A Rússia poderá em breve conhecer o sabor do leite e dos produtos lácteos indianos, com o governo da Índia trabalhando em uma fórmula para permitir que duas companhias de lácteos locais exportem por seis meses para o país. A Índia, maior produtor mundial de leite, exporta produtos lácteos principalmente para o Oriente Médio, Paquistão e outros países vizinhos. Agora, o país está querendo cobrir o mercado russo, que tem se tornado deficiente após as sanções a países ocidentais instauradas por causa do conflito com a Ucrânia no ano passado.

A Rússia enviou uma equipe de inspeção à Índia no ano passado para examinar a indústria de lácteos do país. Os inspetores determinaram que os processadores de produtos lácteos, para cumprir com os padrões russos, precisam ter pelo menos 1.000 animais leiteiros para poderem exportar ao país. Somente duas unidades leiteiras – pertencentes a Parag Milk Foods e Schreiber Dynamix Dairies – obtiveram a aprovação russa.

Embora o Departamento de Comércio planeje aprovar essas duas companhias, também está negociando com o governo russo para que ele relaxe essa exigência. “Apesar de estarmos negociando com a Rússia para remover essa condição, não fomos capazes de convencê-los. Estamos tentando encontrar uma cláusula aceita mutuamente. Se nada funcionar, então poderemos permitir inicialmente essas duas companhias para exportação e revisar o acordo após seis meses”.

Em 2014-15, a Índia exportou 66.424 bilhões de toneladas de produtos lácteos, no valor de US$ 181 milhões. Os principais destinos de exportação foram Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Paquistão, Nepal e Butão. “Nós argumentamos que a Índia segue o sistema de produção de cooperativa no setor de lácteos e que não há produção massiva, mas não conseguimos convencê-los disso”.

O acordo de seis meses está sendo considerado para evitar o monopólio por essas duas companhias, além de encontrar uma solução de longo prazo para o problema e não perder o novo mercado. Ao mesmo tempo, os exportadores de lácteos da Índia querem que o governo cobre um premium da Rússia. “Com as sanções, a Rússia parece vulnerável e se eles não estão dispostos a negociar nesse ponto, podem não fazer isso no futuro”, disse o diretor geral da Federação de Organizações Exportadoras da Índia, Ajay Sahai.

As informações são do The Economic Times.