Gleidys Salvanha, diretora de Negócios para Varejo do Google, defende que existe uma barreira cultural que ainda impede que o brasileiro adote de vez o comércio on-line como uma opção para compras em supermercado.
No entanto, a executiva acredita que esse é um cenário que tende a mudar. “Aos poucos, os consumidores vão descobrindo as vantagens de fazer mercado on-line: não tem filas e você pode salvar sua lista de compras. Ganha-se muito em agilidade e praticidade”, afirma.
Para ela, a mudança ocorre por uma série de motivos. Em primeiro lugar, há o crescimento dos aplicativos de entregas, que trazem mais opções para os consumidores.
Junto a isso existe uma demanda vinda dos próprios compradores por mais agilidade. Ela é respondida pelas redes de supermercados, que oferecem novas vantagens para as vendas feitas pela internet, como promoções exclusivas. E, por último, há o mercado financeiro, que foi se digitalizando nos últimos anos, dando mais segurança para as compras on-line.
“A transformação digital do mercado passa muito pela cultura, tanto das pessoas, que vão se acostumando aos poucos com as novas possibilidades, quanto das empresas, que precisam mudar seus processos e organizações internas”, diz Gleidys.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Google em parceria com a consultoria Grimpa, o crescimento das vendas on-line é explicado, entre outros, por experiências positivas que estão acabando com medos e tabus que envolvem pagamento pelo cartão, prazo de entrega e sistema de devolução.
Uma das últimas barreiras
Para Gleidys, o brasileiro vem alcançando a maturidade quando se trata de e-commerce, passando das compras de bens duráveis para refeições e itens de perfumaria, cosméticos, moda e acessórios.
Comprar on-line em supermercados, por outro lado, ainda é uma das últimas barreiras nesse processo. Uma pesquisa recente da Associação Paulista de Supermercados (Apas) e do Ibope mostra que apenas 15% dos brasileiros declaram que já compram produtos de supermercado pela internet.
Gleidys é, ainda assim, otimista em relação ao futuro do setor. “Em 2024, teremos 70% das pessoas comprando on-line produtos de supermercados nos Estados Unidos. Não duvido que estejamos caminhando para isso também no Brasil”, afirma a diretora do Google.
No entanto, a executiva é enfática ao dizer que o crescimento das vendas on-line de supermercados está longe de significar o fim das lojas físicas. “Vemos um grande movimento conjunto. Nos últimos dois anos, por exemplo, a busca pela opção de comprar on-line e retirar na loja cresceu 309% no Brasil. Acredito que esse complemento seguirá no futuro, com as lojas físicas sendo importantes".
As informações são do portal Época Negócios.