GO: oferta de leite cresce e o preço cai

O excesso da produção de leite neste ano, tanto no País como no estado de Goiás, é uma das principais causas das atuais dificuldades do setor. A conclusão é do gerente de Assuntos Técnicos e Econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Edson Alves Novaes. Segundo ele, além do aumento da produção, o consumo de derivados de leite caiu em todo o País, gerando um excesso de oferta e a conseqüente queda de preços.

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O excesso da produção de leite neste ano, tanto no País como no estado de Goiás, é uma das principais causas das atuais dificuldades do setor. A conclusão é do gerente de Assuntos Técnicos e Econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Edson Alves Novaes, ao proferir palestra sobre o assunto, dentro da programação da Feira Agro Centro-Oeste.

Conforme o técnico da Faeg, o crescimento da produção de leite foi de cerca de 20% no País e de pelo menos 15% em Goiás. O Estado produziu aproximadamente 2,7 bilhões de litros em 2007 e deve ultrapassar os 3 bilhões de litros este ano. Segundo Edson Novaes, esse crescimento foi fruto direto do estímulo recebido pelo produtor no ano passado, quando em setembro os preços médios ficaram entre R$ 0,80 e R$ 0,84, seguramente dentre os melhores já conseguidos pelo setor.

Para Edson Novaes, além do aumento da produção, o consumo de derivados de leite caiu em todo o País, gerando um excesso de oferta e a conseqüente queda de preços, que chegou a 12% no caso do leite em caixinha e 8,5% no queijo mussarela. Esse desequilíbrio levou a um processo de baixa nos preços pagos ao produtor em plena entressafra. Segundo o técnico, em setembro passado os produtores receberam entre R$ 0,60 e R$ 0,65, o que representa de R$ 0,20 a R$ 0,25 a menos que no mesmo período do ano passado.

Novaes explica que, para complicar ainda mais a situação do produtor, os custos de produção do leite vem aumentando exageradamente. "Diante desse quadro, a recomendação da Faeg é para que o produtor racionalize custos, busque insumos alternativos para a soja e o milho, mesmo que isso custe redução da produção", disse. Ele acrescenta que a expectativa é de que a situação comece a melhorar a partir de janeiro, tendo em vista que a valorização do dólar frente ao real deve refletir em aumento das exportações. "Também há sinais de reação dos preços do leite em pó no mercado internacional", diz o técnico da Faeg.

A matéria é de Edimilson de Souza Lima, publicada no jornal O Popular/GO, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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marcos jose passos ricardo
MARCOS JOSE PASSOS RICARDO

GOIÂNIA - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 30/10/2008

O dificil é que essa lei da demanda e da oferta não cabe ao setor varejista, pois na prateleira das grandes redes de supermercados os preços continuam salgados, ou seja, todo esse mercado só beneficia as indústrias, cabendo ao consumidor e ao produtor racionalizar insumos e o consumo para passar a crise.
WILKERSON MARQUES FRANCO
WILKERSON MARQUES FRANCO

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/10/2008

Bom dia,

Gostaria de parabenizar o Sr. José Enock por sua excelente intervenção. O produtor de leite brasileiro que realmente ama a profissão e trabalha no intuito de gerar recursos e empregos para o País tem que ser valorizado.

Com relação a intervenção do Sr. Rosicleiton onde diz "produtor não tem como fazer este processo", gostaria de cordialmente discordar de sua afirmação. O produtor é o único que pode mudar o jogo. Com conhecimento administrativo, técnico e humildade podemos sim mudar o jogo. Hoje eu produzo leite, faço minha ração a um custo de 34 centavos o quilo (ração a 22% PB), enquanto as empresas vendem para o produtor a um preço de 80 centavos o quilo de ração.

Precisamos investir em animais que produzam mais, manejo adequado, onde as vacas ficariam em piquetes, parar de "encher a pança" desses que nos vendem ração a preços estratosféricos e passar a produzir nosso próprio alimento (para isso o produtor precisa de conhecimento e conhecimento só se consegue quando se tem humildade para correr atrás e aprender).

Todas as colocações são altamente positivas só que precisamos sair do papel e passar a agir com eficiência e principalmente unindo forças.

Um forte abraço a todos,

Wilkerson Marques
Produtor e veterinário.
Sidney Lacerda Marcelino do Carmo
SIDNEY LACERDA MARCELINO DO CARMO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 30/10/2008

Prezados Colegas,

Hoje as empresas captadoras de leite utilizam como parâmetro contagem de células somáticas, contagem de unidades formadoras de colônia, teor de proteína e gordura. Entretanto, gostaria de tirar uma dúvida, as mesmas não apresentam situações de coletas diferenciadas, ou seja, após a coleta do leite no produtor, o leite de qualidade inferiror é misturado ao leite de boa, muito boa ou ótima qualidade, isto quer dizer, os caminhões que fazem a coleta de leite não apresentam repartições que possam separar o leite de qualidade inferior do de melhor qualidade.

São situações ocorridas e vivenciadas no interior, onde tenho um pequena propriedade. Gostaria de saber como é realizado o processo nos países que se julgam com qualidade superior ao do Brasil?

