Fornecedores da Casmil temem prejuízo com interdição

Segundo reportagem de Janaína Martins e Margarida Hallacoc, do jornal Hoje em Dia, a interdição da Casmil, em Passos, no sudoeste mineiro, levou insegurança a dezenas de produtores fornecedores da unidade. Agora, eles não sabem o que farão com o produto ordenhado diariamente. Outra empresa da cidade, a Vigor, tem capacidade para receber 50 mil litros de leite por dia, enquanto a Casmil recebia cerca de 300 mil litros.

"O produtor de leite levou anos para dar uma respirada, só trabalhávamos no vermelho. Neste ano, que o preço melhorou um pouco e o mercado assinala com boas expectativas, fazem uma sujeira dessas na cooperativa", lamentou o produtor Benedito Bento dos Santos, 50, da comunidade Boa Vista.

Ele teme pela sorte dos mais de 30 fornecedores, somente da sua comunidade, que vivem da venda do leite para a cooperativa interditada. "Agora vão alegar dificuldades financeiras como desculpa para atrasar pagamentos ou deixar de pagar. Já passamos por várias crises. Porém, nunca imaginei uma situação como essa. Estão envenenando o leite que sai limpo do nosso curral", disse.

"A partir do curral, o produtor não tem mais controle do que fazem com o leite que fornece. Não é justo que ele seja o prejudicado com uma situação como esta. A própria cooperativa tem tecnologia que pode ser usada para preparar um excelente leite, e há dezenas de trabalhadores honestos que sabem fazer e que dependem desse emprego. É preciso mudar o que está errado e fiscalizar com rigor, não interromper as atividades da cooperativa", defendeu o produtor de leite Rubens Carlos Lemos.