Icone: consumo per capita de lácteos crescerá 0,44%

Segundo projeção do Icone (Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais) feita com base no aumento da renda per capita mundial, que ocorrerá entre os países mais ricos e, em menor ritmo, entre os mais pobres, como os do Leste da Ásia (Indonésia, Índia, por exemplo), o consumo de cereais - arroz, feijão, grãos e raízes - será reduzido e substituído por mais lácteos e carnes. Mundialmente, o consumo per capita de cereais deve cair 0,09% ao ano e o de lácteos subir 0,44%.

O instituto prevê que o aumento da renda mundial e a redução dos preços dos produtos agropecuários farão com que nos próximos 50 anos o consumo de alimentos cresça no mundo, mesmo nos países mais pobres.

No Brasil, esse cenário resultará no aumento de 66% nas exportações de produtos agrícolas em cinco anos, o que significará receita externa de US$ 60 bilhões em 2012. O produto cujo consumo per capita crescerá em ritmo mais acelerado em 50 anos é a carne. - 0,76% ao ano (três veze mais que o açúcar, por exemplo). Desse modo, o Brasil continuará na liderança do mercado mundial de carnes bovina e de frango, mantendo a atual participação.

O Icone também projeta que nos próximos 50 anos os preços agropecuários vão cair e a volatilidade desse mercado, aumentar. O cenário é resultado do maior uso de (bio) tecnologia - que reflete no aumento da produtividade no campo - e da maior concentração da oferta desses produtos em algumas regiões - reflexo do aquecimento global, segundo Marcos Jank, presidente do Icone. Segundo ele, o Brasil é o país que reúne mais vantagens para expandir a agricultura. Temos 70 milhões de hectares agricultados e 100 milhões de hectares a serem incorporados, sem considerar as pastagens e de reserva ambiental.

As informações são de Fabiana Batista para a Gazeta Mercantil.