GO: Faeg e CNA propõem soluções para queda de preços

Em Goiás, o volume de leite produzido de janeiro até setembro cresceu 14%. Porém, o preço para o produtor caiu vertiginosamente e o consumo seguiu quase o mesmo ritmo. O assunto foi tema da reunião mensal da Comissão de Pecuária de Leite realizada na última sexta-feira (31), na Faeg.

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Em Goiás, o volume de leite produzido de janeiro até setembro cresceu 14%. Porém, o preço para o produtor caiu vertiginosamente e o consumo seguiu quase o mesmo ritmo. O assunto foi tema da reunião mensal da Comissão de Pecuária de Leite realizada na última sexta-feira (31), na Faeg. De acordo com levantamento realizado pela gerência de Estudos Técnicos da Faeg, a queda no preço do leite é resultado de queda nos preços internacionais (e por conseqüência redução das exportações), queda nos preços no mercado interno, ampliação da oferta de leite e dólar desvalorizado. Mas o fator preponderante para a crise no setor é a alta constante no custo de produção.

No cômputo geral, as perdas para o produtor resultaram em 50%. "Este é um prejuízo com qual não podemos arcar", diz o presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Faeg, Eurípedes Bassamurfo da Costa. Ele explica que a produção já começou a ser reduzida e que no próximo ano, pode faltar leite no mercado. O reflexo dessa crise será o aumento do preço para o consumidor. Até este momento, os preços para consumidor caíram apenas 6,38% e para indústria 18,72%. Isso significa que a indústria absorveu a redução no preço do litro pago ao produtor e não repassou esse declínio no valor para o consumidor.

A situação é complicada, mas reversível. A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), têm como propostas para solucionar de forma rápida alguns gargalos, o escoamento do excedente de produção de regiões produtoras de leite para regiões onde há consumo e não há produção, com a criação de uma linha de crédito de R$ 300 milhões por meio do EGF para financiar estoques das empresas. Uma linha de crédito de R$ 100 milhões para que a indústrias possam adquirir leite nas regiões produtoras e destinem maior volume às regiões não produtoras.

Em Goiás, o trabalho da Faeg é fazer com que o governo reduza a carga tributária que incide sobre a produção de leite e derivados, para que a produção goiana continue competitiva em relação ao que é produzido em outros Estados.

Na terça-feira (4), será realizada na Câmara dos Deputados em Brasília, uma audiência pública para mostrar aos deputados a situação da cadeia e pedir apoio. A CNA vai pedir apoio dos deputados para que cobrem do governo a aprovação das linhas de crédito para produtores e indústria. Também solicitam que o governo amplie o programa que destina leite às famílias carentes, maior rigor no combate às fraudes e frear o alongamento no prazo de pagamento aos produtores imposto pela indústria.

A matéria é de Karine Rodrigues, da Assessoria de Comunicação da Faeg, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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osmar u. carvalho
OSMAR U. CARVALHO

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/11/2008

Na reunião, na câmara dos deputados, duas propostas realçaram na discussão sobre o leite e o produtor. Uma delas é distribuir o excesso de leite para as regiões que tem falta do produto.

Foi votado na câmara a distribuição da merenda escolar a todos os alunos de escolas publicas incluindo o 2o. grau e outros segmentos escolares. O momento é mais do que favorável para usar o excesso de leite
existente no país, para enriquecer a alimentação escolar.

É urgente unir a CNA, Ministerio da Agricultura, Secrrtaria(s) da Agricultura, Cooperativas, sindicatos, federação da Agricultura de todos os estados para pressionar o governo a usar o excesso de leite na merenda escolar.

Sem Uniâo nenhuma ação obtem resultados.

Osmar Urbano de Carvalho
Estêvão Domingos de Oliveira
ESTÊVÃO DOMINGOS DE OLIVEIRA

CAÇU - GOIÁS

EM 04/11/2008

É simples. Bastaria haver uma maior pressão junto ao governo buscando a inclusão do leite fluido na merenda escolar. O consumo interno iria com certeza eliminar a necessidade de estoques. O melhor seria constatar a alimentação mais adequada de nossos estudantes.
Sandro Magno de M. Potenciano
SANDRO MAGNO DE M. POTENCIANO

BELA VISTA DE GOIÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/11/2008

Concordo com o colega Osmar,

Emprestar dinheiro para as empresas é adiar o problema, e será que elas estão querendo esse dinheiro para fazerem estoque ou aumentarem seu capital de giro, aumentando seu poder de negociação com o produtor ou até mesmo melhorando suas fábricas. Hoje as empresas estão tentando trabalhar com estoque zero.

Temos que investir em propagandas, e torná-las rotineiras, não de momento de crise. Investir em estudos para termos mais produtos, com maior opções de sabores (ex.: iorgurtes). Estamos perdendo para os refrigerantes, que são comprovadamente sem valor nutritivo, mas investem em propaganda.

O laticínio tem que investir em melhorar sua capacidade de negociação com os supermercados, não deixando este dominar as negociações. O simples ato de colocar preços já impressos na mercadoria já assegura o preço ao consumidor e garante margem a todos, desde o produtor até o consumidor, mas é muito cômodo para o laticínio quando não consegue negociar com os supermercados é só pagar menos ao produtor.

Sandro Potenciano
osmar u. carvalho
OSMAR U. CARVALHO

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/11/2008

Bom artigo. Quisera eu que Minas Gerais (FAEGM) tomasse defesa do produtor de leite mineiro, como fez Goiás. Junto ao projeto de leite para familias carentes, desenvolver outro projeto "UM copo de leite, diariamente, a todos os escolares que recebem
a merenda escolar. (Este projeto já foi realizado, com sucesso em Minas Gerais).

Propaganda: "Beba mais leite. Leite é saúde". Em vez de oferecer emprestimos, como se isto solucionasse o problema, assuma a propaganda "Beba mais leite". O governo incentivará o aumento do consumo interno (receberá mais impostos, mais saúde para o brasileiro, menos filas no SUS).

Osmar Urbano de Carvalho
Qual a sua dúvida hoje?