Fonterra: menor previsão de pagamento para 2008/09

A cooperativa de lácteos neozelandesa Fonterra Co-operative Group anunciou um pagamento final de NZ$ 0,664 (US$ 0,455) por quilo de leite para a estação de 2007/08, com o valor total compreendendo NZ$ 0,638 (US$ 0,438) por quilo de leite e um valor de retorno (pagamento de valor agregado) de 2,6 centavos (1,7 centavo de dólar) por quilo de leite. A diretoria da Fonterra também reduziu sua previsão de pagamento para a atual estação, de NZ$ 0,555 (US$ 0,381) por quilo de leite, dos NZ$ 0,588 (US$ 0,404) previstos em maio.

Publicado por: MilkPoint

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A cooperativa de lácteos neozelandesa Fonterra Co-operative Group anunciou um pagamento final de NZ$ 0,664 (US$ 0,455) por quilo de leite para a estação de 2007/08, com o valor total compreendendo NZ$ 0,638 (US$ 0,438) por quilo de leite e um valor de retorno (pagamento de valor agregado) de 2,6 centavos (1,7 centavo de dólar) por quilo de leite.

A empresa também comentou os problemas de contaminação do leite na China, que envolvem a empresa SanLu, de quem a Fonterra possui 43%.

Clique aqui e assista o vídeo com o depoimento do presidente da Fonterra, Henry van der Heyden, e do CEO, Andrew Ferrier.

A distribuição real final de dinheiro aos acionistas será de NZ$ 0,644 (US$ 0,441) por quilo de leite depois de a diretoria da cooperativa decidir reter 2,02 centavos (1,38 centavo de dólar) por kg de leite. As retenções foram sinalizadas pela diretoria em maio para fortalecer o balanço da Fonterra diante da instabilidade nos mercados financeiros.

No total, a Fonterra distribuirá NZ$ 9,1 bilhões (US$ 6,24 bilhões) da quantidade disponível para o pagamento de NZ$ 9,3 bilhões (US$ 6,38 bilhões). Isso representa um aumento de 65% com relação à distribuição na estação anterior, de NZ$ 5,5 bilhões (US$ 3,77 bilhões).

Previsão revisada do pagamento de 2008/09

A diretoria da Fonterra também reduziu sua previsão de pagamento para a atual estação, de NZ$ 0,555 (US$ 0,381) por quilo de leite, dos NZ$ 0,588 (US$ 0,404) previstos em maio. A previsão compreende NZ$ 0,525 (US$ 0,36) como preço do leite e um valor de 3 centavos (2,02 centavos de dólar) relativo ao valor agregado pela empresa.

O presidente da Fonterra, Henry van der Heyden, disse que a cooperativa aconselhou os acionistas quando fez a previsão de maio de que a previsão de pagamento para 2008/09 tinha chances iguais de subir ou de descer, devido às condições voláteis do mercado.

"Desde então, temos visto queda de preços com relação aos recordes do ano anterior. Os altos preços prejudicaram a demanda dos consumidores globalmente e, ao mesmo tempo, estimularam aumentos da produção em regiões exportadoras em todo o mundo. Com os compradores fazendo o jogo da espera, existe a possibilidade de mais uma redução dos preços antes da oferta e a demanda entrarem em equilíbrio. Apesar do dólar neozelandês estar mudando em nosso favor nesta estação, não podemos confiar que a desvalorização da moeda compensará totalmente os movimentos de preços - de fato, existe ainda uma chance da moeda aumentar ou diminuir".

Tragédia da Sanlu

Os trágicos acontecimentos envolvendo a empresa Sanlu, na China, também impactaram nos resultados financeiros da Fonterra em 2007/08, disse ele. Como conseqüência direta da contaminação criminosa do leite na China, a Fonterra reconheceu uma perda de NZ$ 139 milhões (US$ 95,41 milhões) relativa ao valor de seus investimentos na Sanlu. Isso reflete os custos do recolhimento de produtos e as perdas antecipadas pela Fonterra sobre o valor da marca Sanlu. Após esta perda, a melhor estimativa da Fonterra neste momento, para seus investimentos na Sanlu é de aproximadamente NZ$ 62 milhões (US$ 42,55 milhões).

"Estamos reconhecendo esta perda porque somos obrigados pelos padrões de contabilidade, mas certamente não estamos colocando as conseqüências financeiras à frente de nossa prioridade primária que é a segurança dos consumidores. Estamos focando todos os nossos esforços naquilo que a Fonterra pode fazer de melhor para trabalhar com as autoridades chinesas e ajudar a fornecer produtos lácteos aos consumidores chineses", disse van der Heyden.

