![]() | Guilherme Alves de Mello FrancoGuilherme Alves de Mello Franco é Advogado e Produtor de Leite. Especialização em Direito de Trabalho e Direito Previdenciário pela Universidade Estácio de Sá - UNESA. A atividade leiteira é desenvolvida em Olaria-MG, na Fazenda Sesmaria. |
Guilherme Alves de Mello Franco é formado em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG. - UFJF, com curso de especialização em Direito de Trabalho e Direito Previdenciário pela Universidade Estácio de Sá - UNESA. Autor de Direito do Trabalho com mais de oitenta artigos publicados em periódicos especializados do Brasil e da Espanha. Autor dos livros: "Aspectos trabalhistas no Código Civil brasileiro", São Paulo: IOB Thomson, 2004 e "Direito Processual do Trabalho", São Paulo: IOB Thomson, 2005. Advogado do Sindicato dos Vigilantes de Juiz de Fora, MG. Pecuarista por hereditariedade e vocação, dedicado à produção de leite de vaca e à criação de gado holandês (preto e branco e vermelho e branco) e jersey.
MKP: Como é a sua propriedade leiteira?
A Fazenda Sesmaria fica localizada na Zona da Mata/Sul de Minas Gerais, na cidade de Olaria, MG, sendo especializada na seleção de gado holandês e de gado jersey, além da produção de leite de vaca, com média diária de 1.600 litros. O sistema adotado é o do confinamento, que é levado a cabo desde 2005. Todavia, a história da Fazenda Sesmaria, que se iniciou com José Moreira de Mello Franco, meu avô, remonta aos idos de 1950, com seleção de gado holandês por mais de meio século. O gado jersey foi implantado em 2007.
É filiada à Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais (Afixo: S.E.S.G.A.) e à Associação dos Criadores de Gado Jersey de Minas Gerais (Afixo: SESMARIA). Seu rebanho é constantemente premiado na Exposição Agropecuária e Torneio Leiteiro de Lima Duarte, MG, pólo regional da pecuária leiteira. Fotos de alguns exemplares podem ser vistas na seção "foto em destaque" do MilkPoint.

MKP: Quais são as principais dificuldades que você tem na atividade?
As dificuldades da pecuária leiteira não podem ser encaradas de forma individual ou regional, mas sim, em termos nacionais, já que inerentes à própria atividade. Reputo como sendo as maiores delas o alto custo da alimentação dispensada aos animais e o baixo preço destinado ao leite (um litro de leite é remunerado - que absurdo - com valores inferiores ao de água mineral, por exemplo).
MKP: O que está melhorando no setor?
O produtor nacional vem, a cada dia, se especializando. A inseminação artificial melhora, a olhos vistos, a qualidade genética do rebanho nacional, sem deixar de anotar que diversos colegas já enveredam seus trabalhos pela clonagem e pela transferência de embriões, que permitem a fixação de características ímpares no rebanho, através da multiplicação genética de um indivíduo de elite. A Instrução Normativa 51, embora entendamos prematura sua instalação plena em solo brasileiro, pela precariedade das condições de muitos produtores - que não reúnem saúde financeira ideal para atender a seus comandos - pelo menos veio cultivar a prática da melhoria na produção leiteira, com mais higiene e valor agregado ao produto.
MKP: O que acha que falta no setor?
Falta ao setor, pelo lado governamental, uma política de preços mínimos, que garanta ao produtor a justa remuneração pelo seu produto, um sistema de subsídios competente e eficaz (aqui preferimos criticar os subsídios destinados aos irmãos estrangeiros do que exigir que nos sejam, também, deferidos) e um sistema de distribuição viário bom, que impeça que o produto se perca na propriedade por falta de estradas ou pela existência de vias intransitáveis. Pelo lado do produtor, a consciência de que quanto mais produtivo e higiênico for o setor, melhor preço será conquistado pelo leite, e que quanto maior for a união entre ele e seus pares, melhor e mais forte será a categoria, rentável a profissão e feliz o homem do campo. Pelo lado dos empresários, o fim da famigerada "lata de leite" e a implantação mais efetiva de tanques de expansão e caminhões-tanque.
MKP: Qual personalidade admira no setor?
Marcelo P. de Carvalho, pelos artigos e ensinamentos sempre imperdíveis, conscientes e repletos de segurança, que sempre nos traz através do MilkPoint.
MKP: Qual empresa admira no setor?
A Parmalat, pelos programas de incentivo e de aprimoramento que destina a seus fornecedores e aos produtores em geral, como o "Via Lactea", capacitando-os, mais e mais, para a produção de um alimento rico e saudável.
MKP: Dica de sucesso ou frase preferida
"Uma estrada de mil léguas começa por um passo" (provérbio chinês).
MKP: Quais os serviços do MilkPoint você utiliza mais?
Posso dizer que leio o MilkPoint, de forma diária, em todos os seus setores, participando de forma mais ativa do fórum, do editorial e dos radares técnicos.
MKP: Como o MilkPoint lhe auxilia no dia-a-dia?
Como não sou Médico Veterinário, Engenheiro Agrônomo, Técnico em Agropecuária ou Zootecnista, valho-me dos ensinamentos nele colecionados para ampliar meus conhecimentos e diminuir minha ignorância em pecuária. É como fazer uma Faculdade: indispensável nos dias de hoje.

