Investigação: Sanlu escondeu contaminação de leite

A companhia chinesa de lácteos, Sanlu, da qual a neozelandesa Fonterra tem 43% de participação, mentiu durante oito meses para esconder as preocupações sobre sua fórmula láctea para bebês contaminada com melamina, de acordo com uma investigação oficial chinesa.

O Conselho do Estado da China reportou que a Sanlu recebeu queixas em dezembro passado, relacionando suas fórmulas infantis com doenças em bebês. Há oito meses, os testes revelaram que o leite estava contaminado com a substância química industrial melamina, que causa pedras nos rins e pode levar à falência renal.

A porta-voz da Fonterra, Hilary Marett, repetiu que a companhia não sabia das queixas até 2 de agosto.

A agência de notícias oficial chinesa, Xinhua, também reportou que oficiais comunistas da cidade de Shijiazhuang, onde está localizada a Sanlu, demoraram mais de um mês para informar às autoridades superiores, após terem sido informados sobre o fato no começo de agosto, violando, assim, as leis que exigem que se reporte incidentes importantes envolvendo segurança alimentar.

Essa reportagem da Xinhua é a primeira admissão oficial de que o atraso ao reportar os riscos foram deliberados. O escândalo atingiu um alto nível político quando o chefe da autoridade responsável pela segurança alimentar da China se demitiu por ter falhado em impedir a disseminação da contaminação.

A demissão de Li Changjiang, que presidia a Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena desde 2001, ocorreu um ano depois de ele e o Governo terem prometido revisar o sistema em resposta a uma série de problemas relacionados à segurança de produtos.

Novas regulamentações e procedimentos foram introduzidos na tentativa de restaurar a confiança dos consumidores e manter mercados de exportação após uma série de recolhimentos envolvendo produtos contaminados. Em março do ano passado, ração contendo melamina foi responsável por matar gatos e cachorros nos Estados Unidos. As melhorias anunciadas incluíram o estabelecimento de um sistema nacional de recolhimento de alimentos, inspeções aleatórias e mais trocas de informações com inspetores de qualidade de outros países.

As informações são do New Zealand Herald, adaptadas e traduzidas pela Equipe MilkPoint.