Fertilizantes: Brasil não pode depender de "cartel"
O ministro Roberto Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) disse nesta segunda-feira (4) em um encontro com representantes do agronegócio em São Paulo que o Brasil não pode ficar "nas mãos" do que chamou de cartel de fornecedores de fertilizantes. "O problema número 1 de insumos é superar a absurda e ruinosa dependência da importação de fertilizantes, que hoje respondem por cerca de 40% do preço dos produtos agrícolas. O Brasil não tem por que continuar a ficar nas mãos do cartel mundial de fertilizantes", afirmou Mangabeira.
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"O problema número 1 de insumos é superar a absurda e ruinosa dependência da importação de fertilizantes, que hoje respondem por cerca de 40% do preço dos produtos agrícolas. O Brasil não tem por que continuar a ficar nas mãos do cartel mundial de fertilizantes", afirmou Mangabeira.
O ministro falou com a imprensa após debate na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) sobre o Futuro da Agricultura Brasileira com integrantes do Conselho Superior do Agronegócio da entidade (Cosag).
"Na maior parte, os produtores estão fragmentados e os fornecedores e compradores, cartelizados. E por conta dessa cartelização se apropriam da parte do leão dos ganhos da agricultura."
Além de defender os produtores e louvar a agricultura como "terreno privilegiado" para o início de um novo modelo de desenvolvimento econômico no Brasil, Mangabeira disse também ter discutido com o conselho o Plano Amazônia Sustentável (PAS), do qual é coordenador.
O presidente do Cosag, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, disse que Mangabeira transmitiu ao conselho uma mensagem "muito boa", de que, ao invés de tratar dos temas isolados de cada setor, é preciso "construir um círculo virtuoso de entendimento", mas não escondeu o ceticismo em relação à sua implementação.
Segundo Rodrigues, o governo toma medidas que vão na contramão do "extraordinário" discurso do ministro de Assuntos Estratégicos. Como exemplos, o ex-ministro citou a criação do Ministério da Pesca e a existência de duas pastas para temas agrícolas (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério do Desenvolvimento Agrário).
Mangabeira disse que o Brasil já ascendeu ao primeiro plano da agricultura mundial sem ter organizado as suas bases de uma agricultura moderna e democratizada, e que se fizer isso pode ganhar maior proeminência no setor mundial.
"O Brasil pode dobrar a área sob cultivo e triplicar seu produto agrícola sem tocar uma única árvore. Para isso, precisa começar a superar o contraste ideológico entre a pequena agricultura e a grande. O desenho de uma agricultura modernizada é um só".
Sobre Amazônia, Mangabeira disse que regularização fundiária é prioridade do Plano Amazônia Sustentável e que sem resolver o problema da titularidade da terra, "nada mais funcionará na Amazônia".
Ele disse que "várias alternativas" estão sendo discutidas para "dar de fato prioridade a essa questão", mas que esta não era a hora de torná-las públicas.
As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
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RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE
EM 08/08/2008
É a regularização fundiária, que pode finalmente trazer o desenvolvimento aos moradores da região. Quem é dono é imputável, tem acesso a crédito, preserva o que é seu.
Unger leu e conhece bem as teses de Hernando de Soto.

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 06/08/2008

JUSSARA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 06/08/2008
Discursos e mais discursos, até quando vamos ouvir isso e bater palmas? Só agora eles viram que existe cartel nos fertilizantes? E na compra de grãos? Quantos compradores em potencial temos no Brasil? Nos combustíveis não existe isso né? Enquanto isso os custos agropecuários, nem é bom falar.
Mas os discursos continuam até que tenham palmas.
Aliás esse povo rodeia rodeia e nunca larga os cargos executivos já repararam? Nosso ex. ministro agora é do Cosag, legal.

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 05/08/2008
Parece retrocesso e idéia absurda, mas Europa e USA nunca abrirão mão, muito menos com conversa mansa de governante brasileiro, pois estes primam por seus produtores e a população urbana tem-lhes respeito e sabem como é seguro voce ter sua dispensa cheia e poder oferecer ao seu vizinho e não vice e versa, o urbano manterá o rural e no Brasil não será diferente, pois o que está ocorrendo tambem é uma crise de formação, ou seja, os filhos de agricultores raramente estão seguindo esta atividade.
Vejam no estado de São Paulo, a locomotiva Brasil, o mais rico, mais populoso, mais consumista, com seus produtores sendo dizimados, donos de terras caras com desfrute negativo, fazendo com que partam para arrendamente se agregando aos fortes e com baixo ganho mais positivo.