França mantém elevados subsídios à produção agrícola

Com base nos pagamentos a serem feitos em outubro, a França continua sendo o país europeu que concede o maior volume de subsídios que distorcem o comércio agrícola no mundo.

No total, os pagamentos diretos da UE aos agricultores a partir de outubro chegarão a 36,3 bilhões de euros. Desse total, 3,7 bilhões de euros serão pagos em conexão com a produção, podendo levar a um excesso de oferta de determinados produtos agrícolas, segundo notícia de Assis Moreira para o jornal Valor Econômico.

A França destaca-se como o país que mais subsidia, dando 2,7 bilhões de euros em subsídios ligados à produção, 56% do total europeu. De todo o montante, 26% são vinculados à produção, na contramão da reforma da PAC (Política Agrícola Comum), que prevê ajuda única vinculada à produção. Outros grandes membros que vêm aplicando o antigo sistema de ajuda são Portugal (25,31%) e Holanda (24,1%). Bélgica e Áustria também fornecem volumes elevados de ajuda distorciva ao comércio.

Segundo André Nassar, do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), o produtor europeu vai receber um pouco menos de dinheiro do que antes, mas a distorção não é porque a UE exporta. Ela se dá porque os 36,3 bilhões de euros de subsídios sustentam a produção agrícola da Europa. "Sem a subvenção, a produção teria necessariamente que cair na carne bovina, por exemplo".