IBGE: produção em 2005 aumenta 4,7% frente a 2004

Segundo a pesquisa de Produção da Pecuária Municipal de 2005, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de leite no ano passado foi de 24,6 bilhões de litros, representando um aumento de 4,7% em relação a 2004. Desde 1990, a produção brasileira teve um aumento de 70% até 2005.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 1 minuto de leitura

Ícone para ver comentários 1
Ícone para curtir artigo 0

Segundo a pesquisa de Produção da Pecuária Municipal de 2005, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de leite no ano passado foi de 24,6 bilhões de litros, representando um aumento de 4,7% em relação a 2004. Desde 1990, a produção brasileira teve um aumento de 70% até 2005.

Vale notar que a captação nacional de leite formal apontada pela Pesquisa Trimestral do Leite, divulgada também pelo IBGE, foi de 16,2 bilhões de litros, ou seja, 65,8% da produção nacional. Em 2004, essa participação foi de 61,7% da produção brasileira, indicando que a informalidade caiu no ano passado.

De acordo com os dados da pesquisa, o estado de Minas Gerais é o maior produtor de leite de vaca, representando 28,1% da produção nacional, seguido de Goiás (10,8%), Paraná (10,3%) e Rio Grande do Sul (10%). Os estados da Bahia, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Pernambuco, Maranhão e Sergipe apresentaram aumentos de produção em relação a 2004 pouco significativos e não alteraram suas posições no ranking nacional.

O município de Ibiá (MG) apresentou a maior produção de leite de 2005 (104,4 milhões de litros). Entre os dez principais municípios produtores de leite, cinco são mineiros.

Marechal Rondon (PR) foi o município que apresentou maior índice de produtividade (3.985 litros por vaca ordenhada/ano). A produtividade média de leite entre 1996 e 2005 foi de 1.131 litros por vaca ordenhada/ano, sendo que no ano de 2005, obteve-se a maior produtividade anual de leite, 1 191 litros por vaca ordenhada/ano.

Gráfico 1. Produção de leite de vaca no Brasil de 1990 a 2005, em milhões de litros.

Figura 1

Tabela 1. Produção de leite, vacas ordenhadas e produtividade de leite, por estado brasileiro em 2005.

Figura 2

Fonte: IBGE

Tabela 2. Produção de leite, vacas ordenhadas e produtividade de leite, segundo os principais municípios produtores em 2005.

Figura 3

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2005.

Gráfico 2. Produtividade de leite de vaca no Brasil, de 1996 a 2005, em litros/vaca/ano.

Figura 4

Equipe MilkPoint.
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 1
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2006

O resultado destas pesquisas acende o sinal de alerta na produção nacional e atesta a premente necessidade de investimento no parque genético pátrio, já que os índices encontrados para a produção vaca/ano são ridículos em face da desempenhada por outras nações.

Se nos ativermos para a maior produção anual encontrada, em média, pelos dados governamentais, teremos que, em 2005, o rebanho brasileiro esteve produzindo menos de cinco litros/dia (à precisão: 3,26 litros/dia), o que chega a ser bisonho. Em Ibiá (MG), esta média (a maior do país), chega a 6,30 litros/dia. O mais incrível é que, em dez anos, a produtividade individual em nada melhorou, já que, em 1995, uma vaca produzia 1138 litros/ano (3,11 litros/dia).

A maior produtividade nacional, Marechal Cândido Rondon, no Paraná, não atinge a onze litros/dia (10,91 litros/dia). A conclusão é o extremo descaso do Governo Federal com o produtor de leite, que não arregimenta incentivo algum para promover o melhoramento genético de seu rebanho, não tem seu produto remunerado de forma digna, não vive com o conforto necessário à sua evolução sócio-econômica. Se este panorama de filme de terror (dos mais horripilantes) não for modificado, com uma política agropecuária consistente e menos eleitoreira, séria e desenvolvimentista, o abandono em que já se encontra o setor beirará à ruína.

Muito se fala em reforma agrária neste país. Mas vestir um santo (o sem-terra) para desvestir outro (o proprietário) é trocar seis por meia dúzia, já que o assentado não terá, como o verdadeiro dono, nenhuma condição de amanhar à terra conquistada, porque não poderá adquirir a semente, plantar, colher, comprar animais e tirar o leite, entregar ao laticínio e, mesmo, sobreviver, já que, hodiernamente, é isto que acontece com o produtor conterrâneo, por falta de dinheiro.

Espero que o presidente Lula tenha acesso a estas informações e abra seus olhos para o fato de que não basta apenas colocar o boné na cabeça e tirar fotografias ao lado dos agricultores: há que fomentar a distribuição de divisas entre eles, para que continuem a produzir, com subsídios, preços mínimos verdadeiros, apoio técnico. Se assim não for, nosso rebanho será como a Itabira de Drummond: "apenas um retrato na parede", que as gerações futuras, por amarelado, nem sequer notarão.
Qual a sua dúvida hoje?