Dos R$ 44,35 bilhões que o governo e os bancos programaram oferecer em crédito rural para a safra 2005/2006, os produtores deverão sacar apenas R$ 40 bilhões, aproximadamente. A estimativa é do chefe de Economia Agrária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Lincoln Campos.
"Só as altas taxas de inadimplência podem explicar esta provável redução, já que os bancos restringem o crédito ao produtor que não paga suas dívidas", analisa Campos. Esta será a primeira vez em 10 anos em que o valor contraído pelo agronegócio cairá em relação ao ano anterior.
De julho do ano passado até março deste ano, os financiamentos concedidos estavam em 74% dos R$ 44,35 bilhões programados para a safra, que termina em junho. No mesmo período da safra passada foram emprestados 85% do total de recursos programados, de R$ 39,45 bilhões.
"O governo já está ciente de que o setor produtivo não vai negociar o plano agrícola 2006/2007 antes de ver resolvido os problemas da safra atual", conta o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto. De acordo com números do executivo, o endividamento da agricultura saltou de 0,5% do faturamento bruto, quatro anos atrás, para cerca de 35% hoje.
Além do nível de endividamento, as perspectivas negativas fizeram os produtores frearem os financiamentos. "Não adianta ter dinheiro disponível para plantar se o produtor sabe que a atividade dá prejuízo", comenta o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira. As informações são de Luiz Silveira para o DCI.
Inadimplência limita o saque do crédito rural
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