"Food miles" não preocupa Fonterra

A chamada <i>food miles</i> - expressão da moda referente à poluição causada pelos exportadores de alimentos - é um "desvio de atenção" que prejudica sérias questões ambientais que são enfrentadas pelos produtores de alimentos, disse a gerente de estratégia comercial da cooperativa de lácteos neozelandesa Fonterra, Fiona Cooper-Clarke.

Publicado por: MilkPoint

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A chamada food miles - expressão da moda referente à poluição causada pelos exportadores de alimentos em função do consumo de petróleo no transporte - é um "desvio de atenção" que prejudica sérias questões ambientais que são enfrentadas pelos produtores de alimentos, disse a gerente de estratégia comercial da cooperativa de lácteos neozelandesa Fonterra, Fiona Cooper-Clarke.

A cooperativa de lácteos, que exporta para 140 países, vem sendo alvo de ataques na mídia britânica pelas longas distâncias percorridas por seus produtos. Entretanto, Cooper-Clarke disse que as bases que relacionam a distância percorrida pelo alimento antes de ser consumido já foram desacreditadas em vários estudos.

Ela disse ao site AP-Foodtechnology.com que a Fonterra não vai desviar nenhum recurso de marketing para responder a essas organizações usando o conceito de food miles para promoção.

A companhia de lácteos britânica Dairy Crest aproveitou a crescente conscientização dos consumidores sobre o conceito de food miles quando lançou sua campanha publicitária comparando seus produtos fabricados localmente com imagens da manteiga da marca Anchor, da Fonterra, percorrendo milhares de quilômetros até o Reino Unido em um navio enferrujado.

No entanto, para a Fonterra, a food miles, ou distância percorrida entre o local de produção e o de consumo de um alimento - é um conceito "bobo" que não justifica muito investimento em tempo nem em recursos de marketing.

"Não está havendo nenhum impacto notável em nossas vendas no Reino Unido (pela campanha da Dairy Crest) e isso sugere que não há justificativa para uma resposta através de marketing".

Ao invés disso, a companhia e outras empresas na Nova Zelândia querem responder à questão em um nível científico, garantindo que os mentores de políticas públicas estejam cientes sobre uma série de estudos que comparam o impacto da indústria de alimentos da Nova Zelândia no meio-ambiente com o de outros países, disse ela.

Segundo a Fonterra, vários estudos buscaram avaliar os méritos do uso do food miles para estimar os danos ambientais dos produtores de alimentos, com muitos mostrando os produtores neozelandeses em uma posição mais favorável do que os europeus. Um estudo feito na Alemanha no ano passado mostrou que os produtores neozelandeses usam menos energia produzindo cordeiros do que os produtores alemães, enquanto pesquisas recentes da Universidade Lincoln mostraram que a produção de leite na Nova Zelândia e o envio de produtos lácteos ao Reino Unido custou menos da metade - em termos de energia e emissões - do que o leite do Reino Unido.

Este conceito está simplesmente sendo considerado como a mais nova forma de protecionismo, segundo o ministro do Comércio neozelandês, Phil Goff.

A Fonterra, dona da maior frota privada de navios petroleiros da Nova Zelândia, disse que vem trabalhando para reduzir os custos de energia e tomando cuidado com resíduos e com a água bem antes do conceito de food miles ser inventado.
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