Ao contrário dos produtores da UE (União Européia), as grandes indústrias lácteas do bloco sinalizaram serem favoráveis à liberalização do comércio no segmento, com a redução dos subsídios e corte de tarifas de importação. Na Europa, o mercado é dominado por Nestlé (Suíça), Arla Foods (Dinamarca), Campina (Holanda), Coberco Friesland (Holanda) e Lactalis (França).
Enquanto as associações insistem em só aceitar redução máxima de 36% nas alíquotas, as grandes indústrias admitem que uma baixa de até 70% na Europa não provocaria grandes perturbações no mercado.
A abertura provocará queda de preço para os produtores, mas analistas apontam que isso é indispensável para a indústria européia ganhar competitividade no mercado internacional e no próprio mercado de queijos.
"A posição das grandes indústrias é bem-vinda, ainda mais porque o Brasil começa a exportar produtos lácteos", comentou o chefe do departamento de comércio exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antonio Donizetti Beraldo.
De janeiro a maio deste ano, apesar das reclamações do câmbio desfavorável, o Brasil exportou US$ 63 milhões em produtos lácteos e importou US$ 55 milhões. O Mercosul quer exportar para o Velho Continente 35 mil toneladas de leite em pó, 20 mil de manteiga e 60 mil toneladas de queijos livres de tarifas.
Segundo reportagem de Assis Moreira para o jornal Valor, os 30 países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm fartos subsídios, com exceção da Nova Zelândia, onde eles representam só 1% da receita bruta das fazendas. Já Islândia, Japão, Noruega e Suíça impõem tarifas relativamente altas e são campeões de subvenções, que representam, em média, 70% das receitas. No Canadá, UE, Hungria, Coréia e EUA, elas atingem 50% das receitas.
Em cenários de liberalização comercial, o nível global da produção leiteira aumenta de 1% a 14%. A OCDE prevê mudanças na repartição regional da produção. Haveria queda na produção leiteira de cerca de 20% nos países que se beneficiam dos maiores subsídios. E aumento de também 20% na Nova Zelândia e na Austrália.
Indústrias da União Européia aceitam redução de subsídios
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