Fonterra: próximos 6 meses, preços externos em baixa

Os preços internacionais dos produtos lácteos caíram até 38% nos últimos 14 meses. No entanto, a redução nos preços internacionais não terá impacto nos preços domésticos dos produtos lácteos, porque os menores valores internacionais já eram esperados e foram decompostos na fixação de preços, disse a Fonterra.

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Os preços internacionais dos produtos lácteos caíram até 38% nos últimos 14 meses. No entanto, a redução nos preços internacionais não terá impacto nos preços domésticos dos produtos lácteos, porque os menores valores internacionais já eram esperados e foram decompostos na fixação de preços, disse a Fonterra.

No último ano, a Fonterra Brands New Zealand subsidiou o mercado local de lácteos ao não repassar totalmente os maiores preços internacionais dos lácteos aos clientes da Nova Zelândia, disse uma porta-voz da Fonterra.

O diretor executivo da Fonterra, Andrew Ferrier, disse que os mercados mundiais reagiram a uma combinação de um aumento de 4,5% na produção de leite dos Estados Unidos e a alguma resistência dos consumidores aos preços recordes. Ferrier disse que a demanda começou a cair entre março e maio, mas o real impacto foi sentido em junho e julho e espera que isso continue pelos próximos seis meses.

A queda na taxa de câmbio esteve favorável aos exportadores, amenizando o impacto dos menores preços. Além disso, o leite em pó integral ainda estava sendo vendido entre US$ 3.100 a US$ 3.400 por tonelada, bem acima do preço de US$ 2.000 a tonelada pago há três anos.

A diretoria da Fonterra somente anunciará mudanças em sua previsão de pagamento pelo leite aos produtores após sua reunião de setembro, disse Ferrier. Embora a expectativa seja de que os preços internacionais se recuperem após uma redução em curto prazo, estes não deverão retornar aos níveis vistos nos últimos 12 meses.

O economista sênior do Westpac Bank, Doug Steel, disse que os mercados futuros de leite dos EUA indicaram mais debilidade nos preços. "Outras commodities lácteas, como manteiga e queijo, têm se sustentado melhor até agora, mas os preços do leite em pó desnatado tendem a conduzir os outros e a direção é clara".

Steel espera que os preços caiam mais e que até o final desta estação estejam na metade do que estavam em seu pico. Ele também previu um aumento de 9% na produção à medida que as regiões se recuperam da seca do ano passado e também de novas conversões para a produção leiteira na Nova Zelândia.

Com a taxa de câmbio atual e com a contribuição de NZ$ 0,35 (US$ 0,23) das atividades de valor agregado da Fonterra, o banco previu um pagamento para a estação de 2008-09 de NZ$ 7,10 (US$ 4,74) por quilo de sólidos do leite (equivalente a US$ 0,398 por quilo de leite). Na estação passada, o pagamento foi de NZ$ 7,90 (US$ 5,28) por quilo de sólidos do leite (US$ 0,444/Kg de leite). No entanto, o banco reduziu sua previsão de pagamento para a estação de 2009-10, de NZ$ 6,30 (US$ 4,21) para NZ$ 6 (US$ 4,01) por quilo de sólidos do leite (US$ 0,337/Kg de leite), disse Steel.

Em 11/09/08 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,66846
1,49598 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

A reportagem é do Otago Daily Times, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
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Wagner Beskow
WAGNER BESKOW

CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 15/09/2008

Prezada Equipe MilkPoint,

No sistema neozelandês de pagamento do leite, "milk solids" é um termo enganoso para nós. Para fins de pagamento, quando eles se referem a "milk solids" não significa sólidos totais nem sólidos não gordurosos (que são os nossos parâmetros de sólidos) e, sim, a soma de gordura + proteína bruta.

A média nacional de gordura é 4,5% e de proteína bruta de 3,5%, dando uma média de "milk solids" (G+PB) de 8%. Portanto, na conversão de dólares por kg de "milk solids" (NZ) para litros temos que multiplicar por 0,08 (8%). Assim o resultado expresso no artigo acima deveria ser US$0,379 e não US$0,398.

Gostei muito do artigo. Parabéns pelo trabalho que realizam.

Saudações,

Wagner Beskow

PS: a minha afirmação acima baseia-se em quase sete anos de vida na NZ (entre mestrado e doutorado).

<b>Resposta MilkPoint:</b>

Caro Wagner,

Obrigado pela contribuição. De fato, existe a confusão, como você mencionou. Para fazer a conversão, consideramos gordura e proteína, só que somando no total 8,4% e não 8,0%, daí a diferença dos valores. Se você considerar 8,4%, chegará em US$ 0,398.

Temos sempre trabalhado com 8,4%. Fiz uma rápida busca agora na internet. Veja abaixo a descrição da composição do leite da NZ, segundo material no site da Fonterra: http://www.fonterra.com/wps/wcm/connect/6a310a00475b0e7c9c4efd3720a1b77d/Fonterra+in+NZ+2006.pdf?MOD=AJPERES

NEW ZEALAND´S MILK COMPOSITION %
Fat 4.7

Protein 3.6

Casein 2.9

Whey 0.7

Total milksolids 8.3

Lactose 4.8

Minerals 0.7

Water 86.2

Isso mostraria que temos de corrigir nossas estimativas para 8,3%. Você teria outra referência?

Obrigado novamente,

Abraco,
Marcelo

<b>Resposta do leitor:</b>

Olá Marcelo,

A fonte oficial seria esta:
http://www.stats.govt.nz/economy/primary-production/agriculture.htm

Mas não saberia te precisar onde ali. Como em todo lugar, as estatísticas oficiais sempre estão atrasadas.

Por isso, acho que a fonte que encontraste é a melhor, pois quem melhor que a Fonterra para saber dos sólidos do leite que eles coletam? Concordo que é o caso de se utilizar 8,3% na conversão, sim.
Este aumento de 0,3% é novidade para mim. Não me surpreende nada, pois é o grande foco do país: kg de sólidos com penalidade para volume, ou seja a vaca tem que produzir muitos kg de G e PB em pouco volume (ou seja, altor teor de sólidos em grande quantidade).

Obrigado pela explicação, Marcelo.

Um abraço,
Wagner Beskow
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