Resultados da Fonterra em 2007/08

Van der Heyden disse que os resultados de 2007/08 seguiram um dos mais voláteis e desafiadores anos nos mercados globais dos últimos tempos, combinado com a seca que afetou a produção da Nova Zelândia. A Fonterra obteve receitas de NZ$ 19,5 bilhões (US$ 13,38 bilhões) com as vendas de bens nos 14 meses até 31 de julho de 2008 (obs: a empresa mudou o período do último balanço, de forma que os dados referem-se a 14 meses e não 12 meses).

Um aumento de 63% nos preços médios de venda em US$ compensou uma taxa de câmbio sete centavos pior para a estação, atingindo 74 centavos de dólar neozelandês para cada dólar norte-americano.

As receitas de vendas de Commodities e Ingredientes foram de NZ$ 13,5 bilhões (US$ 9,26 bilhões), enquanto as receitas de vendas em Austrália/Nova Zelândia foram de NZ$ 3,3 bilhões (US$ 2,26 bilhões). As receitas de vendas em Ásia/Oriente Médio foram de NZ$ 1,9 bilhão (US$ 1,30 bilhões).

A Fonterra coletou 1,2 bilhão de quilos de sólidos do leite (14,28 bilhões de quilos de leite), 4,3% a menos do que na estação anterior, devido às condições de seca em grande parte da Nova Zelândia.

Van der Heyden disse que o nível de volatilidade durante o ano foi sem precedentes. "Vimos uma crise global de liquidez, seca, o dólar neozelandês atingiu novos picos e houve aumentos nos custos de tudo, do combustível às taxas de juros na estação passada. É difícil imaginar um ambiente operacional mais imprevisível".

O diretor executivo da Fonterra, Andrew Ferrier, disse que o resultado recorde para o ano financeiro de 2007/08 não foi somente relacionado aos preços recordes das commodities. "Eles certamente tiveram uma grande participação, mas também apresentaram um desafio real para nossas operações voltadas aos consumidores, que tiveram que superar os preços recordes para retornar a melhores ganhos e lucratividade, apesar dos menores volumes em alguns mercados. Os maiores preços também impactaram negativamente em nossa divisão Fonterra Ingredients".

Em função disso, o resultado global da empresa piorou no ambiente de altos preços, conforme a tabela abaixo indica:

Figura 1

Clique na imagem para ampliá-la.

Com o preço recorde do leite, os altos preços globais pressionando para cima os custos dos produtos obtidos fora da Nova Zelândia, os maiores custos de combustíveis e energia e os dois meses adicionais de comércio, os custos dos bens vendidos pela Fonterra aumentaram em 55% nos 14 meses até 31 de julho de 2008, para NZ$ 16,8 bilhões (US$ 11,53 bilhões). Ferrier disse que o maior preço do leite foi responsável pela maioria do aumento.

As despesas operacionais foram de NZ$ 2,2 bilhões (US$ 1,51 bilhões) nos 14 meses contra NZ$ 1,7 bilhão (US$ 1,16 bilhões) nos 12 meses (até 31 de maio de 2007), com o ano financeiro estendido (de 12 para 14 meses) sendo o principal motivo disso.

A Fonterra reteve um lucro de NZ$ 235 milhões (US$ 161,33 milhões), incluindo ganhos minoritários, nos 14 meses até 31 de julho de 2008.

Em 28/09/08 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,68653
1,45660 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

As informações são da Fonterra Co-operative Group, adaptadas e traduzidas pela Equipe MilkPoint.
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Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 30/09/2008

É a coisa está realmente desmoralizada. Nós produtoes rurais que não temos nada com isso é que pagamos o pato. No Brasil aconteceu algo semelhante e não vi acontecer nada com as empresas e cooperativas de leite envolvidas, ou seja, com os seus responsáveis. Espero que façam leis que em casos como esse na China e no Brasil os responsáveis tenham seus bens bloqueados como se faz com os traficantes e vendidos em leilão público.

Não duvido nada que os responsáveis por aquelas adulterações envolvendo cooperativas de leite ainda estejam mandando e desmandando nessas cooperativas; pelo menos de uma coisa estou certo, a maioria das cooperativas de leite no Brasil virou sinônimo de empreguísmo, salários de marajá e só interesse de grupos que por lá ficam por mais 20 anos seguidos, creio que em uma atividade coletiva, deveria haver regulamentações e controles mais rígidos e transparentes.
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