O fabricante de produtos lácteos do México, Grupo Lala, contempla se expandir na América Central ou Brasil no segmento de produtos lácteos e possivelmente no de sucos, com o que os analistas esperam uma nova compra em curto prazo.

O diretor geral do Grupo Lala, Arquímedes Celís, comentou que a intenção é se expandir na América Latina, mas não deu mais detalhes. Depois da oferta pública de ações que o Grupo Lala realizou em outubro de 2013, onde obteve 14,055 bilhões de pesos (US$ 1,07 bilhão), o seguinte passo natural é realizar uma aquisição, informou a firma de análise financeira, Signum Research.

Desse valor, “um terço foi utilizado para pagar 80% da dívida. Sobraram 8 bilhões de pesos (US$ 612,55 milhões) em efetivo e, desses, a metade será usada para investir em aumentar a capacidade produtiva das plantas no México e o resto, será utilizado para expandir-se em outras regiões”, disse o analista da Signum Research, Alberto Carrillo.

O Grupo Lala poderia adquirir a empresa Brasil Foods (BRF), cujas vendas são de mais de U$ 1,3 bilhão, um terço das do Grupo Lala, e com presença em 13% do mercado de lácteos brasileiro. O Lala também poderia investir na Colômbia mediante a aquisição de alguma das duas empresas dominantes em lácteos: Produtos Lácteos Andina e Colanta; ou no Peru, com a empresa Gloria, que tem 83% do mercado de lácteos e conta com operações no Equador, agregou a Signum Research.

“Entrar na Argentina seria um investimento muito arriscado pelas perspectivas econômicas do país e por seu alto volume de produção de leite. O Lala tem demorado para decidir e encontrar um sócio e uma compra pouco arriscada”, disse Carrillo.

O Grupo Lala está mais interessado em investir na América Central, onde podem fazer sinergias mais facilmente e com uma integração mais rápida, opinou um analista do Grupo Financiero Ve por Más, José María Flores.

“As últimas aquisições foram em lácteos e seguiriam na mesma linha, ainda que também tenham interesse em entrar em novas categorias, entre elas, sucos ou alimentos para utilizar sua capacidade de distribuição no frio, mas se fizerem uma aquisição grande seria em lácteos para aproveitar o conhecimento que já tem”.

No ano passado, o Grupo Lala investiu US$ 50 milhões em uma planta de processamento de leite líquido de Nicarágua. Também tem operações na Guatemala, onde opera o pasteurizador Foremost Dairies.

Para o analista da Vector, Marco Antobio Montañez, é muito provável que o Grupo Lala adquira uma empresa pública na América Latina no setor de lácteos e alimentos, para o que conta com dinheiro suficiente em caixa.

“Ao fechamento do segundo trimestre do ano, a empresa reportou um valor de efetivo de 8,861 bilhões de pesos (US$ 678,47 milhões), dos quais poderia destinar boa parte para fusões e aquisições. Considero que o nível máximo de endividamento seria de cerca de 1,5 vezes a Dívida Líquida/EBITDA, a de acordo com a média de empresas comparáveis”.

A reportagem é do www.cnnexpansion.com, traduzida pela equipe MilkPoint Brasil.