Grandes empresas investem em lácteos da Índia

O setor de lácteos da Índia, com as multibilionárias marcas Amul, da Gujarat Cooperative Milk Marketing Federation Ltd. (GCMMF) e Mother Dairy, da National Dairy Development Board (NDDB), além de muitas cooperativas de lácteos, está vendo uma dramática mudança nas dinâmicas de mercado, segundo reportagem do The Economic Times.

Alguns grandes nomes na Índia, como Reliance, Bharti, Coca-Cola e PepsiCo estão silenciosamente trabalhando para abocanhar uma parte da indústria de lácteos do país de Rs 227,340 mil crore (US$ 56,43 bilhões). Isso não é surpresa no maior produtor de leite do mundo, cuja produção chegou a 100 milhões de toneladas no ano passado.

De acordo com estimativas divulgadas pelo Dairy India 2007, a produção total de leite do país chegará a 120 milhões de toneladas em 2011, com o setor organizado representando 30%. Em 2005, a produção total de leite da Índia foi de 94,5 milhões de toneladas, com o setor organizado representando somente 18%. Desta forma, até 2011 a participação das empresas privadas subirá para 24 milhões de toneladas, contra 8,5 milhões em 2005.

A participação de cooperativas estatais, entretanto, terá um crescimento mais lento - de 8,5 milhões de toneladas em 2005 para 12 milhões de toneladas em 2011. Todo este crescimento será direcionado principalmente pelo leite fluido.

Enquanto o grupo varejista Bharti tem informado que está explorando as opções para entrar no setor de lácteos, a Reliance Industries já deu seu primeiro passo, entrando no mercado de grande volume e baixas margens de leite fluido, lançando no começo do mês a marca Dairy Pure, em Hyderabad.

Para sua entrada no setor de lácteos, a Reliance está buscando modelos de aquisição. A companhia planeja colocar no mercado várias cooperativas de lácteos em todo o país. "Os planos da companhia estão claramente baseados no modelo Amul. Seria como uma cooperativa de cooperativas", disse uma fonte da empresa. Assim como a companhia vem fazendo com outros produtos agrícolas, a Reliance também pretende comprar algumas grandes fazendas leiteiras e manter seus proprietários e funcionários na folha de pagamento da empresa.

Para o fornecimento de leite, a Reliance deverá instalar centros de coleta direta em mais de 1000 locais no país. A empresa já assinou um memorando de entendimento com o Governo de Punjab para fornecer quase 700 mil litros de leite por dia.

Outras gigantes que estão de olho no mercado de lácteos da Índia são a Coca-Cola e a PepsiCo, especialmente com o aumento da substituição pelas empresas das vendas de refrigerantes por bebidas mais saudáveis. Entretanto, as atuais políticas de regulamentação permitirão que estas companhias somente forneçam leite, impedindo que elas instalem fazendas leiteiras. Fontes disseram que as empresas de refrigerantes estão explorando as opções de leite em embalagem Tetra Pak.

As atuais participantes do setor de lácteos da Índia também estão trabalhando para enfrentar o desafio. A Amul, que surgiu como uma entidade bilionária com vendas de quase Rs 4300 crore (US$ 1,06 bilhão) durante o ano fiscal de 2006-07 projetou uma meta de Rs 10 mil crore (US$ 2,48 bilhões) nos próximos três anos. A Nestlé Índia, por sua vez, está planejando o lançamento de uma série de novos produtos, expansão de capacidade e aquisições. Segundo o gerente geral da divisão de lácteos da Nestlé Índia, Mayank Trivedi, esta divisão está crescendo a uma taxa de 20%, enquanto a companhia como um todo cresce 10-11%.

Em 24/07/07 - 1 Rúpia Indiana = US$ 0,02482
40,28500 Rúpia Indiana = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

"Crore" equivale a 10 milhões.