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Força-tarefa do governo de MG quer ampliar certificação de produtores de queijo

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 30/11/2020

4 MIN DE LEITURA

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A pandemia trouxe certa desolação ao segmento queijeiro – a produção caiu e alguns fazendeiros tiveram até que vender suas vacas – mas uma decisão recente do governo foi recebida com bons olhos. Desde outubro, uma força-tarefa vem sendo realizada pelos técnicos com o objetivo de convencer os pequenos produtores artesanais a se regularizar. O principal objetivo é ampliar a circulação do queijo artesanal mineiro e, para isso, eles precisam conseguir o selo Arte, certificação que reconhece o produto como artesanal e autoriza sua comercialização fora de Minas.

O trabalho envolve equipes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater). O que os produtores contam é que, apesar do baque da pandemia, a demanda e reconhecimento do queijo artesanal vem aumentando ao longo do tempo. Com isso, o investimento na produção também cresce, o que acaba agregando valor ao produto.

É serviço que não acaba mais para as equipes técnicas. Estima-se que existam em Minas mais de 30 mil produtores de queijo artesanal. Juntos, eles produzem cerca de 80 mil toneladas de queijo por ano. Desses, somente 260 produtores possuem cadastro no IMA, sendo que apenas 36 possuem o selo Arte. A intenção do governo é estimular esses produtores a alcançar essa certificação.

Trata-se de missão complicada, já que o cadastro para conseguir o selo de produto artesanal exige preencher formulários, adaptações nas instalações e, claro, investimento financeiro. “São necessárias algumas análises físico-químicas e mudanças na estrutura que podem consumir até R$ 1.200”, explica a coordenadora estadual da Emater, Maria Edinice.

O retorno financeiro após conseguir o selo, segundo alguns produtores, é atraente. “A intenção é que o faturamento das queijarias dobrem depois do selo”, sugere André Duch, gerente de inspeção de produtos de origem animal do IMA. É por isso que Tereza Rodrigues, da Fazenda Saudade, está investindo nas melhorias da produção. Ela espera conseguir a certificação de sua produção, situada na cidade de Ibertioga, no Campo das Vertentes até o primeiro semestre do próximo ano. “O processo é longo, mas estamos no caminho. Damos muito valor a isso porque quando você consegue, significa que seu produto cumpre muitas regras de produção e higienização”, avalia. “Também agrega valor e permite ampliar a comercialização”, completa.

Mudança na cultura queijeira

A notícia sobre a força-tarefa pegou de surpresa até mesmo o presidente da Associação Mineira dos Produtores de Queijos Artesanais de Minas Gerais (Amiqueijo). Para João Carlos Leite, é sinal de que o governo estadual compreendeu a importância da real valorização do queijo artesanal, até então ainda mais engolfada por burocracias. “Isso demonstra uma mudança de mentalidade e merece nossos parabéns”, elogia.

Mas vencer a grossa camada de regras, leis e decretos que impede que o queijo mineiro conquiste ainda mais o Brasil afora não é algo tão imediato assim. Por isso, o representante dos produtores ressalta que a liberação do selo Arte ainda envolve certa demora. “Demanda muita burocracia, tinha que ser algo mais ágil. Falta padronização nos processos do IMA”, pondera.

O gerente do IMA rebate e defende que os produtores devem compreender a importância da iniciativa. “Eles precisam se adequar, mas alguns têm dificuldade de acesso a crédito, falta de entendimento da legislação e dificuldade de assistência técnica”, responde Duch.

Por outro lado, existe a velha desconfiança de parte dos produtores. Alguns evitam fazer esse tipo de investimento, sem levar em consideração o ganho que terão no futuro breve, conforme explica Leite. “Claro que há produtores que têm medo de planilhas, outros até sem escolaridade adequada, mas isso envolve uma mudança cultural que é lenta”, explica o produtor. Para ele, é necessário que sejam ampliados investimentos em educação e tecnologia. “É isso que faz quebrar paradigmas”, finaliza.

De toda forma, tanto os fiscais quanto os fabricantes são uníssonos em considerar a força-tarefa algo positivo. “Acreditamos que até janeiro do ano que vem tenhamos um aumento no número de queijarias certificadas”, avalia o gerente do IMA.

Elevação no valor agregado

O avanço na comercialização do queijo mineiro em outros Estados já é comentado entre os queijeiros e lojistas. Na loja Mestre Queijeiro, em São Paulo, a demanda pelo produto é constante. “Especialmente os de regiões mais conhecidas, como a Canastra”, informa Monica Rezende, a proprietária. Segundo ela, 30% de sua receita é oriunda da venda de queijos artesanais feitos em Minas Gerais.

Dono da Tupiguá Café, loja de produtos artesanais fundada no Mercado Central de Belo Horizonte em 1972, Penido Cocolo ressalta a relevância desse mercado de fora. “São Paulo alavancou ainda mais a vida do produtor do queijo artesanal, porque em Minas tem a tradição de se comer o queijo fresco”, diz.

Mas a venda diária de 120 peças de queijo em sua loja é um relevante pedaço dessa complexa cadeia que ajuda a ampliar a visibilidade do produto. “Estamos saindo do pânico”, afirma, sobre a crise causada nas vendas durante a pandemia.

No entanto, basta conferir os queijos artesanais nas vitrines para se dar conta que alguns preços andam galopantes. Alguns fatores ajudam a justificar o aumento, entre eles, o aumento no valor do leite, mas há outras explicações. “O queijo está com valor agregado bem mais alto do que antes. Uma peça que antes saía a R$ 20, hoje custa R$ 50. Alguns produtores perceberam um novo mercado como as encomendas pelas redes sociais e a venda para delicatessen”, contextualiza Maria Edinice.

As informações são do O Tempo.

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