GO: leite spot com queda de R$ 0,10

É por isso que trabalharemos nesse ano de 2007 intensamente a organização do produtor rural, para que consigam a aquisição de resfriadores com capacidades de 4.500 lt/dia ou mais para negociar com as empresas. Esta foi a unica solução que já encontramos com alguns grupos que conseguiram preços melhores. e hoje estes vendem o leite para quem pagar melhor.

Aqueles que não conseguiram ainda comprar os tanques é porque nem energia elétrica têm em seus assentamentos, e isso se julga a falta de comprometimento dos governantes para com eles.

O único penalizado com esta baixa no leite é o pequeno produtor que sobrevive daquela renda mensalmente.

Sou diretor de uma cooperativa de leite em Brasília (DF), e temos sofrido sérios assédios dos grandes laticínios, que têm levado nossos produtores com produção acima de 500 litros/dia.

Fica evidente que os grandes laticínios têm por objetivo quebrar os pequenos. Os cooperados que saíram também mostraram que não são leais e não sabem o que é uma cooperativa, saem de maneira covarde.

Sustentamos os melhores preços nas águas e nos abandonaram sem a menor parcimônia na seca. Além do mais, os grandes laticínios vem diminuindo muito o valor do leite de caixinha, mantendo o preço do leite ao produtor, com claro objetivo de destruir os pesquenos e médios laticínios e ficar com todo o mercado de leite, pagando o preço que quiser. Mas não vão conseguir.

Somos um país de produtores. Os governantes vão demorar para enxergar isto, pois não precisam levantar cedo para trabalhar.

É simplesmente revoltante: a Argentina diminuiu a produção de leite, o mesmo aconteceu com a Austrália, a Europa prevê falta de queijo, e aqui nos baixam o preço do leite por acordos nojentos como já é norma neste país.

Isto só tem um nome: falta de governo. Se houvesse governo, estes abusos seriam coibidos. A função de um governo é muito maior que permanecer em cima do palanque eleitoral. Ninguém é mais explorado e desrespeitado neste país do que o produtor rural.

Os 2 anos que passamos perdendo dinheiro e pagando para que outros tomassem o nosso leite passaram batidos, sem que se falasse do assunto. Agora, quando subiu, vem alguém rapidamente nos ameaçar com importação livre de impostos de leite e carne. Esta gente não está acostumada a trabalhar, e não sabe e acho que nunca soube, de onde vem o dinheiro.

Eu tenho um sonho: um dia, todos nós vamos ter coragem de dizer aos "donos" deste país: "por um ano, nós não vamos produzir, apenas para nossas famílias, e vocês, comam computadores".

Não acredito que seja uma tragédia para nós: estamos acostumados a perder dinheiro; um ano a mais não faz diferença.

E não nos esqueçamos que o leite não pode subir: os beneficiários do bolsa família e de tantas outras precisam de comida barata.

Pobre país!

O produtor tem que se organizar em grupos com produção de 10000 l/ dia e negociar com as empresas. Esta foi a unica solução que encontramos para conseguir preços melhores.

Mais uma vez, as indústrias estão se unindo para penalizar novamente os produtores, isso é uma vergonha. Ms os produtores merecem, pois eles são desunidos. Os preços na União Européia continuam subindo, mas se os produtores bobearem novamente irão pagar a conta. Os laticinios irão ficar cada vez mas ricos, e nós, produtores, cada vez mas individados.

Por isso, se baixarem os preços vamos parar de dar ração e deixar a produção cair, só assim eles irão rever a situação que está nos favorecendo pela falta de leite, no mundo, e a seca que estamos enfrentando com um custo muito alto.

Infelizmente quem vai pagar o pato deverá ser como sempre o produtor, que não tem para quem repassar a baixa.

O que me revolta é que se tivéssemos um Governo com a mínima intenção de ajudar, talvez facilitando as exportações, já que lá fora está faltando esse produto, e pode até ser mais uma grande divisa para esta nação de produtores que apesar de tudo ainda insiste em continuar produzindo.

Somos reféns das grandes indústrias que fazem o que bem querem do mercado, nos "iscando" na entressafra, para garantir seus tanques cheios e agora basta imaginar que a produção vai aumentar no período das chuvas (MG), já começam pregar "baixa".

Como diz o velho ditado:"alegria de pobre dura pouco" (durou apenas 60 dias).

É de se observar que não há perspectiva de aumento de produção e há carência de pastagem para alimentar o gado.

Subordina-se a produção e preço do leite à leite da oferta e procura, o que nos faz carentes de próximos aumentos de preços do leite.