Grato,
Sidney

<b>Resposta da Equipe MilkPoint:</b>

Prezado Sidney,

Essa discussão não tem muito como resolver. O problema de misturar o leite ruim e bom é da indústria, que deixa de aproveitar as vantagens do leite de mais alta qualidade, mas o produtor é avaliado no seu tanque e não depois que mistura. Por outro lado, mesmo que seja misturado, no longo prazo existe uma melhoria, que é o que importa, e não no curto prazo.

Não existe nenhum tipo de processo especial em outros países (que tenhamos conhecimento), mas algumas empresas podem ter rotas de melhor qualidade (só é coletado leite conhecidamente de melhor qualidade) e com processamento em separado.

Atenciosamente,
Equipe MilkPoint.
rosicleiton garcia da silva
ROSICLEITON GARCIA DA SILVA

SANTA HELENA DE GOIÁS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/10/2008

Eu acredito que chegou o momento de todos produtores de leite unirem forças para um objetivo comum, muito dizem que no mundo esta faltando alimento, enganam-se pois estamos com uma produção de leite espetacular que supre toda a demanda. O que falta é as entidades politicas tomarem alguma atitude, o produtor de leite já não é apenas produtor de leite, ele é produtor de energia, alimentos, alimento este insubstituivel, a politica leitera do Brasil é a pior possivel, onde as industrias e o governo fazem apenas marketing, por exemplo, lançam normativa para beneficiarem apenas eles proprio, exigem leite de qualidade que o produtor consegue, mas na hora de remunerar este leite nem governo nem indústria não praticam lei alguma.

O preço do leite que é feito de acordo com toda a normativa é pago igual ao leite de latão ou mais barato e levam o custo de ração, mecanização. É hora do governo olhar com firmeza, pois quem esta lucrando são apenas as indústrias, pois elas compram o leite a qualquer preço e dai jogam uma margem de lucro e o produtor não tem como fazer este processo, claro que não.
João Avelino Filho
JOÃO AVELINO FILHO

NATAL - RIO GRANDE DO NORTE

EM 28/10/2008

O dólar, valorizado, gera o foco nas exportações, sobretudo de leite em pó, e o mercado interno fica para as indústrias regionais - que não têm esse canal - e que estão tendo que produzir mais leite de saquinho, tipo C, com "shelf life" menor, para compensar a falta de demanda por leite de caixinha, tipo longa vida (depois da perda da confiança do consumidor por tudo o que já se sabe), que, em princípio, permitia o estoque em compras-de-mês. Baixa demanda, muita oferta e captação de leite e o resultado é esse mesmo: queda artificial dos preços - tanto para o produtor quanto, na ponta, para o consumidor final.

Não adianta prantear o leite, literalmente, derramado! O jeito é endurecer com os que comprometeram o lema da Tetra Pak (que sugere que só embala o que é bom), afunilar mais o setor, via Ministério da Agricultura, e permitir que as industrias sérias se perpetuem e que as que não têm compromisso com a qualidade - o tal joio do trigo - sejam banidas do mercado.
jose enock castroviejo vilela
JOSE ENOCK CASTROVIEJO VILELA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/10/2008

Devemos otimizar nossos custos, porem devemos lembrar ao Dr. Edson que, além de trazer más noticias, deve começar a palestrar e discutir novas soluções, como marketing para o aumento de consumo de leite, fixação de cotas aos produtores com mais de 3 anos como produtor de leite, atraves de comprovaçao de faturas de fornecimento e penalização aos produtores com prazo inferior. Ou nos organizamos ou ficaremos sempre a deriva, a criação de um fundo de sustentação aos produtores, objetivando lastrear futuras reinvindicações de cotas, preços e outros detalhes, e de grande importancia, tomemos por base a força dos produtores argentinos.
Sidney Lacerda Marcelino do Carmo
SIDNEY LACERDA MARCELINO DO CARMO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 27/10/2008

Prezado Isac,

De agora para a frente vai ser um momento muito bom para montar um plantel. Isto porque o preço das vacas vão cair. Não desista e o Sr. formará um plantel bom a um custo bem menor do que quando o preço do leite seguir a sua retomada. Tudo na vida uma hora está ruim mas depois recupera. É o mercado seguindo o seu perfil de regulação. Pesquise bem os materiais genéticos que você deseja adquirir porque o Sr. não perderá dinheiro. Quando o leite retomar o seu crescimento o Sr. estará com um plantel barato na propriedade.

Grato,
Sidney
isac
ISAC

SÃO JOÃO DA PARAÚNA - GOIÁS

EM 27/10/2008

Eu gostaria de comprar umas vacas para tirar leite mas...pelo jeito vou ficando quieto com esta queda no preco do leite.

Isac.
Silvio Saraiva Sampaio
SILVIO SARAIVA SAMPAIO

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/10/2008

Acho que o momento é oportuno para nós, produtores de leite, revermos os custos e mudarmos o manejo, diminuir a ração, desmamar vacas, vender vacas problemas para corte (@ com preço bom) enfim, otimizar tudo para cair a produção.

Se a oferta de leite dimunuir 10 a 20%, o mercado muda com uma velocidade impressionante e todos ganham dinheiro.

Qual a sua dúvida hoje?