Em 2007, o preço do leite no mercado mundial aumentou de forma significante e atingiu seu pico de US$ 58 por 100 quilos. Desde então, até outubro de 2008, os preços do leite caíram em 40%, para um nível de US$ 35 por 100 quilos. O principal direcionador para este desenvolvimento é a situação global de oferta e demanda de leite. Em 2007, houve uma "falta" de 2-4 milhões de toneladas de leite, o que representa 0,5% da produção mundial.
A previsão é que a produção de leite se tornará provavelmente a commodity agrícola mais volátil à medida que pequenas quantidades influenciam os preços; existe um atraso na reação de produção dos produtores leiteiros e também um atraso na reação dos consumidores na demanda de leite.

Neste ano, o IFCN analisou 134 fazendas típicas de 44 países. Um panorama simplificado global no gráfico mostra que:
a) A África tem o menor custo e a Europa Ocidental tem o maior custo;
b) O custo no Leste Europeu, na América do Sul, na Ásia e na Oceania são similares, de US$ 25 a US$ 30 por 100 quilos de leite.
Mudanças nos custos: em 2007 e também em 2008, os custos aumentaram em todas as regiões leiteiras direcionados pelos aumentos nos preços dos alimentos animais. O aumento dos custos difere dependendo do sistema de produção. Em geral, os aumentos nos custos foram maiores nos sistemas de alto custo do que nos sistemas de baixo custo. Isso significa que a diferença nos custos mostrada no gráfico se tornará maior, à medida que os custos dos alimentos animais continuam aumentando. As regiões que produzem animais a pasto se beneficiarão. Além disso, torna-se mais atrativo obter leite de fazendas de pequena escala em países em desenvolvimento.

Em 2008, o IFCN definiu indicadores padrões e procedimentos de cálculo para classificar os países mais importantes na produção leiteira. A lista abaixo sumariza as principais descobertas de produção de leite e também de comércio de lácteos. Os principais países produtores de leite são Índia, Paquistão, China e Alemanha. O IFCN estimou que 60% da produção mundial de leite são enviadas aos processadores. Então, o ranking de países por este indicador parece bastante diferente. Nota-se que a China, com seu significante crescimento de 23% ao ano de 2002-2007, agora é o terceiro maior produtor de leite. O comércio mundial, do lado da oferta, é dominado pela Nova Zelândia e União Européia (UE), e pelo lado da demanda por México, Rússia, Argélia, China e Japão. A lista também mostra o quanto o comércio de lácteos é significante com os países da UE.

O consumo de leite está crescendo em 10-15 milhões de toneladas por ano
Baseada no aumento da população do mundo e também no crescente consumo per capita, a demanda global de leite está crescendo em 10-15 milhões de toneladas por ano. Esta quantidade representa o volume anual de leite da Austrália e da Nova Zelândia. O IFCN Dairy Report está monitorando o consumo per capita usando o conceito de equivalentes em leite. Na Europa Ocidental, as pessoas consomem mais de 300 litros enquanto no Vietnã ou Indonésia, o consumo é de apenas 10 litros de leite por ano.
Pegadas de carbono globais - a produção de leite contribui com menos de 3%
Em 2008, o IFCN analisou as pegadas de carbono da produção de leite. Baseado nas análises do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o IFCN estimou que a produção de leite é responsável por menos de 3% das emissões globais de gases estufa. Além dos dados do setor, o IFCN desenvolveu uma metodologia para comparar as pegadas de carbono por quilo de leite entre os diferentes sistemas produtivos. Os primeiros resultados indicam que fazendas de produção intensiva têm significativamente menos pegadas de carbono do que os sistemas de produção de leite com rentabilidade muito baixa. Resultados mais detalhados são esperados em 2009.
Mais detalhes sobre o relatório podem ser acessados no site: www.ifcndairy.org.