Fonterra: Brasil deverá ser novo polo de produção

Síntese: O diretor de comércio internacional da Fonterra, Brian Willis, disse que o Cone Sul, em especial o Brasil, será o novo polo de produção de leite no mundo, em função das condições para elevação da produção e dos custos mais baixos.

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O diretor de comércio internacional da Fonterra, Brian Willis, disse em sua fala de abertura durante o 10° Congresso Panamericano do Leite, realizado na Costa Rica entre 8 e 11 de abril, que o Cone Sul, em especial o Brasil, será o novo polo de produção de leite no mundo, em função das condições para elevação da produção e dos custos mais baixos. "A Austrália declina a produção, a Nova Zelândia tem poucas possibilidades de crescimento, bem como a Europa", disse Willis.

Willis disse ainda que a China deve aumentar muito a produção, mas que como o consumo também crescerá, o excedente exportável será mínimo, se houver. "Índia e Rússia tem potencial, mas também problemas. Ambas carecem de infra-estrutura, a Rússia ainda tem de lidar com altos níveis de corrupção e a Índia sofre com a qualidade da matéria-prima", falou. Porém, Willis disse que o Brasil precisa melhorar a qualidade da matéria-prima. "Estamos exportando leite brasileiro, mas não conseguimos acessar vários mercados em função disso", falou.

O enigma são os Estados Unidos. O país foi o principal responsável pela queda nos preços internacionais a partir de setembro. Segundo Willis, a redução do consumo interno em função do desaquecimento da economia fez com que o aumento da produção precisasse ser processado em leite em pó desnatado, criando um excedente no mercado internacional. O dólar enfraquecido estimula as exportações dos EUA, que no ano passado atingiram US$ 3 bilhões somente com lácteos.

Neste ano, Willis disse que os fundamentos continuam bons para os preços internacionais. "Em função da seca, a Nova Zelândia ofertará 150.000 MT a menos no mercado internacional. A Austrália deve ter nova queda de cerca de 4% e a Argentina não deve ter recuperação de produção", avalia. Segundo ele, apesar do aumento das cotas de produção de leite na Europa de 2%, o aumento máximo que deve ocorrer deve ser ao redor de 1%, talvez um pouco maior.

Do lado da demanda, a situação continua boa, apesar da crise norte-americana. Para Willis, o alto preço do petróleo e o aumento do PIB mundial estimulam a demanda por lácteos, mesmo com os preços mais altos. "Os produtos concorrentes (proteínas vegetais) subiram mais do que os lácteos", explica. Além disso, vários países estão tentando controlar os preços, seja cortando tarifas de importação, seja implementando controle de preços, seja controlando as exportações, o que fará com que pessoas com menor renda continuem consumindo lácteos."O maior custo de produção em função da elevação dos preços dos insumos também forçam os preços dos lácteos para cima", reflete.

Segundo o diretor da Fonterra, a ausência dos estoques reguladores gerará maior volatilidade no mercado.
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renato calixto saliba
RENATO CALIXTO SALIBA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2008

Realmente o momento continua excelente para os produtores de leite, apesar do aumento das rações e do sal mineral. Quanto à qualidade, é um fator difícil de mudar, pois o pequeno e médio produtor não é muito de fazer cálculo. Toda vez que pagamos por qualidade ele não faz a conta de cada centavo a amenos em sua bonificação. Representa muito no final do mês, e no final do ano nem se fala.

Como eles estão recebendo um preço básico que ele nunca nem recebeu? Ele se satisfaz só com isso e não procura mudar esse quadro, pois ele acha que é caro e difícil, quando na verdade é muito barato comprar iodo e papel toalha. Devemos continuar a insistir na bonificação por qualidade. Aqui em Brasília, são poucas as empresa que bonificam por qualidade.
Qual a sua dúvida hoje?