenvolver e aumentar a venda de produtos lácteos no exterior. Com a entrada da Irlanda no mercado comum europeu a organização foi transformada em uma empresa que conta hoje com cerca de 50 sócios constituídos por cooperativas e laticínios, que detêm número de ações proporcionais ao volume de leite ou produtos lácteos oferecidos. É responsável por aproximadamente 50% das exportações irlandesas para cerca de 90 países, movimentando anualmente 1,8 bilhões de euros.

A entidade possui hoje uma rede de subsidiárias espalhadas em mercados selecionados da Europa, Estados Unidos e Reino Unido que produzem ingredientes e comercializam a marca Kerrygold em 65 países. As subsidiárias constituem-se em instrumentos para promoção, distribuição e venda de produtos lácteos e outros alimentos produzidos tanto na Irlanda com o em outras regiões européias.

A estruturação da atividade leiteira da Irlanda teve início na época da revolução industrial quando a venda de produtos lácteos, principalmente manteiga, tornou-se difícil pela competição com outros países da Europa. As cooperativas estabelecidas na época tinham como objetivo criar condições de competitividade e foram as molas propulsoras para a criação do departamento de Agricultura e Instrução Técnica, que organizou o setor agrícola.

Desenvolveu-se então o conceito de que o trabalho dos agricultores com assistência e orientação governamental criaria condições para que os produtores passassem a ter influência e controle sobre o setor leiteiro que se desenvolvia e se preparava para o futuro.


___________________________
O professor Vidal participou do XX Congresso Internacional de Pastagens. Dublin, Junho 2005

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