Fonterra deve vender ativos para reduzir dívida

Certas perguntas surgem quando se tem noticia de negócios envolvendo cooperativas: Se uma cooperativa abre seu capital, continuará sendo uma cooperativa? Se uma indústria privada de alimentos adquire total ou parcialmente o capital de uma cooperativa, ela continuará sendo uma cooperativa? No caso da Fonterra, é a direção de uma cooperativa cogitando de abrir seu capital ou a direção de uma empresa pertencente a uma cooperativa cogitando de abrir seu capital? Seja a direção de uma cooperativa ou a de uma empresa pertencente a uma cooperativa fizeram essa proposta, a noticia de uma forte resistência dos cooperados a essa proposta evidencia um problema que não é incomum nas cooperativas: a falta de sintonia entre dirigentes e cooperados.

Quando esse problema de falta de sintonia entre dirigentes e cooperados ocorre, uma avaliação de suas raizes é importante para não comprometer o futuro da cooperativa.

<b>Resposta MilkPoint:</b>

Caro Marcello,

A Fonterra está considerando criar uma nova empresa, que seria listada em Bolsa de Valores. A atual cooperativa seria majoritária, de forma que a quantidade de ações dessa empresa comercializada na bolsa seria menor do que 50%. É o modelo irlandês, praticado pela Glanbia e pela Kerry. Porém, no modelo irlandês, as cooperativas originais têm menos de 50%, ou seja, não mais controlam a empresa. Resta saber se uma estratégia semelhante da Fonterra realmente conseguiria manter o controle nas mãos dos produtores. É fato, de qualquer forma, que existe a necessidade de capitalização e as cooperativas têm bem menos instrumentos para isso do que as demais empresas.

Um abraço,

Marcelo